Jornalista campo-grandense, Rafael Belo divulga pré-lançamento do primeiro livro de poesia, que acontecerá na Capital e na Argentina
“O poema é a única verdadeira mão que o poeta estende”. A frase é da escritora portuguesa Ana Hatherly. Em consonância com os dizeres, o pré-lançamento de “Eco do Tempo”, obra do jornalista, produtor cultural e poeta Rafael Belo, “estende a mão” aos leitores com o intuito de proporcionar desde um lugar de aconchego até um respiro reflexivo. Composto por 31 poemas, o livro é formado por retratos do cotidiano que podem revelar, de maneira delicada ou aguda, um reflexo do nosso próprio eu. Programado para ser lançado em janeiro, os interessados já podem adquirir a obra em pré-venda, no site da editora Caravana.
Há 18 anos atuando como jornalista e cinco como produtor cultural, além de uma carreira frutífera como escritor, Rafael Belo também é poeta. Segundo ele, sua relação com a poesia acontece há 37 anos, um envolvimento que rendeu ao profissional resultados profícuos. Um dos desenlaces desse compromisso é o lançamento de “Eco do Tempo”. A obra consiste em 31 poemas centrados na poesia contemporânea, que abordam diversos dilemas e paradoxos da contemporaneidade, conforme descreve o autor.
“Minha poesia é cotidiana, é contemporânea. É sobre coisas, gestos e vidas invisíveis. O ‘Eco do Tempo’ mostra nossa rotina nos engolindo, nossas telas nos matando, mas também nos dando vida, nossa pressa e cegueira ao que está perto, nossos sentimentos intensos, rasos, profundos e ainda sem identidade. É um reflexo, um eco de tudo que a humanidade fez para chegar até aqui. Além da reflexão sobre como chegamos e o que fazemos com nossas relações. Respondendo, depois desta introdução: o tema é o digital em nuances analógicas”, explicou Rafael.
Trajetória árida até a publicação
O pré-lançamento de “Eco do Tempo” já está em andamento e a mudança da data de lançamento para as primeiras semanas de janeiro foi anunciada. Rafael planeja realizar o evento em diversos locais, encerrando a última fase no dia 12 de fevereiro, coincidindo com seu aniversário. O primeiro evento ocorrerá na cafeteria vintage Doce Lembrança, entre os dias 13 ou 17. Ainda, o escritor rememora sobre as dificuldades que os autores regionais enfrentam para conseguir lançar seus trabalhos.
“O pré-lançamento já está acontecendo. Mas o lançamento, que tudo indicava ser em dezembro – conhecido como agora mesmo – muda para as primeiras semanas de janeiro. O primeiro encontro será na cafeteria vintage Doce Lembrança. Falando em lembrança, foi um desafio hercúleo lançar meu primeiro livro (‘Vendo Versos’), em 2019. No ano de 2018 todo contei com a parceria de amigos, como Pedro Espíndola e Gilson Espíndola, que foram fundamentais para levantar o valor da impressão da obra. Acredito que foram sete edições consecutivas onde, pela primeira vez, artistas e criadores de todos os segmentos se apresentaram simultaneamente no meu espaço. Foi o ‘Convergência das Artes’. Porém, é desgastante, mesmo que gratificante. Então, desde março tenho separado originais. Enviei três para três editoras diferentes, todos foram aprovados. Na abertura de chamada da editora Caravana, logo vi e enviei. Foi aprovado e eles tentaram entrar em contato comigo. Ainda bem que não desistiram. Salvo engano, desde setembro me buscam. Só no dia 9 de novembro que os redescobri, os atendi e agora estou aqui, sendo traduzido para o espanhol e com lançamento também chegando na Argentina”, revela Rafael.
O dom para com as palavras
Ao longo de sua carreira, Rafael escreveu diversos livros, incluindo “Vendo Versos” e um conto distópico chamado “O Impacto Perdido”. Sua trajetória literária e jornalística começou cedo, pois, segundo ele, desde os três anos, ele se dedica à poesia. Rafael destaca seu amor pela literatura fantástica e ficção, mencionando influências de autores como Stephen King, Franz Kafka, Nietzsche, Machado de Assis, entre outros. Deus, a observação das pessoas, a leitura, a escrita e diversas formas de arte são suas principais motivações.
“Eu me tornei independente intelectualmente muito cedo. Li todos os livros de casa para não ter que tirar dúvidas com meus pais, sempre muito trabalhadores. Li toda a [Enciclopédia] Barsa, li a biblioteca de uma escola quando estava na sexta série. Então, sempre tive muito o que dizer. E vim aprimorando a minha poesia, este dom em prestado por Deus. E sigo aprimorando. O que enxergo e sinto, acredito que verbaliza ou torna mais concreto o que muita gente sente e não consegue nomear, ou o que precisa dizer e não encontra as palavras. Isso me torna escritor. Gosto de ler livros de todas as origens culturais. Tenho lido livros chineses, senegaleses, angolanos, suecos, japoneses, suíços, afegãos, além dos brasileiros. Gosto demais de Stephen King, de Franz Kafka, de Nietzsche, Machado de Assis, Lima Barreto, Rubens Alves, Clarice Lispector, Cecília Meireles… Eu demorei décadas para ler poesia, para não ser influenciado por poetas. Deus me motiva. Observar as pessoas, ler, escrever, ouvir música, ouvir as pessoas, séries, filmes, enfim, tudo isso me motiva. A vida é o motivo. Viver é bom”, acredita Belo.
Para adquirir a pré-venda acesse, no Instagram: @caravanagrupoeditorial. Para conhecer mais sobre o trabalho de Rafael, acesse @poetabelo.
Por – Ana Cavalcante.
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