Evento é promovido pelo curso de audiovisual da UFMS e já apresentou mais de 800 produções ao longo dos anos
O curso de audiovisual da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) começou nessa segunda-feira (18), a sétima edição da mostra ‘Exibidinhas’, que reúne produções desenvolvidas por estudantes durante a graduação, como filmes, fotos, documentários, animações e clipes musicais. As sessões seguem nesta terça-feira (19) e na próxima segunda-feira (25), no Anfiteatro Marçal de Souza Tupã, às 17h30, de forma gratuita.
Em sete edições, a mostra já apresentou mais de 800 produções autorais e se
consolida como vitrine para novos talentos do audiovisual sul-mato-grossense. Criado em 2020 por iniciativa dos próprios alunos, o projeto surgiu como um espaço para exibir trabalhos produzidos durante a pandemia de Covid-19 e se tornou uma iniciativa de mobilizar a entrada de novos estudantes no curso, conforme explica o professor do curso e responsável pelo projeto, Régis Rasia.
“No início do segundo semestre de 2021 os discentes manifestaram interesse em realizar uma sessão de exibição desses exercícios. E em março de 2022, durante a semana de acolhimento dos calouros no Campus da UFMS [em Campo Grande], foi realizado um ‘projeto piloto’ do ciclo de exibição”.
A mostra se tornou um espaço para que os estudantes vissem as suas criações para além da avaliação acadêmica, como uma experiência de valorização das obras apresentadas. “A mostra também apontou caminhos para que os exercícios práticos das disciplinas extrapolam o modelo tradicional de avaliação, transformando-se em uma experiência de apreciação coletiva que simula a dinâmica de festivais de cinema e valoriza o debate sobre o fazer audiovisual”, explica Rasia.
Entre as produções apresentadas na mostra, também estão filmes ainda não concluídos, o que segundo o professor, apresenta a potência criativa das obras e permite que os estudantes possam se conectar com o que é exibido. “Os alunos são protagonistas do projeto, assumindo funções como curadoria, divulgação e produção. A cada ano, o evento se mostra mais organizado, com um número crescente de obras apresentadas. A sala onde ocorrem as exibições lota com pessoas sentadas até nos corredores”, comenta.

Foto: Reprodução
Oportunidade
Para o estudante de Audiovisual, Pedro Miyoshi, o evento é muito mais do que apenas algo voltado para a comunidade acadêmica, ele busca alcançar espectadores para além do ambiente universitário e do setor audiovisual. “O projeto atua como um catalisador para o contato com o cinema, incentivando o surgimento de novos olhares e potenciais realizadores de obras aqui no estado. Embora o cinema independente esteja crescendo no Brasil, ainda há uma carência de mostras acessíveis que valorizem a nova geração de realizadores”, afirma o estudante.
Toda a organização é conduzida pelos estudantes, que assumem funções de curadoria, produção e divulgação. Desde sua criação, o projeto já exibiu mais de 800 obras autorais. Para Miyoshi, o impacto vai além do ambiente universitário. “Alinhado às políticas de fomento à cultura e ao fortalecimento da identidade cultural regional, a proposta deste projeto é contribuir para a descentralização da produção audiovisual e a valorização de potenciais realizadores, além de coletar novas narrativas”, aponta.
Desde 2024 o projeto Exibidinhas teve algumas mudanças na sua estrutura organizacional, e agora conta com dois núcleos de trabalho, sendo um de organização responsável pela curadoria e planejamento das exibições, e outro de divulgação. “Neste ano o exibidinhas já está na sua 7ª edição, e mantém sua essência de exibir trabalhos acadêmicos, mas reforça sua identidade como vitrine acadêmica e cultural, aberta à comunidade e integrada ao cenário audiovisual universitário aqui do estado”, finaliza o professor.
E este ano tem novidade: além das sessões das produções, haverá debates com realizadores e, pela primeira vez, uma feira artesanal com estudantes do curso de Artes Visuais da Cidade Universitária, com exposição e venda de trabalhos autorais.
Confira as exibições:
19/08 – Início às 17h45
– Retratos Transmasculinos (Direção: Caleb Luís)
– Tudo o que a minha família viveu sem mim (Direção: Mariana Vernochi)
– Algo Sobre TV (Direção: Maxwell Sanches)
– Marcelinho (Direção: Larissa Neves)
– Enquetes Enfadonhas Volume 2 (Direção: Paulo, Kenneth e Pedro Miyoshi)
– Retratos do Movimento (Direção: Amanda Vargas)
– Escravo do Dinheiro (Direção: Gui Hadd)
– Ato Inconstitucional (Direção: Lucas Nakamura)
– O Belo Africano: entre o ideal e o presente (Direção: Ailton Franco)
– Som do Gueto (Direção: Daniel Felipe)
Dia 25/08 – Início às 17h45
– Essa droga de sonho não vai dar em nada (Direção: Dafne Alana)
– Olha como somos fortes (Direção: Kevin Campião e Pedro Miyoshi)
– Samsara (Direção: Alécio Luís França)
– Tempestade ocre (Direção: Deivison Pedrê)
– Sacramento (Direção: Paulo Ribeiro)
– 9 de Espadas (Direção: Luís Miguel)
– Obscura justiça (Direção: Gabriel Sequeira)
Para mais informações é possível entrar em contato através das redes sociais do projeto, @mostraexibidinhas.
Por Carolina Rampi