Grupo representa MS no Drops FIMS e lança vaquinha para custear viagem até Brasília
Após um hiato de um ano, o Projeto Kzulo está de volta para dar continuidade à sua trajetória musical e expandir suas fronteiras. A banda, que ficou conhecida no cenário musical de Campo Grande com o sucesso da música “Gaia”, retorna com força total, desta vez explorando novos territórios nacionais.
O grupo se apresenta no próximo dia 27 de setembro, em Brasília, no evento Drops FIMS – Etapa Centro-Oeste, dentro da programação do Festival Convida. Com sua mistura de influências latinas e afro-americanas, o Kzulo promete levar ao público uma experiência sonora única e cheia de energia.
Para viabilizar a apresentação na Capital Federal, o Projeto Kzulo lançou uma vaquinha online, com o objetivo de arrecadar recursos para cobrir as despesas de transporte, e outros custos logísticos da viagem até Brasília. O grupo, que tem se destacado por sua proposta inovadora e pelo som diferenciado, aposta no apoio dos fãs para concretizar o projeto. As doações podem ser feitas via Pix, utilizando a chave [email protected], em nome de Wellington Rodrigues Chaves.
Fundada em 2017, a banda é formada por Kalélo e Nino Rodrigues (vocais), Ricardo Lourenço (baixo), Rabelo (guitarra), Julian Vargas (percussão) e Alejandro Lasso (bateria). O Kzulo surgiu no cenário sul-mato-grossense com a proposta de fugir do convencional e trazer algo novo para a música local, sem se limitar às tendências dominantes da indústria. Após uma pausa em 2023 para dedicar-se a projetos paralelos, o grupo voltou em 2024 com uma nova fase, recheada de novidades e novos desafios.
Cena alternativa
Participar do Drops FIMS – Etapa Centro-Oeste representa, para o Projeto Kzulo, a realização de um sonho: levar o som autoral e regional de MS para uma vitrine nacional como a Feira Internacional da Música do Sul Global. A banda foi selecionada por meio de edital público, o que reforça o mérito artístico do grupo e sua relevância no cenário musical independente.
“Somos um coletivo de resistência que, apesar das dificuldades, busca se inserir no cenário musical com muito esforço e dedicação. Estar no Drops FIMS, uma feira internacional da música do Sul Global, é um reconhecimento do nosso trabalho”, revela Nino.
Apesar da empolgação com a seleção para o evento, a banda enfrenta desafios financeiros para realizar a viagem até Brasília; os custos de transporte e outros gastos logísticos são uma preocupação para o grupo.
“Infelizmente, o apoio governamental não veio. Pedimos ajuda aos órgãos públicos de apoio a cultura, mas a resposta foi negativa. Isso nos deixa chateados, pois sabemos que outros setores da música recebem apoio e incentivo, enquanto a cena alternativa, como a nossa, muitas vezes fica à margem”, conta Nino.
Para cobrir as despesas restantes, o Projeto Kzulo lançou uma vaquinha online, buscando apoio de seus fãs e da comunidade para viabilizar sua participação no evento. A iniciativa tem o objetivo de arrecadar o valor necessário para garantir que a banda possa viajar e representar Mato Grosso do Sul no festival sem comprometer a qualidade da apresentação.
“Cada um de nós vem de um lugar diferente, com uma história diferente. Quando juntamos essas experiências, formamos uma banda que não só faz música, mas que representa a pluralidade cultural de Campo Grande e de MS. Essa é uma oportunidade de ouro para mostrar que a música alternativa e autoral também merece um espaço de destaque”, detalham.
Identidade Musical
Criada inicialmente pelo contrabaixista Ricardo José Lourenço,o Projeto Kzulo foi se formando aos poucos, entre encontros e reencontros dos músicos que hoje compõem o grupo. Com integrantes vindos de diferentes origens culturais, o coletivo encontrou na diversidade sua principal força criativa. O EP Braslumboa é um reflexo direto dessa fusão, trazendo faixas que exploram as raízes sul-mato-grossenses e colombianas dos músicos, com influências que atravessam ritmos afro, latinos e brasileiros.
“Nós somos seis, e os seis compõem. O baterista, Alejandro, e o nosso percussionista, Julian, são da Colômbia, de Bogotá. Eles trazem pro nosso projeto toda essa latinidade, essa bagagem da América Latina, das influências deles”, conta Nino.
Cada integrante contribui com sua vivência pessoal e musical para as composições do grupo.Segundo Nino, esse processo coletivo não apenas fortalece a identidade do grupo, mas amplia as possibilidades musicais.
“Eu carrego a influência do gospel, porque venho de uma família evangélica. O Kalélo já traz essa parte mais do afro, por vir de religiões de matriz africana. O Rabelo vem com a pegada do rap e da música urbana. Então todo mundo tem uma pitadinha de opinião nas nossas composições, sabe?. Cada um traz a sua influência, sua história, e a gente tenta aplicar tudo isso dentro de cada composição. Isso enriquece muito o nosso trabalho. Traz essa pluralidade de ritmos, de sons, de cultura… essa mistura de saber”, explica o grupo.
Próximos Projetos
Além do show marcado para o dia 27 de setembro em Brasília, o Projeto Kzulo prepara uma série de ações para o final de 2025. Durante o evento, além da apresentação musical, o grupo também estará representado em uma das rodadas de conversa da feira, com a participação do produtor José Ricardo.
“Ele vai estar lá junto com vários produtores, agentes, patrocinadores, apoiadores e profissionais da indústria da música. A feira é um espaço de convergência que une entretenimento, formação, capacitação e negócios. É um ambiente que pode abrir muitas portas”, afirma Nino. A banda espera que essa participação renda novas parcerias e convites futuros.
De volta a Campo Grande, o grupo já trabalha em novas composições com foco na construção de um álbum inédito, ainda em fase inicial de desenvolvimento. Paralelamente, o coletivo segue se inscrevendo em editais e buscando incentivos públicos para viabilizar novos projetos.
“Estamos se inscrevendo em tudo o que aparece, tentando garantir recursos para continuar mostrando e melhorando nosso trabalho”, explica Nino. Para o fim do ano, o Kzulo também planeja uma pequena agenda de shows na capital sul-mato-grossense, com datas a serem anunciadas em breve e podem ser conferidas no instagram do grupo @projetokzulo.
Além da banda campo-grandense, a cantora SoulRa, de Dourados, também irá representar Mato Grosso do Sul no evento.
Doações
Para viabilizar a viagem até a Capital federal, o Kzulo convida o público a contribuir com qualquer valor. As doações podem ser feitas via Pix, utilizando a chave [email protected], em nome de Wellington Rodrigues Chaves. Toda ajuda é bem-vinda e essencial para que o grupo continue levando sua arte e a diversidade cultural sul-mato-grossense para outros palcos do Brasil.
Amanda Ferreira