Com cerca de 80 mil animais transportados anualmente, novo plano garante que os animais recebam assistência adequada quando necessário
Após o falecimento do cachorro Joca, que veio a óbito durante um transporte aéreo em abril, nova diretriz determina suporte veterinário em aeroportos, entre outras medidas que possam deixar a viagem de animais de estimação mais segura.
Denominado de Pata (Plano de Transporte Aéreo de Animais), o plano reúne um conjunto de medidas, com padrão internacional e alinhado com outros 45 países, para aumentar a segurança e o conforto de animais domésticos durante viagens aéreas.
Lançado na quarta-feira (30) pelo Governo Federal, uma das principais medidas do plano é a disponibilização de serviços veterinários para emergências, garantindo que os animais recebam assistência adequada quando necessário. A capacitação e formação de equipes que trabalham diretamente no transporte de animais também é uma das novas medidas do Plano, o que assegura que profissionais estejam preparados para lidar com as necessidades dos animais domésticos.
“Quem tem um bichinho de estimação tem ele como parte da família, então saber que tem um veterinário no voo, é saber que tem um médico, um especialista, uma pessoa que pode salvar uma vida, uma vida que para nós é tão importante”, ressalta Gabrielly Scaramuzzi, tutora da Sophi, sua cachorrinha de 10 anos.
Outro ponto importante é o dispositivo técnico que permite a rastreabilidade dos pets, no qual prevê a identificação e o acompanhamento de todas as etapas do transporte aéreo, desde o embarque até o desembarque, seja por câmeras, tecnologia de localização e aplicativos de monitoramento, entre outros. A transparência na comunicação com o tutor também é uma das medidas, com exigência de informações claras que garantam a segurança dos pets durante o trajeto, a exemplo da criação de um canal direto com tutores, para fornecer atualizações sobre a situação do voo.
A fisioterapeuta Tálita Barbosa, tutora da Quinha, uma Yorkshire de 12 anos, afirma que nunca experienciou problemas em suas viagens aéreas com o bichinho, mas ressalta que acha as novas diretrizes “sensacional”. “Acho sensacional, acho incrível, por conta de vários incidentes que já aconteceram. Eu não tive nenhum problema em nenhuma viagem com ela, nunca precisei de algum suporte, mas eu penso nas pessoas que têm as suas particularidades e pelos fatos que já aconteceram. A gente viu que isso é uma mudança muito importante, muito viável, que dá muita segurança para os passageiros que precisam viajar com seus pets”, afirma.
Outra medida aplicada pelo Governo é um rigoroso Código de Conduta. O documento está alinhado ao manual da IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos) e estabelece rigorosos critérios de segurança que devem ser aplicados em todas as etapas do transporte aéreo de animais. Assim como o LAR (Live Animal Regulation), um manual que dispõe sobre todas as informações e procedimentos necessários para garantir que o transporte aéreo de animais seja realizado com segurança, conforto e bem-estar. O LAR é atualizado anualmente por diversos especialistas em transporte aéreo, medicina veterinária, comportamento animal, dentre outros profissionais ligados ao cuidado animal.
“Vou achar muito bom se realmente for aplicado. Tanto para intervir caso aconteça alguma coisa, quanto para fiscalizar se realmente está sendo tudo certo. Verificar se esse animal está num local que tem uma ventilação adequada, um controle de temperatura, porque muitos animais podem hiper aquecer quando está muito quente no lugar. Se realmente foi implementado isso, eu acho ótimo”, disse a veterinária Bianca de Souza, tutora da Scooby e Carlota.
O ministro de Portos e Aeroportos Silvio Costa Filho comenta que “cerca de 80 mil animais transportados anualmente, precisamos garantir que as empresas aéreas se responsabilizem por esses trajetos, com a qualificação de seus profissionais e pelo monitoramento do transporte do animal, incluindo apoio veterinário para minimizar o estresse dos animais, se for necessário”.
O serviço será monitorado permanentemente pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que receberá mensalmente relatórios das companhias aéreas sobre o serviço prestado. Entre as informações que serão fornecidas pelas empresas estão: quantidade de transporte de pets, tipos de animais transportados, eventuais intercorrências, quando houver. As empresas terão o prazo de 30 dias para se adequarem às novas regras. A Anac também será a responsável por acompanhar o cumprimento das medidas anunciadas.
Por Ana Cavalcante
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