Manutenção preventiva está sendo realizado para evitar novos bloqueios no canal de escoamento
Com a aproximação do período chuvoso em outubro, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) iniciou ajustes estruturais de manutenção e limpeza na comporta do vertedouro do Lago do Amor, na Avenida Senador Filinto Müller, em Campo Grande.
Segundo a Sisep, a ação visa reduzir o risco de alagamentos e desbarrancamentos, como ocorreu em 2023, quando o transbordamento do lago danificou parte da pista da avenida. Naquele caso, um galho de árvore caiu no lago, bloqueando o canal e agravando o entupimento. No início deste ano, a cratera formada naquele episódio voltou a se abrir, onde foi preciso realizar novas obras.
Ao O Estado, o secretário municipal, Marcelo Miglioli, explicou que os trabalhos incluem limpeza e adaptação da comporta, responsável por regular o nível da água e o escoamento do lago. “Estamos mexendo na parte superior do vertedouro auxiliar, justamente para nos prepararmos para o período de chuva. O objetivo é reduzir ao máximo o risco de transbordamento e facilitar o manuseio da estrutura, caso seja necessário abrir a comporta”, detalhou.
A equipe também retira pedras, terra e galhos do canal, diminuindo a pressão da água sobre a comporta. Segundo Miglioli, os ajustes são preventivos, enquanto a solução definitiva, que inclui desassoreamento do lago e de outras três bacias de contenção, ainda depende de recursos, estimados em R$ 20 milhões. O secretário ressaltou que o nível do lago está temporariamente baixo devido à abertura da comporta para manutenção. “Quando abrimos preventivamente, o nível da água cai, mas isso é necessário para reduzir riscos durante chuvas intensas”, afirmou.
O comerciante Nivaldo Oliveira, que vende água de coco na região, disse que teme novos alagamentos em caso de chuvas fortes. Segundo ele, o lago está assoreado e o nível da água está baixo desde a abertura da comporta. “Percebi que a água pode transbordar facilmente. Apesar dos ajustes feitos, ainda existe risco em chuvas intensas”, afirmou.
Para Julia Ribeiro, que vende água de coco e água mineral há três anos, o medo de alagamento permanece. Ela destacou que o nível do lago baixou recentemente e que, mesmo com a manutenção, teme chuvas fortes. “Tenho medo, sim. Na última enchente, parte das nossas coisas ficou destruída e tive que correr para casa”, contou.
A Sisep informou que os ajustes devem ser concluídos até a próxima semana, preparando o lago para o período chuvoso.
Calor evapora quase 8 mil litros de água na Lagoa Itatiaia
Outro fator que também tem impactado na Lagoa Itatiaia foi calor extremo registrado neste domingo (5) em Campo Grande, que provocou uma significativa perda de água na Lagoa Itatiaia. Segundo dados do meteorologista Natálio Abrahão, a evaporação chegou a 66 mililitros por metro quadrado, o que representa uma redução de aproximadamente 7,9 mil litros de água na área total da lagoa, estimada em 1,2 hectares.
“Durante o dia, os termômetros atingiram 37,4°C, enquanto a mínima registrada às 6h foi de 25,5°C. O vento máximo alcançou 51,8 km/h por volta das 12h30, intensificando a evaporação. Entre o nascer e o pôr do sol, foram 11 horas de exposição solar direta, e a temperatura medida no solo sem cobertura vegetal chegou a 62°C”, relata Natálio.
O volume evaporado reflete o impacto direto das altas temperaturas e da baixa umidade sobre os corpos d’água da cidade. Especialistas alertam que a tendência é de agravamento caso as condições climáticas extremas persistam nos próximos dias, o que pode acelerar o processo de secagem em lagoas e nascentes urbanas.
Por Geane Beserra e Inez Nazira
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