Morte de atleta expõe falta de estrutura para os corredores

Foto: redes sociais
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Um dos esportes do momento é a corrida. Em Campo Grande, os atletas não têm muitas opções de lugares para praticarem seus exercícios, então a maioria costuma performar no Parque dos Poderes, ou até mesmo na rua. Porém, diante deste fato, estão suscetíveis a acidentes, como no caso de Danielle Oliveira, que faleceu na manhã do sábado (15), após ser atingida por um carro enquanto corria.

Por falta de opções, a única medida viável é orientar os corredores para que esses possam correr em segurança. Alguns assessores passaram dicas para os atletas. Suzani de Souza Pinheiro Silva, assessora de corridas de rua e trilhas há oito anos e proprietária do NG Training, explica que os finais de semana são dedicados aos treinos longos, que começam por volta das 5h, justamente para não encontrarem vias muito movimentadas.

“Sempre orientamos, e além disso, existe a equipe de apoio, com carros, suporte de primeiros socorros, água e isotônicos”.

“Temos tipos de orientação, principalmente, em BR e estaduais, como sempre correr/ andar onde haja acostamento, de preferência sempre na contramão do veículo para que sua visibilidade seja melhor, mantendo atenção também às suas costas. As vezes um carro pode ultrapassar outro, desviar de um buraco e pode acontecer do motorista perder o controle do veículo e evitar correr em dupla (um do lado do outro)”.

As recomendações não param por aí, além do cuidado com o ambiente, os professores alertam sobre os equipamentos. “É necessário usar roupas que chamem a atenção, se for de noite, sempre usar a lanterna e roupas reflexivas. Não usar fone de ouvido, assim manter os sentidos da visão e audição sempre atentos. Óculos, tanto solar quanto noturno, são importantes”.

A professora aponta que, apesar das recomendações, ainda há o risco de acidentes por conta da falta de estrutura. A profissional acrescenta em sua fala o descaso com o esporte e com os esportistas. “Uma amiga se foi e espero, de coração, que a partida dela tenha um grande propósito”.

Outro assessor, André Miloni, atua na área há 10 anos. Dono do Percurso Livre, ele reforça as recomendações de sua colega e frisa outros, como usar roupas claras de visualização fácil, principalmente à noite, e se atentar nas esquinas e, na dúvida, pare ou passe por trás do carro.

Uma das grandes queixas da população é em relação aos poucos lugares disponíveis para prática de esportes. Como men cionado, um dos lugares para praticar esporte ao ar livre é no Parque dos Poderes, mas o local também é uma das poucas opções de lazer do campo-gran dense no domingo. O projeto Amigos do Parque, realizado no Parque dos Poderes, abriga centenas de pessoas, entre atletas e famílias, que tentam ocupar o pouco espaço para praticar suas atividades, podendo ser uma dor de cabeça a mais.

Normas para corredores

Atualmente, não há normas, projetos de leis ou até mesmo leis que assegurem a segurança dos corredores. O Detran-MS aponta que “corredor (atleta) de rua se enquadra como pedestre no trânsito”. Ou seja, os esportistas dessa modalidade devem se comportar como pedestres, seguindo regras como andar na calçada, atravessar na faixa de pedestre, entre outras orientações.

Diferente das orientações em relação aos ciclistas. O Art. 201 do Código de Trânsito Brasileiro fala sobre “Deixar de guardar distância lateral de um metro e meio ao ultrapassar bicicleta”, que é uma infração média e multa no valor de R$ 130,14 e 4 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Caso Danielle

Danielle Correa de Oliveira, de 41 anos, corria com um grupo de atletas, quando foi atrope lada por um carro dirigido pelo estudante de Medicina João Vitor Vilela, de 22 anos. O caso aconteceu neste sábado (15) na MS-010, na saída para Rochedinho, em Campo Grande.

A atleta morreu no local e a outra corredora de 43 anos, que também foi atingida, foi socorrida para uma unidade de saúde. Não foi informado o es tado de saúde dela. No veículo, foram encontradas latas de cerveja e identificação (pulseira) de boate da Capital.

Por Inez Nazira

 

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