O saneamento tem papel estratégico na mitigação climática, especialmente pela neutralização do carbono gerado no tratamento de esgoto
A Ambiental MS Pantanal tem investido em estratégias tecnológicas e sustentáveis para a gestão do lodo gerado nas ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) instaladas nos 68 municípios atendidos pela PPP (Parceria Público-Privada) com a Sanesul. A iniciativa integra o compromisso da concessionária com a neutralização de carbono até 2030, alinhando-se às diretrizes da economia circular e das práticas ESG.
Segundo Fernando Garayo, gerente de Meio Ambiente da Ambiental MS Pantanal, o setor de saneamento pode contribuir para a descarbonização a partir de três pilares fundamentais como a redução direta das emissões de gases de efeito estufa, o uso de fontes renováveis de energia e a valorização do lodo como recurso.
“Esse último ponto tem ganhado destaque com a transformação do lodo em biofertilizante, evitando o descarte em aterros e reduzindo a dependência de fertilizantes minerais à base de fósforo e nitrogênio, dois insumos com elevado impacto ambiental”, explica Garayo.
A aplicação prática dessa estratégia já é realidade em unidades operacionais da empresa. De acordo com Isadora Godoy Brandão, analista de operação da Ambiental MS Pantanal, o lodo gerado nas ETEs, que antes seria tratado como resíduo, hoje passa a ser reaproveitado de forma ambientalmente responsável.
“Atualmente, cerca de 93% do lodo produzido pela ETE de Bonito é enviado para reaproveitamento à empresa Organics, parceira da concessionária no projeto. Além de Bonito, as ETEs de Ponta Porã e de outros 12 municípios também contribuem com a produção do lodo que será utilizado como insumo na fabricação de biofertilizantes e outros processos sustentáveis”, destaca Isadora.
De resíduo ao insumo sustentável
O projeto de transformação do lodo em biofertilizante ganhou força técnica e institucional e foi oficialmente lançado em junho de 2024, na unidade da Organics Biofertilizantes, em Terenos (MS).
O gerente de Meio Ambiente da MS Pantanal, Fernando Garayo, relembra que a trajetória da iniciativa começou em 2022, quando a concessionária apoiou um simpósio sobre biossólidos e iniciou uma parceria com a Organics, empresa especializada em compostagem de resíduos orgânicos.
Batizado de FertBio-MS, o projeto consiste na compostagem do lodo desidratado das ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto), combinado com esterco bovino e outros resíduos orgânicos, resultando em um adubo orgânico classe B, com elevado valor agronômico. Ao longo de 12 meses de testes práticos, todas as amostras foram monitoradas e aprovadas pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
“Desde então, já destinamos mais de 700 toneladas de lodo ao reaproveitamento agrícola, volume que tende a crescer com o avanço da universalização do esgotamento sanitário no estado”, conclui Garayo.
Distribuição de biofertilizante no fortalecimento da agricultura familiar
Segundo a Coordenadoria de Agricultura Familiar da SEAF/SEMADESC, a Ambiental MS Pantanal distribuiu gratuitamente mais de 260 toneladas de biofertilizante a assentamentos, comunidades quilombolas e instituições de Mato Grosso do Sul. O insumo, produzido a partir do lodo tratado nas ETEs, foi transportado em 26 cargas para fortalecer a agricultura sustentável e a economia circular.
Do total, 210 toneladas foram destinadas a assentamentos em Sidrolândia, Terenos e Campo Grande, beneficiando pequenos produtores, mulheres agricultoras e aldeias indígenas. Outras 50 toneladas chegaram a comunidades quilombolas de Campo Grande, Jaraguari e Terenos. Instituições como viveiros, associações e a Prefeitura de Campo Grande também foram atendidas.
A ação é fruto da parceria entre MS Ambiental Pantanal, SEAF/SEMADESC e Organics, formalizada pelo ‘Termo de Doação’ assinado em junho de 2024, com validade de dois anos.
Com MS Pantanal