Projeto ‘Catedral Erudita’ leva música clássica a igrejas de Campo Grande

Catedral Erudita
Fotos: Reprodução

Projeto realiza quatro dias de concertos em igrejas da Capital, proporcionando apresentações com música clássica e repertório natalino

Entre as tradições natalinas, os corais se destacam como uma atração indispensável. Normalmente apresentados à noite, vozes embalam cânticos que, combinados com luzes coloridas, guirlandas e outros adereços, encantam a população. Pela primeira vez em Campo Grande, o projeto Catedral Erudita propaga a magia do Natal por meio de corais e concertos, realizando apresentações em diversas igrejas da cidade. Levando a música clássica às comunidades, o projeto, com uma programação de quatro dias, promete encantar e emocionar. A entrada é gratuita. 

Ao som de violões combinados ao timbre dos instrumentos de sopro, como clarinete, fagote e flauta, a Camerata Madeiras Dedilhadas e a Orquestra Prelúdio realizarão quatro concertos. Hoje, a Igreja Santo Afonso recebe a aresentação. Nesta quinta (21), a partir das 19h30, a apresentação acontecerá na Quarta Igreja Batista de Campo Grande. No sábado (23), no mesmo horário, será a vez da Igreja Cristo Luz. A Igreja Batista no Vilas Boas, com apresentação programada para às 10h, concluirá o circuito de concertos no dia 24. Segundo pontua o maestro Eduardo Martinelli, que vai reger alguns concertos, trazer a música clássica para fora do ambiente acadêmico, além de democratizar a música erudita, é uma maneira de proporcionar aos cidadãos campo-grandenses o conhecimento de um estilo para além dos gêneros promovidos pelas rádios. 

“Eu acredito que é uma forma de democratização de um estilo de música que existe, mas que não é amplamente difundido. Nós vivemos no nosso país, que nós podemos dizer, acredito que no resto do mundo também, em maior ou menor grau, mas a gente vive uma difusão em massa de uma música industrial, que é comercialmente colocada e estimulada, independente da sua variedade. Com música de concerto não é assim, e acontece com alguns outros tipos de música também”, afirma Martinelli. 

Repertório natalino 

O repertório dos concertos abrange desde as tradicionais canções natalinas, como “Glória a Deus nas Alturas”, “Noite Feliz” e “Surgem Anjos Proclamando”, até um repertório especialíssimo que inclui as mais conhecidas obras clássicas do período natalino, como o coro “Aleluia” de Haendel, Coro “Jesus, Alegria dos Homens” de Bach e “Laudate Dominum” de Mozart. Proporcionar apresentações com esse repertório, conforme explica Martinelli, significa promover músicas que também podem contribuir para a expansão do intelecto do corpo social. 

“Então, todo espaço onde ela pode ser cultivada, espaços que proporcionam esse tipo de música, de conceito, são muito bem-vindos e demonstram um amadurecimento da sociedade que consome, que assiste, que prestigia e das instituições que promovem. Isso significa um fortalecimento incrível, e mostra que a gente vai caminhando, progredindo intelectualmente, inclusive, conforme vamos variando e optando por ter também estilos de arte e de música que são mais complexos intelectualmente, e que não são únicos e exclusivamente para um entretenimento, um simples entretenimento, mas são um cultivo para o intelecto, sobretudo”, exemplifica Martinelli.

Música como espaço de acolhimento e celebração

O projeto Catedral Erudita iniciou na sexta-feira (15), com o intuito de realizar oito concertos em igrejas da Capital. As apresentações anteriores aconteceram na catedral Igreja São José e Igreja Auxiliadora. O projeto é coordenado pela Camerata Madeiras Dedilhadas e pelo coro do PCIU (Projeto Coral Infantojuvenil da UFMS), sob a regência de Marcelo Fernandes e Ana Lúcia Gaborim, com solos de Angélica Jado e Eliseba Manhães. A iniciativa é uma realização da Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), por meio da Fundação de Cultura. Com o objetivo de promover a união entre as igrejas católicas e evangélicas, ocupar os espaços da cidade e popularizar a música erudita, o pró-reitor e musicista Marcelo Fernandes destaca que realizar os concertos em igrejas, nesta época do ano, é também uma maneira de oferecer acolhimento por meio da música. 

“A ideia do projeto é que a igreja, sendo um espaço de diálogo com a comunidade em datas festivas, recebe, além de sua própria comunidade, pessoas que buscam alento e algo espiritual, mesmo que não sejam fiéis daquela igreja. Assim, ela se torna um espaço de acolhimento. Aproveitamos esse ambiente para oferecer uma música com tom de consolação e transcendência, com um repertório que abrange músicas sobre Cristo e a anunciação do Cristo. A tradição cristã musical, com quase 2.000 anos de história, proporciona um vasto repertório que podemos apresentar como parte da formação cultural das pessoas. Este repertório, como mencionei antes, tem a característica de ser acolhedor e consolador. O Catedral Erudita pretende oferecer às pessoas a oportunidade de fazer uma autorreflexão e ter uma formação cultural por meio da música. No meu repertório, destaco músicas brasileiras dos séculos 18 e 19, o que torna a experiência ainda mais interessante”, disse Marcelo. 

Para mais informações, acesse, no Instagram: @ setesccms.

Por Ana Cavalcante.

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