Marina Silva busca a população para reunir estratégias de combate a devastação do meio ambiente

Expectativa é de que
o Plano Clima seja
replicado e colocado
em prática nos estados (Foto: Thays Schneider)
Expectativa é de que o Plano Clima seja replicado e colocado em prática nos estados (Foto: Thays Schneider)

Iniciativa busca “sair da lógica da gestão do desastre para a gestão do risco”, segundo Ministra do Meio Ambiente

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, retorna ao Mato Grosso do Sul para discutir o Plano Clima Participativo. O objetivo da ação é ser um guia da política climática até 2035. Liderado por Marina Silva e o secretário-geral da Presidência da República, Marcio Macedo, a reunião em Campo Grande marca o terceiro encontro do ciclo de plenárias, formado com o intuito de engajar a sociedade e reunir propostas para compor o guia. A plenária aconteceu no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo, na tarde de quarta (14).

O Pantanal foi o tema do encontro na Capital, que reuniu governadores, deputados, ministros, entre outros participantes. De acordo com Marcio Macedo, o Plano Clima é sobre a participação da sociedade na construção das políticas públicas. “Nós temos ido até os biomas para ouvir as áreas que são prioridade para o governo federal em questão ambietal e de forma transversal. Eu acredito que não é o bastante fazer políticas públicas para o povo, mas com o povo”, destaca. Esse é o objetivo que costitui a proposta, segundo o secretário, que prevê coletar e organizar estratégias para a Cop 29.

Na prática, o Plano Clima visa dar continuidade aos planos anteriores em ação para o combate às queimadas no bioma pantaneiro, conforme explica a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Isso é a base para que nós possamos continuar enfrentando tanto o desmatamento quanto períodos de estiagem. Olhando para um modelo de desenvolvimento que seja resiliente ao Pantanal. Outro aspecto, nós estamos apresentando para o Ministério do Meio Ambiente um plano voltado para a emergência climática, onde nós queremos sair da lógica da gestão do desastre para a gestão do risco. Nós fizemos já a gestão do risco, mas tem um limite porque nós ainda não temos uma lei que assegura que nós podemos decretar emergência climática permanente naquelas regiões e municípios que são vulneráveis à mudança do clima”, afirma.

A expectativa para o Plano Clima é que ele possa ser replicado e internalizado pelos estados. “O segredo é nós chegarmos a uma abordagem efetiva o mais rápido possível, mas nem sempre isso é possível”, disse Marina Silva. A proposta ainda conta com dois pilares principais: a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação de cidades e ambientes naturais às mudanças do clima.

Segundo o vice-governador Barbosinha, a expectativa para o fundo do Pantanal é que possa ser aportado também recursos internacionais daqueles que desejam contribuir para esse bioma tão importante que é o nosso Pantanal. “Eu quero aproveitar a oportunidade. O fundo está construído com o aporte de reconstrução do governo do Estado e obviamente a expectativa é essa”, disse.

Sobre o Plano Clima

Elaborado pelo Cim (Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima), pela Rede Clima e pelo Fórum Brasileiro de Mudança do clima, o Plano Clima foi lançado em 30 de agosto, com o intuito de reunir propostas que poderão ser incluídas na primeira versão do documento, que será apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP 29, no Azerbaijão, em novembro.

O resultado poderá compor a Política Nacional sobre Mudança do Clima, que será apresentado na COP30, que acontece no Brasil, em Belém (PA), em novembro do próximo ano. O ciclo de plenárias do Plano Clima iniciou em Recife com o tema Sistema Costeiro-Marinho e, em seguida, a plenária abordou a Caatinga, em Teresina (PI). Depois do Pantanal, na Capital, os próximos serão: Mata Atlântica, em São Paulo (SP); Pampa, em Porto Alegre (RS); Amazônia, em local a definir; e Cerrado, em Imperatriz (MA). Para mais informações, acesse: plano clima participativo no gov.br

Acidentes e incêndios no bioma

Na manhã de quarta (14), o trabalhador rural de 32 anos, Edson Genovêz, morreu ao ter 90% do corpo queimado enquanto construía uma barreira contra incêndios no Pantanal. Por nota, a secretaria de saúde de Corumbá informa que esse foi o único caso que necessitou internação. A Santa Casa do município reitera a informação e confirma que não há pacientes em situação parecida ou com queimadura provocada pelas queimadas no bioma.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Pantanal ocupa 150.988 quilômetros quadrados e 19,3% da vegetação nativa do bioma já foram desmatados, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). De acordo com o Observatório do Clima, os principais responsáveis pela intensificação das mudanças climáticas seguem por uso de combustíveis fósseis, desmatamento e o aquecimento global. Prognósticos para o bioma não são favoráveis.” Espera-se que as condições fiquem ainda mais quentes ao longo deste mês e nos meses seguintes, e há uma ameaça considerável de que os incêndios possam queimar mais de três milhões de hectares. Até quarta-feira (7), os incêndios de 2024 haviam destruído 1,3 milhão de hectares no bioma” alertam especialistas.

 

Por Ana Cavalcante e Thays Schneider

 

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