Ministro da Saúde cancela viagem aos EUA após restrições de circulação impostas pelo governo norte-americano

Foto: Fábio Rodriguez-Pozzebom/Agência Brasil
Foto: Fábio Rodriguez-Pozzebom/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, decidiu não viajar aos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), depois que o governo norte-americano restringiu sua circulação no país.

Apesar de ter obtido visto, Padilha foi autorizado a se deslocar apenas entre o hotel, a missão diplomática brasileira e a sede da ONU, ficando impedido de seguir para Washington D.C. e outros compromissos oficiais. “Em razão dessas limitações infundadas e arbitrárias ao exercício diplomático brasileiro, o ministro Alexandre Padilha decidiu não participar das atividades para as quais foi convidado e permanecer no Brasil”, informou o Ministério da Saúde em nota.

Acusações de retaliação

Em carta enviada aos ministros da Saúde dos países-membros da OPAS, Padilha classificou a medida como “arbitrária e autoritária”, afirmando que ela afronta o direito internacional e prejudica a cooperação entre países soberanos. Ele apontou que, em agosto, sua esposa e a filha de 10 anos tiveram os vistos cancelados, em ação que também atingiu servidores e ex-servidores ligados ao programa Mais Médicos.

Para o ministro, as restrições são uma retaliação ao papel do Brasil na defesa das vacinas, da ciência e da democracia. “O efeito imediato das restrições que me foram impostas é impedir a plena participação do Brasil em órgãos das Nações Unidas sediados nos Estados Unidos, enquanto exercemos a presidência pro tempore do Mercosul e dos Brics e presidimos a Coalizão do G20 na Saúde”, escreveu.

Padilha destacou ainda que as limitações atrapalham encontros bilaterais e negociações internacionais para ampliar a capacidade de oferta de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive com laboratórios, serviços hospitalares e instituições de pesquisa.

Defesa da soberania brasileira

O ministro afirmou que o governo brasileiro não renunciará à sua soberania e criticou os “pretextos alegados” pelos EUA, que, segundo ele, não têm amparo legal nem factual. “Decisões desse tipo merecem repúdio, pois colocam em xeque a experiência democrática dos Estados Unidos”, disse, ressaltando, no entanto, que a medida não representa a sociedade norte-americana como um todo, que historicamente mantém laços de cooperação científica e humanitária com o Brasil.

Articulações mantidas

Mesmo ausente, Padilha garantiu que as negociações brasileiras no âmbito da OPAS serão conduzidas pela delegação já presente em Nova York e Washington. “Nesse momento sombrio, reitero o inabalável compromisso do Ministério da Saúde do Brasil com a promoção da saúde, da ciência, da paz e da democracia, nas Américas e em todo o mundo”, concluiu.

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil ainda não se manifestou oficialmente sobre as restrições impostas ao ministro. Ministro da Saúde cancela viagem aos EUA após restrições de circulação impostas pelo governo norte-americano

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, decidiu não viajar aos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), depois que o governo norte-americano restringiu sua circulação no país.

Apesar de ter obtido visto, Padilha foi autorizado a se deslocar apenas entre o hotel, a missão diplomática brasileira e a sede da ONU, ficando impedido de seguir para Washington D.C. e outros compromissos oficiais. “Em razão dessas limitações infundadas e arbitrárias ao exercício diplomático brasileiro, o ministro Alexandre Padilha decidiu não participar das atividades para as quais foi convidado e permanecer no Brasil”, informou o Ministério da Saúde em nota.

Acusações de retaliação

Em carta enviada aos ministros da Saúde dos países-membros da OPAS, Padilha classificou a medida como “arbitrária e autoritária”, afirmando que ela afronta o direito internacional e prejudica a cooperação entre países soberanos. Ele apontou que, em agosto, sua esposa e a filha de 10 anos tiveram os vistos cancelados, em ação que também atingiu servidores e ex-servidores ligados ao programa Mais Médicos.

Para o ministro, as restrições são uma retaliação ao papel do Brasil na defesa das vacinas, da ciência e da democracia. “O efeito imediato das restrições que me foram impostas é impedir a plena participação do Brasil em órgãos das Nações Unidas sediados nos Estados Unidos, enquanto exercemos a presidência pro tempore do Mercosul e dos Brics e presidimos a Coalizão do G20 na Saúde”, escreveu.

Padilha destacou ainda que as limitações atrapalham encontros bilaterais e negociações internacionais para ampliar a capacidade de oferta de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive com laboratórios, serviços hospitalares e instituições de pesquisa.

Defesa da soberania brasileira

O ministro afirmou que o governo brasileiro não renunciará à sua soberania e criticou os “pretextos alegados” pelos EUA, que, segundo ele, não têm amparo legal nem factual. “Decisões desse tipo merecem repúdio, pois colocam em xeque a experiência democrática dos Estados Unidos”, disse, ressaltando, no entanto, que a medida não representa a sociedade norte-americana como um todo, que historicamente mantém laços de cooperação científica e humanitária com o Brasil.

Articulações mantidas

Mesmo ausente, Padilha garantiu que as negociações brasileiras no âmbito da OPAS serão conduzidas pela delegação já presente em Nova York e Washington. “Nesse momento sombrio, reitero o inabalável compromisso do Ministério da Saúde do Brasil com a promoção da saúde, da ciência, da paz e da democracia, nas Américas e em todo o mundo”, concluiu.

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil ainda não se manifestou oficialmente sobre as restrições impostas ao ministro.

 

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