Mato Grosso do Sul registra em 2025 o menor número de furtos e roubos de veículos em dez anos

Foto: Inez Nazira
Foto: Inez Nazira

Ação rápida da polícia desarticula quadrilha especializada em Hilux e SW4 em Campo Grande

Mato Grosso do Sul registra, em 2025, o menor número de furtos e roubos de veículos dos últimos dez anos. O balanço apurado pelo jornal O Estado, com informações do Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional) fornecidos pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), confirma uma redução expressiva nos crimes patrimoniais.

De acordo com os dados, em 2022, de janeiro a setembro, foram 499 roubos no Estado, sendo 201 em Campo Grande, e 2.382 furtos (1.809 na Capital). Já em 2023, no mesmo período, os registros caíram para 304 roubos em MS (216 na Capital) e 2.120 furtos (1.287 na Capital).

No ano passado, o Estado contabilizava 327 roubos e 2.109 furtos. Em 2025, até agora, foram registrados 195 roubos em todo o Estado, dos quais 97 em Campo Grande. Já os furtos somam 1.555 ocorrências, sendo 871 na Capital. De um ano para o outro, o número de roubos no Estado caiu 40%, enquanto os furtos tiveram redução de 20%.

Segundo o delegado Erasmo Cubos, chefe de investigação da Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos), a redução e aponta que atuação conjunta das forças de segurança é um dos fatores principais para este resultado.

“Houve uma redução drástica do crime. Do ano passado para cá os crimes caíram em torno de 50%, tanto roubo quanto furto. Isso vem muito das ações firmes das polícias, das forças ostensivas, além da própria Defurv, que atua especificamente nisso”.

Mesmo com a queda, o delegado ressalta que o Estado ainda recebe quadrilhas especialistas nesse tipo de crime. “A gente ainda recebe esses aventureiros. Os furtos de motocicletas, por exemplo, geralmente são praticados por usuários de entorpecentes. Mas os furtos em massa de veículos de luxo são poucos”, destacou.

Apesar do índice de criminalidade ter despencado, Cubos alerta para medidas de precaução. “Muitas vezes temos o hábito de deixar carros de luxo estacionados na frente de prédios ou casas. Como nosso Estado é seguro, isso acaba sendo comum, mas não é aconselhável. Sempre que possível, o ideal é manter o veículo em garagem ou local protegido”, reforçou.

 

Prisão de quadrilha especializada

A Defurv prendeu nesta semana uma quadrilha especializada no furto de caminhonetes Toyota Hilux e SW4 em Campo Grande. Segundo a investigação, a quadrilha planejava furtar ao menos dez caminhonetes para abastecer o crime organizado na fronteira. A operação contou com apoio do Garras, da PRF (Polícia Rodoviária Federal), da Delegacia de Maracaju e da Polícia Civil de São Paulo.

Entre os casos apurados estão furtos de uma Hilux no dia 20 de setembro, uma SW4 no dia 22, outra Hilux entre os dias 21 e 22 e mais uma SW4 entre os dias 22 e 23, todos na Capital. O grupo utilizava um Fiat Uno Sporting para dar suporte às ações, circulando durante as madrugadas em que os crimes ocorriam.

Na madrugada de 23 de setembro, após monitoramento, os investigadores flagraram uma Toyota SW4 recém-furtada na região central da cidade. Dois homens foram presos em flagrante, com a caminhonete e o Fiat Uno. Dentro do veículo, estavam dispositivos eletrônicos usados para ligação direta, chave de fenda adaptada e uma chave virgem de Hilux.

Horas depois, outro integrante foi localizado em um hotel na Avenida Afonso Pena. O quarto criminoso tentou fugir de avião para São Paulo, mas foi preso no Aeroporto de Guarulhos com apoio da Polícia Civil paulista.

O delegado detalhou a forma de atuação do grupo. “Eles têm um modus operandi bem avançado. Usam ferramentas tecnológicas e manuais. Primeiro, com uma chave de fenda, fazem uma ação mecânica para abrir o carro. Depois conectam aparelhos eletrônicos à central do veículo e, utilizando um software, modulam uma nova chave virgem. Essa chave passa a funcionar como original, permitindo ligar e conduzir o carro. Em poucas horas, esses veículos já estariam no Paraguai”, explicou.

Os criminosos eram de Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina, sem integrantes de Mato Grosso do Sul. As investigações apontam ligação da quadrilha com facções e organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas.

“Cada veículo poderia ser trocado por até duas toneladas de maconha. Esses carros são muito visados porque, além de serem de alto valor, servem como transporte de entorpecentes. A SW4, por exemplo, comporta quase 2 mil quilos de droga”, disse o delegado.

Com quatro presos e pelo menos outros três suspeitos identificados, a Polícia Civil segue investigando a participação de mais pessoas na logística da quadrilha. Um dos veículos já foi devolvido ao proprietário, que acompanhou a ação policial.

Por Inez Nazira

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