Somente este ano, mais de 160 procedimentos foram realizados, em Mato Grosso do Sul
Em Mato Grosso do Sul, ao menos 570 pessoas aguardam na fila por um transplante, sendo 414 para transplante de córneas, 160 de rim e 3 aguardam por um coração. Mesmo sem ter equipe e hospital autorizados para a realização do transplante de coração, os pacientes que estão na fila para este tipo de transplante serão encaminhados para outros Estados, que realizam o procedimento. A lista de espera é única, tanto para usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), quanto para os de rede privada.
Somente neste ano, em Mato Grosso do Sul, foi realizado apenas um transplante de coração que, na ocasião, havia equipe e estabelecimento autorizados para a realização do transplante, 139 transplantes de córneas e 22 transplantes renais.
De acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), a lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.
Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. A Dra. Rafaella Campanholo – coordenadora médica do Transplante Renal da Santa Casa de Campo Grande, explicou que pacientes em prioridade chegam a esperar menos de 30 dias para receber um novo órgão.
“Em todos os órgãos há alguma alteração grave que pode levar o paciente a ser priorizado em lista para alocação do órgão. Esses dados, assim como laudos médicos, comprovando essa situação, são enviados a uma câmara técnica do SNT (Sistema Nacional de Transplantes), onde são avaliados e, se deferida a situação de priorização, automaticamente o paciente já é priorizado em lista. Esta priorização tem validade de 30 dias, tendo que ser renovada, caso o paciente não receba transplante neste período. Desta maneira, é super comum que um paciente priorizado receba transplante em menos de 30 dias, principalmente em grandes centros, onde há um número maior de doadores”, citou.
A coodenadora destaca ainda que, além de ter a captação do órgão e a disponibilidade de uma equipe médica para a realização da cirurgia, também é necessário que a pessoa que vai receber esse órgão esteja em boas condições de saúde, caso contrário, o procedimento não pode ser realizado. “O paciente deixa de estar apto a receber um transplante caso ele esteja sem condições clínicas apropriadas para tal. Sabe-se que, no transplante, o paciente é submetido a uma imunossupressão, para que não haja rejeição. Logo, existem contraindicações absolutas, como infecções ativas, instabilidade hemodinâmica grave, enfim condições de saúde em que o tipo de tratamento aumenta muito mais o risco de óbito do paciente do que ele se mantiver no atual tratamento em que se encontra”, pontuou.
Cabe destacar que o Brasil tem o maior sistema público de transplantes de órgãos no mundo. A estrutura é gerenciada pelo Ministério da Saúde, que assegura que cirurgias de alta complexidade sejam realizadas para pacientes da rede pública e privada, em situação de igualdade
A SES reitera que todo o processo de doação de órgãos, desde a captação ao transplante, é realizado de forma transparente e é acompanhado pelo Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde.
Por Camila Farias– Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
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