Representante de Campo Grande vence desfile de moda Plus Size

desfile
Foto: reprodução

Modelo Plus Size apenas há três anos, Susan Paloma, de 28 anos, conquistou o primeiro lugar na categoria tradicional do Concurso Miss Glam U Plus Size Brasil. Reunindo candidatas de diversos Estados do país, a segunda edição do evento foi realizada na semana passada, no Ceará. Segundo Susan, em entrevista ao jornal O Estado, seu objetivo principal “é transmitir para as mulheres que elas podem ser saudáveis, independente do tamanho do manequim, raça ou idade.” 

Visando desconstruir padrões, despertar a autoestima e autonomia de mulheres gordas, Susan, mais conhecida como Susi, esbanja beleza no mercado da moda. Ela já participou de desfiles internacionais realizados na Argentina e Uruguai. Apesar de ser uma mulher bem resolvida hoje, a modelo comenta que o processo de aceitação até a carreira próspera que possui em dias atuais foi longo. 

“Sempre tive problemas com a balança, já fiz várias dietas loucas e sempre que eu conversava com as pessoas, via que não era só eu. No momento que comecei a expandir isso, falar sobre aceitação e investir no meu trabalho como modelo, sempre recebi muitos elogios. E é exatamente isso que toda mulher gosta de receber: elogios! Ajudar a se vestir, a se aceitar e se amar. Eu lembro que comecei como modelo de maquiagem e trocava make por make com um profissional super renomado, aqui em Campo Grande. Depois disso, comecei a ter visibilidade e outros maquiadores começaram a me chamar. Por isso, digo que a beleza está nos olhos de quem vê. A moda hoje está muito mais moderna do que há 10 anos, e é claro que ainda temos que melhorar muito. Mas melhorar, primeiramente, o preconceito e o respeito. Porque, independente do tamanho do seu manequim, cor ou raça… cada uma tem sua beleza!”, enfatiza a modelo. 

Lutas e desafios 

Natural de Cruz Alta-RS e há sete anos residente em Campo Grande, Susi participou do concurso representando a Capital e conquistou a coroa de primeiro lugar na categoria Miss Plus Size tradicional, categoria voltada para mulheres abaixo de 39 anos e com o manequim do tamanho 46 para cima. Conforme comenta a modelo, um dos desafios da moda plus size, além da quebra de paradigmas do corpo da mulher, também está na dificuldade em encontrar roupas em tamanhos maiores e com valores acessíveis, aspectos que ainda denunciam uma falta de aceitação à diversidade dos corpos. 

“Acho justo as lojas investirem não só em tamanho slim [peças designadas para corpos magros], mas também no plus size, pois as roupas estão muito caras e poucas lojas trabalham com tamanhos maiores. Além disso, é tão chato entrar em uma loja com uma amiga slim para fazer compras e não ter nada do meu tamanho. Acho que todas as lojas deveriam aderir a essa ideia. Então, meu trabalho também é divulgar as lojas que possuem os tamanhos adequados para meus seguidores, além de divulgar estilos e valores”, comenta.

Incentivos e oportunidades 

O concurso Miss Glam U Plus Size Brasil foi desenvolvido em 2022 e teve sua 1ª edição no Ceará. Logo na inauguração, o concurso já propôs uma passarela a nível nacional com premiações que foram desde itens oferecidos pelos patrocinadores até uma entrada ao Miss Plus Size Mercosul. A idealização do evento surge a partir da produtora Jack Queiroz que, ao longo de onze anos de carreira, percebeu que o mercado plus size ainda era carente nesse âmbito. Com o intuito de inspirar a aceitação, a modelo ainda ressalta que a sua missão “é mostrar que a celulite não é feia, estrias são normais e que em cada dobrinha do corpo existe uma história”, e finaliza com dicas para quem deseja entrar no ramo das passarelas. 

“A mensagem que eu quero transmitir não é para as pessoas serem gordas, não. Muito pelo contrário, mas serem saudáveis. Se a pessoa não gosta de algo no seu corpo, mude. Mude a cor do cabelo, sorriso, estilo. A gente vive em uma constante mudança. O que eu quero transmitir é que seja saudável, se compare com algo saudável. Por mais que estejamos na ‘modernidade’, ainda existe, sim, muita mentira contada em redes sociais. E o meu papel é mostrar que a minha celulite não é feia, minhas estrias são normais e que em cada dobrinha do meu corpo existe uma história. E quero que as pessoas se inspirem nisso. Não precisamos de aprovação, nem de marido, nem de família e muito menos da sociedade para ser feliz, porque nosso maior inimigo somos nós mesmos. E assim, para quem deseja entrar nesse ramo, eu digo para investir em uma rede social agradável e sendo você mesma, faça um book fotográfico profissional, comece com um valor acessível também para seu cliente. Outra: trate a todos como iguais, com muito respeito, independente se a opinião não for a mesma da sua, respeite. Estude sobre moda.” 

Para conhecer o trabalho de Susi, acesse, no Instagram @susi_tirloni_plussize. 

Por – Ana Cavalcante

 

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