Zé Celso está em episódio da série ‘Camarim em Cena’

Ator, dramaturgo e diretor, preso e torturado em 1964, fala sobre a resistência do teatro brasileiro

Amanhã o Itaú Cultural coloca no ar, às 14h, uma edição especial do“Camarim em Cena”, com o diretor, dramaturgo e ator Zé Celso Martinez Corrêa. Este episódio da quarta temporada em versão on-line é a gravação de 2018 com o diretor, realizada na sede do Teatro Oficina, na conversa com o jornalista e crítico teatral Nelson de Sá. 

Ícone da Tropicália e um dos líderes do movimento contracultural do Brasil, Zé Celso recorda dos tempos de prisão e tortura, em 1964, e do exílio em Portugal e Moçambique. De suas lutas, destaca a resistência para manter a sede do Teatro Oficina de pé no bairro do Bixiga, em São Paulo, a qual define como uma luta sagrada para a companhia.

Zé fala sobre passagens de sua trajetória teatral e de sua atuação dentro e fora dos palcos na defesa do teatro brasileiro e da liberdade de expressão por meio da arte. Ele abre o bate-papo cantando: “eu sou o teatro brasileiro, da vida o espelho verdadeiro, sambando nesse carnaval com a minha arte, que é imortal”, versos do samba-enredo “Quatro Séculos de Paixão – História do Teatro Brasileiro” defendido pela Vila Isabel no Carnaval de 1975.

Acredito realmente na eternidade do teatro”, assegura. “Senão, seria impossível você fazer uma peça de Shakespeare, fazer uma peça grega. É eterno, porque é natural. O teatro faz parte da vida humana. É a vida humana”, conclui. Criador do Teatro Oficina, ele fala da apresentação da peça “Roda Viva”, de Chico Buarque, apresentada em 2018, em comemoração aos 50 anos da primeira montagem sobre o texto do cantor e compositor, ainda novato na dramaturgia. 

De acordo com a assessoria da instituição, para Zé Celso, a peça tem uma forte essência, além da potência da narrativa e da música do autor na construção do enredo, o qual embasou a versão atual feita pelo Oficina.

“Nós compusemos mais músicas”, ressalta o diretor sobre a nova montagem de “Roda Viva”. “Então, agora, a versão é do Chico e de toda a Oficina Uzina Uzona. Começamos a reescrevê-la, porque uma série de coisas mudaram. Mas o teatro é assim. Você sempre traz a cada dia um público, a cada dia uma peça. É tudo vivo.”

“Enquanto eu puder cantar, eu canto. Enquanto eu puder mostrar a maravilha que é isso, eu mostro. Como diz Dionísio, eu acredito na potência do teatro, no poder da presença diante da presença do poder”, fala ele sobre a companhia e a atuação com o teatro.

Para assistir

 Na quarta e última temporada de sua versão on-line, o “Camarim em Cena” tem todos os episódios que já foram ao ar disponíveis no canal do Itaú Cultural no YouTube (youtube. com/itaucultural) para serem assistidos a qualquer hora. A série reúne, ao todo, 16 entrevistas, gravadas entre 2016 e 2019, com personalidades do teatro, da dança, do circo e da música falando sobre o ofício dos atuadores, sobre suas formações e processos criativos.

(Leo Ribeiro com assessoria)

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