Pela primeira vez a Semana do Artesão acontece totalmente online e vai homenagear duas artesãs escolhidas pela classe. Esta é a 13ª edição do evento que vai do dia 19 a 26 de março. Esta estreia da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) em promove o evento de maneira virtual traz como sempre foi o físico: feira de artesanato, oficinas de técnicas artesanais e palestras, tudo gratuito.
A data escolhida acolhe a celebração do dia do artesão (19 de março) em Mato Grosso do Sul e terá a apresentação cultural de Gideão Dias. O objetivo é criar momentos de articulação e fortalecimento dos laços entre os profissionais da área. A gerente de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da FCMS, setor responsável pela Semana, Katienka Klain, explica que é um momento de reconhecimento destes profissionais ainda mais que em 2020 a pandemia obrigou o cancelamento do evento.
“A adaptação online é uma experiência única para levar nesse momento difícil uma homenagem aos nossos artesãos, assim também gerando renda através de feira de Artesanato, capacitações para os mesmos e difundindo as técnicas artesanais através da oficina”, avaliou. Na edição deste ano, as Entidades Classistas do Artesanato de MS escolheram homenagear as artesãs Elizabeth Marquês e Carmen Barcelos. Elizabeth desde criança já modelava o barro. Com o passar do tempo começou a esculpir e foi se desenvolvendo na arte de representar o seu entorno. Morava na fazenda em Ponta Porã, hoje produz o cavalo pantaneiro, a onça pintada, o cavaleiro guaicuru, o São Francisco pantaneiro, Santas, Fridas e outros personagens. Trabalha também com fibras do cerrado, produz tecelagem, cestaria e flores em fibras de bananeira, buriti e taboa. Conhecida nacionalmente por seu trabalho regional e representativo do Brasil.
trabalho
O trabalho de Beth é o que ela gosta de fazer, lhe proporciona felicidade e começou justamente para estar perto dos filhos. Para ela, artesanato é vida e sobrevivência. Por meio desta arte que conseguiu se sustentar e ajudar o filho até a graduação do 3º Grau. “Tudo através da cerâmica, tudo através do artesanato, o artesanato voltado ao regionalismo, o artesanato voltado para venda pra turista, é o meu viver”, declara. A ceramista ressalta que a profissão é ideal para quem precisa ficar em casa.
“Eu não queria deixar meus filhos sozinhos, eu achava importante eu estar junto e é uma profissão boa. Se profissionalize, vá atrás, faça cursos, é uma profissão, que se você trabalhar, se dedicar, você consegue ter um sustento. É uma profissão que só basta você trabalhar e correr atrás, procurar uma coisa que é regional, procurar uma coisa que é vendável, nós trabalhamos com muito turista. Se você se voltou para algum produto regional, de algum ícone de Estado, alguma peça que tem fundo regional, você vai ganhar dinheiro”, avalia. Ela se sente honrada pela homenagem por representaram grupo de pessoas que têm o brilho na alma por meio do artesanato.
Já Carmen, nascida em Aparecida do Taboado faz parte da história desta cidade, bem como de todo o Estado, pelo grande trabalho educacional em que implantou em 1978 a primeira sala de alunos especiais do Ensino Regular e Segundo Grau. Sua história com a arte se mistura à infância, quando linhas, crochês e bordados criavam os sonhos e o cotidiano, partilhando histórias e enfeitando objetos do dia-a-dia. Trabalha também em atividades voluntárias em entidades filantrópicas, em associações de artesãos e igrejas.
Professora aposentada há quase 30 anos, Carmen aprendeu o ofício com sua madrinha e depois aprofundou com as férias no colégio. Desde crianças já era empreendedora e vendia as roupinha de crochê de bonecas que produzia para as amiguinhas, mas foi só quando deixou de lecionar que se dedicou ao trabalho artesanal.
Para ela costurar, bordar livremente, fazer crivos e criar o próprio crochê é não só alegria, mas sucesso também. A arte fortalece sua autoestima ainda mais quando recebe elogios pela criação única. A artesão tem outras técnicas como vagonites e ponto cruz, mas não tem tempo, então se concentra no que é melhor: o crivo e as bainhas abertas todos brancos no branco. “O bordado mais clássico e fino, é melhor para vendas”, revela. Ela dá aulas gratuitas no Ateliê das Artes no Shopping Bosque dos Ipês. O orgulho mais novo é fruto da homenagem que a motivo no que chama de caminho de felicidade e realização pessoal.
Oficinas
Do dia 22 a 26 a Semana do Artesanato oferece palestras e oficinas gratuitas online. Basta se inscrever em https://loja.ms.sebrae.com.br/detalhe/. Nos três primeiros dias acontecem as palestras: Na segunda-feira, “As vantagens de ser um Microempreendedor Individual”, com Hudson Garcia Silva, às 15 horas. Já às 18h do mesmo dia e palestrante é a vez de abordar o “Mercado de compras Institucionais para MEI”.
Na terça-feira, Caroline de Cassia Sordi, auditora fiscal da Receita Estadual, fala sobre “Tratamento Tributário do artesanato de MS/ SEFAZ” às 9 horas. Já às 15 horas, Antônio Cézar Reis Barros fala sobre “Como iniciar e vender pela Internet”. Mais tarde, às 18 horas, Antônio César Barros fala sobre a “Utilização de Redes Sociais para comercialização de Peças Artesanais”. Quarta-Feira, às 15 horas, o tema é as “Boas práticas para embalagem do artesanato” com Antônio Cézar Reis Barro.
Nos dias 25 e 26 de março, tem quatro opções de oficinas: Papel Machê, Modelagem em Biscuit, Crochê em Amigurumi e Bordado Criativo. Os interessados devem ter os materiais para estarem no curso.
A Oficina de Papel Machê é de Antonia Hanemann, no dia 25 de março, quinta-feira, das 8 às 12 horas. Materiais para a oficina: 1 revista (qualquer revista); 1 jornal; Papelão (1caixa qualquer); látex branco PVA 0,5 litro; fita PVC; Cola Branca; Tintas acrílicas coloridas; Verniz acrilex fosco a base de água; Polvilho Doce 2 colheres; Fogão, micro-ondas ou rabo quente para esquentar água; 1 panela ou tigela para esquentar água. No mesmo dia, das 14 às 17 horas, acontece a Oficina de Modelagem em Biscuit, com a artesã Beth Marquês. Materiais para a oficina: Massa de biscuit cor branca 2 un. de 250g; Tinta bisnaga xadrez ocre e preta, 1 de cada; tinta acrílica ou tecido azul, amarelo e marrom, um de cada; um modelador e uma Espátula.
No último dia, Na sexta-feira, 26 de março, a artesã Terezinha Fabris ministra a Oficina de Crochê em Amigurumi, das 8 às 12 horas. Materiais para a oficina: linha para Amigurumi cor azul – um novelo; linha para Amigurum icor verde exército e verde claro – um novelo; linha para Amigurumi cor vermelho – um novelo; linha para Amigurumi cor branco – um novelo; linha para Amigurumi cor amarelo – um novelo; linha para Amigurumi cor marrom escuro – um novelo; linha para Amigurumi cor preto – um novelo; linha para Amigurumi cor bege – um novelo; uma tesoura; uma agulha de crochê 3 mm ou de acordo com a textura do fio; uma agulha de tapeçaria; fibra siliconada; olhos com trava.
Para fechar a Semana, das 14 às 18 horas, será ministrada a Oficina de Bordado Criativo pela instrutora Gisele Fraga. Material para oficina: meada de linha para bordar nas cores azul, verde exército. verde claro, vermelho; branco; amarelo, marrom escuro; preto e bege; tesoura, agulhas diversas para bordar números 7, 8 ou 9; agulha de tapeçaria; alicates para bijuteria; 2 m de fio encerado, ou couro p/biju, ou fio de algodão na cor desejada; tecido de algodão liso nas cores desejadas (brim, sarja ou algodão cru); fibra siliconada; argola para chaveiro; caneta mágica; fecho para bijuterias; sementes de açaí coloridas; bastidor mini MDF – bijuteria; bolachinha do mesmo tamanho do mini bastidor (3 unidades).