Precisamos nos perguntar: Estamos seguindo a quem?
Depois de anos subjugados às ideais opostas, depois de ver a degradação de princípios e valores, depois de assistir o país sendo assaltado, depois de ver incompetentes em cargos de decisão, depois de perder a esperança, eis que surge alguém nos conduzindo a uma revolução radical e a uma mudança de rumo. Depois de ter acompanhado por longos anos a formação de uma horda cega de seguidores de um alguém que tinha o poder da oratória.
Depois de ver fanáticos defendendo e brigando por um líder, que usando o discurso do mais fraco, proporcionou a construção de impérios entre os favorecidos do poder.
Depois de repugnar tantas ideologias a serviço de interesses pessoais.
Depois do sentimento de estar indefeso e sem um líder, é natural que agora se queira extravasar e comemorar.
É mais que natural que queiramos tomar as rédeas e conduzirmos nossa nação para uma direção oposta.
É para este momento da história que devemos voltar nossos olhos e nossas mentes. São os métodos que precisamos questionar.
Guardando as devidas proporções, citaria a Revolução Francesa na implantação da guilhotina.
De julgador a julgado o que ocorreu foi movimento de massas ferozes, tenazes, respaldadas de razão e conduzidas por ideologias que se radicalizaram.
O Brasil vive hoje um momento de radicais contra os radicais que conduzem massas humanas atirando pedras. Teorias da conspiração brotam de cada acontecimento ou atitude. Não se ousa questionar lideranças sob o perigo de se pertencer ao “outro” lado.
Não há contraponto ou opinião divergente que ande na mesma direção. A liderança está certa, e todo aquele que se mostra contra ela deve ser banido do “bando”. Os objetivos e o futuro não são questionados, porque a vitória alcançada pelo líder lhe assegura carta branca.
Como na Revolução Francesa não se hesita em mandar para a guilhotina um parceiro de caminhada por ameaçar a liderança. E assim seguimos de modo cego, insano e sem qualquer análise, um comando tal qual fizeram outros povos da antiga e moderna história.
Não há dúvidas que precisávamos mudar o rumo deste país, não há dúvidas que temos uma liderança que nos agrega, não há dúvidas que lutamos contra grandes interesses.
A dosagem do poder, os limites da razão e a sensatez no exercício do poder é que somos obrigados a exigir. Os excessos não nos fazem bem nem mesmo na dosagem de remédios. A cegueira na idolatria de líderes, nos tornam ovelhas indefesas.
Pensa Brasil!
** O autor é empresário