Ministério da Saúde divulga lista de cidades contempladas com a doação em meio a aumento de casos
Mais 165 municípios serão contemplados com a vacina contra a Dengue, de acordo com o Ministério da Saúde. As doses serão repassadas pelos estados com maior número de imunizantes nas geladeiras, dentre eles, Mato Grosso do Sul. Com isso, as doses que estão próximas do vencimento serão reaproveitadas com essa distribuição. Até então, 521 localidades haviam sido selecionadas para receber as doses e iniciar a imunização na rede pública, entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Recentemente, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul confirmou ao O Estado, que os municípios já estão elaborando uma lista com os quantitativos de doses que podem ser redistribuídas para o envio. “Não se trata de empréstimo, o PNI (Programa Nacional de Imunizações) está redistribuindo as doses preliminarmente enviadas a todo o Brasil, a fim de evitar a perda dos lotes por vencimento e no próximo lote repor todos os estados conforme suas necessidades”, explicou o secretário Maurício Simões, titular da SES.
No total, serão distribuídas 930 mil doses. As cidades selecionadas receberão as remessas de vacina nesta semana. Conforme as diretrizes estabelecidas pelo Ministério, os novos municípios selecionados foram contemplados seguindo os mesmos critérios aplicados na distribuição dos primeiros lotes: regiões de Saúde com municípios de grande porte e alta incidência de transmissão nos últimos dez anos, que possuem uma população residente igual ou superior a 100 mil habitantes, levando também em consideração as elevadas taxas de transmissão recentes.
Os novos municípios fazem parte de 11 Regiões de Saúde:
Central – ES
Betim – MG
Uberaba – MG
Uberlândia/Araguari – MG
Recife – PE
Apucarana – PR
Grande Florianópolis – SC
Aquífero Guarani – SP
Região Metropolitana de Campinas – SP
São José do Rio Preto – SP
São Paulo – SP
Vacina na escola
Para impulsionar a campanha de vacinação contra a Dengue, municípios estão atendendo as crianças nas escolas. Com o propósito de transformar esse cenário em Mato Grosso do Sul, a ação ‘Aluno Imunizado’ vai até as escolas tanto da rede municipal, quanto da rede estadual, disponibilizando todos os imunizantes previstos no calendário vacinal do Ministério da Saúde.
Até o dia 19 de abril, poderão se imunizar crianças e adolescentes de 0 a 15 anos de MS, desde que possuam a autorização prévia dos responsáveis. Promovendo a integração entre UBS (Unidade Básica de Saúde) e as escolas, desde 2023, a ação busca incentivar os jovens de MS a aderir à vacina.
Conforme recorda a SES, desde 2019 foi percebida uma queda significativa nas coberturas vacinais de diversos imunizantes e, diante disso, a secretaria tem desenvolvido estratégias de modo a oportunizar e facilitar o acesso da população a essas vacinas. “Mato Grosso do Sul, por meio da SES, quer proteger a população utilizando da ciência na saúde. As vacinas têm mostrado evidências científicas com resultados extremamente positivos e que salvam vidas! Por isso, vacine-se e vacine quem você ama”.
Recorde
Com mais de 3,5 milhões de casos de dengue contabilizados nos três primeiros meses do ano, o continente sul-americano pode registrar, em 2024, o pior surto da doença em toda a história. O acumulado chega a ser três vezes maior que o total de casos registrados no mesmo período do ano passado. O alerta foi feito nesta quinta-feira (28) pela Organização Pan-americana da Saúde (Opas).
Brasil, Argentina e Paraguai, segundo a entidade, respondem por mais de 90% dos casos e por mais de 80% das mortes por dengue nas Américas. Dados da Opas mostram que o Brasil aparece em primeiro lugar no ranking, com 2.966.339 casos e 758 mortes, seguido pelo Paraguai, com 191.923 casos e 50 mortes, e pela Argentina, com 134.202 casos e 96 mortes.
“A dengue é um desafio importante. Quando temos uma epidemia, a circulação é tão forte que quase todas as pessoas têm contato com aquele sorotipo. Depois, passamos um período de três ou quatro anos até que tenhamos outro surto. Parece que a doença desapareceu, foi embora”, concluiu o diretor-geral da Opas, Jarbas, ao destacar a necessidade de programas permanentes nas Américas para identificar precocemente novos surtos.
As causas ambientais desempenham “papel fundamental” no cenário epidemiológico identificado nas Américas. Jarbas citou, como exemplo, as altas temperaturas, as ondas de calor e as secas intensas que levam a população a armazenar água de forma inadequada, além de inundações que contribuem para o aumento da circulação do mosquito vetor.
Na série histórica de óbitos por dengue, Mato Grosso do Sul com as 6 confirmações deste ano já consolida a marca registrada em 2014 e 2018. Além disso, há outras 11 vítimas que estão com a morte em investigação.
Por Inez Nazira
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