Quando o clichê se torna interessante e enigmático

Um dos assuntos que permeia a cultura popular desde o início do século XX, ou talvez antes mesmo do ser humano conseguir fazer registros fotográficos é a ideia da terra recebendo visitas de seres esqueléticos meio humanoides, abduzindo ou deixando mandalas em plantações. E com a expansão de produções para TV o tema foi explorado de todas as formas em programas, séries, filmes. Um dos autores mais importantes é Rod Serling, criador de “The Twilight Zone”, série criada nos 1960 que foi um grande sucesso por trabalhar os medos das pessoas com histórias muito perspicazes.

“A Vastidão da noite” (2020), filme que agora é distribuído pela Amazon Prime, traz grande influência dessa série além de ideias muito criativas para a falta de recurso, já que o filme foi realizado num processo de semi guerrilha se é que podemos chamar assim.

Duas coisas chamam bastante atenção nesta obra, os diálogos muito bons e a escolha de planos abertos que dão uma dimensão diferente pra história, que se baseia muito em relatos e ajuda a criar essa atmosfera de apreensão misturada com a ideia de que tudo aquilo pode ser real mesmo.

Outra marca muito importante é conduzir todo o filme em um ambiente escuro para ajudar na narrativa e também mascarar
a falta de recursos. Temos aqui um filme que entende sua deficiência, mas não usa como desculpa.

(Confira mais na página C2 do jornal O Estado)

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