Lula inaugura obras em Belém, anuncia universidade indígena e reforça discurso climático antes da COP30

Lula durante visita à Aldeia Vista Alegre do Capixauã - Foto: Ricardo Stuckert/PR
Lula durante visita à Aldeia Vista Alegre do Capixauã - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou no sábado (1º) uma agenda de dez dias fora de Brasília, marcada por inaugurações, anúncios voltados à pauta ambiental e preparação final para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém entre 10 e 21 de novembro.

A capital paraense recebeu o presidente para a entrega das obras de ampliação e modernização do Aeroporto Internacional de Belém e a requalificação do Porto de Outeiro, investimentos que fazem parte da estrutura logística para o evento global.

Ao todo, o aeroporto recebeu R$ 450 milhões em investimentos, enquanto o porto passou por intervenções para ampliar capacidade operacional e atendimento de cargas e passageiros. Ainda nesta primeira etapa de compromissos, Lula confirmou que viajará a Fernando de Noronha (PE), onde deve lançar, nos próximos dias, um novo projeto federal de energia renovável.

COP da virada

Na sexta-feira (31), o Itamaraty confirmou que 170 delegações estrangeiras participarão da Cúpula dos Líderes, marcada para os dias 6 e 7 de novembro, etapa que antecede a COP30. Do total, 57 chefes de Estado e 39 ministros confirmaram presença. Lula representará o Brasil no encontro.

A primeira-dama Janja Lula da Silva discursou durante a abertura do festival musical Global Citizen: Amazônia, no estádio Mangueirão, em Belém, e reforçou a expectativa do governo de que esta seja a “COP da virada”, destacando a queda de 50% no desmatamento da Amazônia em 2023, na comparação com 2022.

“A crise climática é também uma crise de desigualdade”, afirmou Janja, citando dados que apontam que o 1% mais rico do Brasil emite sete vezes mais carbono que os 10% mais pobres. A primeira-dama também defendeu um modelo de transição justa, que concilie crescimento econômico e proteção ambiental.

O festival reuniu artistas como Gilberto Gil, Anitta, Gaby Amarantos, Seu Jorge, Charlie Puth, Daniela Mercury e Chris Martin, e marcou o encerramento da campanha “Proteja a Amazônia”, que já arrecadou mais de US$ 345 milhões para ações de preservação.

Lula anuncia universidade indígena

No domingo (2), Lula visitou a Aldeia Vista Alegre de Capixauã, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, em Santarém, e anunciou a criação da primeira Universidade Indígena do Brasil, com sede em Brasília e campi descentralizados em todos os estados.

“Os jovens indígenas vão poder estudar perto de suas aldeias, sem ter que deixar seu território”, afirmou. O anúncio oficial será feito no dia 17 de novembro, também em Brasília.

O presidente ainda se disse surpreso com a falta de energia elétrica nas aldeias da reserva, onde vivem cerca de 13 mil indígenas, e prometeu levar eletrificação por meio de energia solar para 4.338 famílias. A promessa inclui instalação de painéis fotovoltaicos, sistema que dispensa ligação tradicional à rede elétrica.

A presidente da Funai, Joênia Wapichana, afirmou que a demarcação das comunidades Vista Alegre e Escrivão será concluída em 2025. A agenda contou ainda com a presença das ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente).

 

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