Abraçando dois gêneros em sua décima primeira edição (rap e reggae), o Projeto Vertentes, no domingo (16), traz ainda a experimentação no já tradicional palco de uma modalidade artística que tem ganho cada vez mais espaço, levando inclusive expoentes da Capital para o Festival América do Sul Pantanal – que aconteceu em novembro de 2019 – representando a batalha de rimas.
Inovando no formato do show, para esse estilo – que se destaca do rap pela distinta habilidade do improviso –, no palco terão quatro microfones, com a batalha de rimas sendo comandada pela revelação Toni Jazz, que representando o movimento fomenta a cena com a Batalha da Z.O e vários outros “slams” que acontecem por Campo Grande. Ainda sobem ao palco do Vertentes a banda de reggae Canaroots, General R3 and The Black Family e Falange da Rima.
CANAROOTS: teve início em 2003 na Capital, com shows em Campo Grande, cidades do interior de MS, além de cidades litorâneas em Santa Catarina, Paraná e Pará (de 2014 a 2016). Entre as colaborações que acumulam, a Canaroots já dividiu o palco com artistas consagrados como: Natiruts, Tribo de Jah, Maskavo, Jah Live, Dubterian, Q.G. Imperial, Marina Peralta Orquestra Jungla (Argentina). Suas composições trazem nas letras mensagens de paz e amor, fé, de cunho social e, sobretudo, que exaltam o amor a Jah, à natureza e ao próximo. Para Lincoln Gouveia, vocalista do Canaroots, tocar no projeto Vertentes é um privilégio.
“É um prazer imenso participar de um projeto que agrega os melhores artistas de nossa terra, e também poder representar o reggae, nossa banda este ano completa 17 anos de estrada e nada melhor do que começar 2020 fazendo esse show, na Casa de Ensaio, pelo projeto Vertentes.” Lincoln também ressalta a importância do apoio da iniciativa privada na realização de eventos da cidade.
“Eu acho muito importante a iniciativa privada apoiar esse tipo de evento, que une várias bandas e artistas, às vezes percebemos que o governo falta apoiar algumas áreas, quando desejamos realizar um evento, o incentivo vem pela metade, então a iniciativa chegando forte, nesse caso a Engepar, é muito interessante o suporte com qualidade na estrutura de palco, som e luz para os shows. Isso é muito legal”, finaliza o músico.
GENERAL R3 AND THE BLACK FAMILY: vulgo “General R3”, Rodrigo Castejon traz consigo o peso de 22 anos de participação ativa no cenário musical do hip-hop, com dois clipes, festivais como: “Encontro de todas as tribos SP”; “FLIB” (Festival Literário de Bonito), “Festival Hora Rap” em Dourados, três edições do “Festival Expressão de Rua” e diversos outros. Na discografia o músico traz “Arte. 32” (2015); “Biopoesia” (2019). Desde 2019, tem criado novas rimas, composições, contando com a parceria de amigos e alguns artistas de relevância musical nacional, tais como: Jerry Espíndola, Guarany Evânio, Marina Peralta, Rodrigo Teixeira, Juci Ibanez, Romário Amorim, Luis Ávila, entre outros.
Sob a produção musical e artística de Ricardo Agra (São Paulo); produção vocal e backin’ vocal de Eduardo Oliveira (Rio de Janeiro) e Vivi Calazans (Salvador), que fazem parte de seu novo projeto musical – And The Black Family. General R3 também chamou a atenção para a importância do Projeto Vertentes. “É um projeto que realmente tem valorizado todas as vertentes da música, e o rap como vertente musical tem dificuldade em ser incluído nesses coletivos musicais. A importância é a fomentação do nosso estilo no Estado de MS”, pontua o rapper.
General celebra o debute de seu novo trabalho nesta edição do Vertentes. “Nesta apresentação faremos o lançamento do General R3 And Black Family. Uma roupagem nova com banda.” R3 acredita que o exemplo dado pela Engepar possa incentivar outros parceiros. “Com apoio da Engepar acreditamos que há espaço pra mais empresas apoiarem essa causa. Mas o passo inicial está dado e creio que em breve mais empresas vão contribuir com essa causa”, ressalta o artista.
“Aqui em Mato Grosso do Sul, como no mundo, o hip-hop tem crescido e tomado proporções gigantescas. Tivemos um campeão nacional de Freestyle no Estado, e isso deu visão mais ampla para os adolescentes que têm chegado e pegado a bandeira do estilo pra carregar com responsabilidade paz, amor, união e diversão”, finaliza General, a respeito da visibilidade do hip-hop no estado.
FALANGE DA RIMA: Flynt, Don Geral, Ucley e DJ Magão compõem o grupo nascido na Capital, no ano de 1998, sendo os pioneiros do rap em Mato Grosso do Sul. Lançaram o EP batizado de “Mariposa Assassina”, com as músicas: “Mais um da Plateia”, “A Quem Possa Interessar”, “Quem Nunca Sonhou em Ter?”, “Abrakadabra” e “Circo dos Horrores”, que rendeu um videoclipe, foi selecionado para o Prêmio Hutus e um convite para participar do programa “YO!”. Na MTV Brasil, a música também participa da coletânea Discovery para o Brasil.
Em 2013 lançam o CD “Esquadrão Mariposa”, que traz 12 faixas inéditas, sendo bem recebido pelo público e pela crítica. Como grupo já participaram do Festival América do Sul em Corumbá-MS, Festival Amostra Grátis em Cuiabá-MT, São Paulo, Brasília-DF, colaborando ainda com artistas como Racionais Mcs, Thayde e DJ Hum, MV Bill, Facção Central, Realidade Cruel, SNJ, Projota, Emicida, Marcelo D2, entre outros.
Mano Clay falou sobre a importância de o Falange mostrar seu trabalho, que desde 1989 traz o hip-hop das ruas para o palco. “A gente enxerga o evento do Vertentes como um espaço para mostrar nossa música, nosso trabalho e a força transformadora do hip-hop. Ele muda as pessoas.A Engepar é muito gentil com os artistas locais, pois contempla todos os estilos musicais. Nos sentimos orgulhosos e honrados em participar disso.”
O artista acredita na valorização da música regional, do esporte regional: “Eu acredito nessa proposta em valorizar a cultura e o esporte regional. Tomara que mais empresas acreditem nesse tipo de iniciativa. O hip-hop mudou minha vida”, finaliza Mano Clay. Mano Clay apresenta aos sábados na Educativa FM 104,7, das 12h às 14h, o programa “A Hora do Rap”. O 11° Projeto Vertentes acontece dia 16, às 18h, na Casa de Ensaio, localizada na Rua Visconde de Taunay, 203. Informações: (67) 99984-7914.
*Confira mais na edição de 11 de fevereiro do jornal O Estado MS
(Texto: Leo Ribeiro e Marcelo Rezende/ Publicação de Lyanny Yrigoyen)