Uma Batalha Após a Outra: longa une crítica social, ação estilizada e drama familiar

Fotos: Reprodução
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Dirigido por Paul Thomas Anderson e estrelado por Leonardo DiCaprio

Estreia hoje nos cinemas brasileiros Uma Batalha Após a Outra (One Battle After Another), novo longa protagonizado por Leonardo DiCaprio, que mais uma vez entrega uma performance intensa e visceral. Com direção e roteiro assinados por Paul Thomas Anderson, o filme combina ação explosiva, humor ácido e drama emocional em uma narrativa que mergulha nas cicatrizes de um passado revolucionário.

Na trama, acompanhamos Bob Ferguson (DiCaprio), um ex-ativista que viu sua juventude marcada por ideais grandiosos e confrontos violentos. Agora, décadas depois, isolado e amargurado, ele é forçado a revisitar o passado ao ver sua filha sequestrada por um antigo inimigo, que ressurge após 16 anos de desaparecimento. Reunindo os companheiros de sua antiga célula revolucionária, Bob embarca em uma jornada de redenção (ou destruição) num thriller onde o tempo e os traumas caminham lado a lado.

Distribuído pela Warner Bros, o título promete agitar o circuito cultural com suas 2h42min de tensão e reviravoltas. Com classificação indicativa de 16 anos, o longa aborda temas como violência, drogas e relações familiares, e tem tudo para ser um dos destaques da temporada cinematográfica.

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Produção

Com orçamento estimado inicialmente em US$ 115 milhões, valor que, segundo o The Wall Street Journal, ultrapassou a marca dos US$ 140 milhões durante a produção, Uma Batalha Após a Outra teve sua estreia mundial realizada em Los Angeles no último dia 8 de setembro.

O filme é uma adaptação do livro de romance Vineland, de Thomas Pynchon. O longa, que marca mais uma colaboração de peso entre grandes nomes da indústria, conta com Leonardo DiCaprio, Sean Penn e Hall no elenco principal, confirmados desde o início de 2024. Essa é a produção mais ambiciosa de Paul Thomas Anderson até hoje, superando em escala e investimento todos os seus trabalhos anteriores, inclusive Sangue Negro (2007), que havia sido seu maior sucesso comercial até então.

Em entrevista ao site de entretenimento Fandango, Leonardo DiCaprio comentou sobre a parceria com o diretor.DiCaprio ainda ressaltou que Anderson desenvolvia a ideia do filme há quase uma década, e que a narrativa é construída com decisões criativas ousadas, pouco comuns no cinema de grande orçamento.

“Paul queria trabalhar comigo há um tempo. Conversamos sobre esse projeto desde o começo, mas ele foi ganhando forma ao longo dos anos. Entrar em um universo criado por ele é mergulhar numa experiência emocional e artística muito singular”.

Carregado de tensões políticas e referências à contracultura dos anos 60, o filme propõe uma reflexão atualizada: e se os ideais daquela geração fossem desafiados pelos jovens de hoje? Em meio a cenas de ação coreografadas com precisão e diálogos afiados, Uma Batalha Após a Outra se impõe como uma obra provocadora, que mistura crítica social e espetáculo visual. Anderson, conhecido por seu olhar autoral, entrega aqui um dos filmes mais complexos e visualmente impactantes de sua carreira.

Crítica Especializada

No site de críticas Rotten Tomatoes, o filme conquistou 98% de aprovação entre as 120 avaliações registradas até o momento com a crítica especializada tem tomado o filme com criticas posivas em sua maioria. Segundo Donald Clarke, do Irish Times, o grande diferencial da obra está justamente em sua grandiosidade assumida. Paul Thomas Anderson, conhecido por seu apreço pelo cinema, reafirma aqui seu gosto pelo exagero estético.

A produção impressiona ao unir imagens visualmente marcantes, com inspiração no clássico formato VistaVision, a um design de som imersivo e uma trilha sonora tensa e áspera composta por Jonny Greenwood, do Radiohead, colaborador habitual do diretor. O resultado é uma experiência sensorial intensa, onde a ansiedade dos personagens ecoa a cada cena.

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Para Wenlei Ma, crítica de cinema do site The Nightly, Uma Batalha Após a Outra tem tudo para ser um sucesso tanto nas bilheterias quanto entre os especialistas. Ela ressalta que, se a campanha de divulgação conseguir atrair o mesmo público que prestigiou “Era Uma Vez em… Hollywood”, o filme pode facilmente se tornar um dos destaques do ano.

Segundo a jornalista, a obra é cativante, bem construída e deve agradar pela combinação de entretenimento e conteúdo, com grande potencial de recomendação espontânea entre os espectadores. No entanto, ela também faz um alerta: em um cenário político cada vez mais polarizado, há o risco de o longa ser alvo de reações negativas por parte de grupos extremistas. Ainda assim, Ma acredita que o público que decidir assistir ao filme encontrará uma experiência cinematográfica rica e válida em todos os sentidos.

Para o crítico Guilherme Jacobs, do site brasileiro Omelete, o filme traduz em imagem e som a intensidade do próprio título, uma sequência incansável de desafios que refletem tanto os conflitos íntimos quanto os coletivos. No centro dessa jornada está Willa, figura marcante cuja postura diante da violência revela uma herança quase ancestral de confrontos.

Desde o olhar contido de Infiniti até a familiaridade instintiva com armas, tudo em Willa parece ter sido moldado por gerações de embates constantes.Segundo Jacobs, Paul Thomas Anderson constrói sua obra sobre a ideia de que a esperança, ainda que frágil e dolorosa, reside nas gerações que virão.

O filme está disponível em todas as redes de cinema de Mato Grosso do Sul. Aproveite para conferir a programação completa, com horários, sessões e escolher a melhor rede de cinema para curtir sua seção preferida com conforto e qualidade.

 

Amanda Ferreira

 

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