Em São Paulo três mortes são confirmadas e fechamento de bares suspeitos é anunciado
O Governo Federal estabeleceu um protocolo de ação para casos de intoxicação por metanol, após a confirmação de dez ocorrências no estado de São Paulo, sendo três delas fatais. A medida foi definida em reunião extraordinária do (SAR) Comitê Técnico do Sistema de Alerta Rápido, realizada na segunda-feira (29), com participação de ministérios, órgãos de segurança e saúde, além de representantes internacionais.
O Ministério da Saúde determinou que todas as unidades de atendimento, especialmente as de urgência e emergência, sigam o protocolo de notificação obrigatória para casos suspeitos de intoxicação exógena. A prioridade é identificar rapidamente os pacientes, oferecer tratamento adequado e rastrear possíveis focos de disseminação.
Segundo nota oficial, os casos mais recentes diferem do padrão histórico. Antes, as intoxicações por metanol estavam associadas a populações em situação de vulnerabilidade, geralmente relacionadas à ingestão de álcool adulterado em postos de gasolina. Desde setembro, porém, os registros envolvem pessoas que consumiram bebidas destiladas em ambientes sociais, como bares, incluindo gin, whisky e vodka.
“Os casos apresentam padrão inédito e diverso aos que eram, até então, registrados”, informou o comunicado do governo federal, que também alertou para a existência de casos ainda não notificados.
Ações em São Paulo
Na manhã desta terça-feira (30), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que o Estado vai interditar estabelecimentos suspeitos de vender bebidas adulteradas. A decisão é cautelar e tem como objetivo proteger a população. O governador também afastou a hipótese de participação do crime organizado.
“Muito tem se especulado sobre participação do PCC. Não há evidências de envolvimento do crime organizado. As pessoas que trabalham nas destilarias investigadas não têm ligação entre si”, afirmou Tarcísio.
Ele classificou a situação como um problema de saúde pública nacional e anunciou a criação de um gabinete de crise, reunindo as áreas de saúde e segurança pública.
Investigação da Polícia Federal
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, confirmou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal para investigar a origem das bebidas contaminadas. A suspeita é de que os produtos tenham sido distribuídos para outros estados, o que amplia a gravidade do caso.
“Tudo indica que há distribuição para além de São Paulo, e, portanto, por transcender o limite de um Estado, atrai a competência da Polícia Federal”, disse o ministro.
Sintomas e riscos
O metanol, quando ingerido, é metabolizado no organismo em substâncias altamente tóxicas, como formaldeído e ácido fórmico, que podem provocar cegueira e até levar à morte. Os principais sintomas de intoxicação incluem:
– visão turva ou perda de visão,
– náuseas e vômitos,
– dores abdominais,
– sudorese intensa e mal-estar generalizado.
O governo federal recomenda que qualquer pessoa que apresente sintomas após consumo de bebidas alcoólicas busque imediatamente atendimento de emergência. Os canais de contato para orientação são:
– Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001;
– CCI São Paulo: (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733 (ligações de todo o país);
– Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) regionais.
O Ministério da Saúde reforça que a rápida identificação e tratamento podem salvar vidas e reduzir os riscos de sequelas graves.
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