Com o número de mortes crescente na BR-163, principalmente nas áreas urbanas, moradores protestaram a pedido de implantação de radares no trecho. Contudo, a instalação dos equipamentos divide opiniões entre os motoristas, enquanto alguns consideram a medida essencial para conter o excesso de velocidade e prevenir tragédias, outros enxergam a ação como mais um fator de fiscalização rigorosa, que pode resultar em um alto número de multas.
A falta de medidas de segurança principalmente na entrada do bairro Jardim Noroeste será tema de uma audiência pública na Câmara, prevista para o dia 7 de março. A iniciativa surge diante das dificuldades enfrentadas diariamente pelos moradores e motoristas que trafegam pelo trecho.
“Essa é uma luta da comunidade, e eu estou aqui para garantir que nossa voz seja ouvida. Queremos mais segurança e condições dignas para quem mora e circula pelo Jardim Noroeste. A audiência será um momento decisivo para cobrarmos ações concretas dos responsáveis”, afirma o vereador Professor Riverton.
Apesar das divergências, a segurança viária é um ponto comum que preocupa condutores frequentes da rodovia. A CCR MSVia informou ao jornal O Estado que ao longo dos 845,4 quilômetros de extensão no Mato Grosso do Sul há 13 radares em funcionamento. Ainda, o contrato de concessão prevê para os próximos anos a aquisição de mais 38 equipamentos, esses que foram retirados para manutenção. Ao todo, serão 51 em toda via.
“Outros radares instalados anteriormente e não previstos originalmente no contrato foram desativados para atualização tecnológica, e a Concessionária está em processo junto à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para a substituição por modelos que atendam às normas atuais mediante inclusão por meio de aditivo contratual”, explica.
Enquanto aguarda as aprovações necessárias, a CCR MSVia pontua que tem implementado medidas como reforço de sinalização, instalação de sistemas de alerta, e monitoramento intensivo por 477 câmeras. Outra medida que a concessionária estabelece são as campanhas. “Continuamos ativamente na realização de campanhas de conscientização, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal na fiscalização de velocidade por meio de radares portáteis”, continua.
Mortes na BR-163
De acordo com o registro da PRF (Polícia Rodoviária Federal), de 1 de janeiro a 10 de fevereiro deste ano houve 83 acidentes e 5 mortes na rodovia em questão, nos trechos pertencentes ao Estado. No mesmo período, no ano passado, foram contabilizados 94 sinistros e 3 óbitos, ou seja, houve uma queda no número de acidentes, mas um aumento no número de vítimas fatais.
Perante os altos números, a via é conhecida como “Rodovia da Morte”. Tal fato é aliado à falta de duplicação, a escassez de radares também impacta diretamente no número de acidentes.
Por Inez Nazira