Produção inspirada em sonho estreia neste domingo em canal do YouTube

documentário

Filme é novo experimento da multiartista Maíra Espíndola

Sonhos, liberdade, encarceramento e um toque da realidade brasileira tecem a narrativa de “Pássaro de Bolso”, experimento audiovisual criado pela multiartista Maíra Espíndola. A obra tem sua estreia prevista para domingo (13), às 20h, no canal da Elástica Videografia, no YouTube. A exibição é gratuita.

Maíra define seu novo trabalho em “Uns sonhos de liberdade, uns sonhos de prisão”. A ideia do filme surgiu durante um sonho, em que ela conversava com seus pássaros internos, foi acrescentando imagens e construindo um mosaico vertiginoso de referências.

“Sonhei com algo em torno desse tema e tinha a ver com pássaros. Gosto da ideia de que o pássaro de bolso pode tanto ser um conceito de que ele está acessível sempre que quisermos, quanto ele está colocado no bolso de alguma força que o oprime”, reflete Maíra.

Elementos do cotidiano e elementos de mundos internos da criadora se misturam no decorrer das cenas e se transformam em algo maior: “A gravidade tem nos pressionado com mais força”, pondera. 

A obra faz um recorte do atual contexto brasileiro, no entanto a realizadora tentou trabalhá-lo de uma maneira “que se desgrudasse e planasse entre o antes, o agora e o depois”, avalia. “Ainda há momentos em que fica evidente que estou falando do agora e do Brasil”, completa.

O filme paira entre a performance, a instalação artística e a videoarte. “Ele trata do campo poético das dicotomias: liberdade x aprisionamento, leveza x peso”, afirma. Pelo fato de permear por diferentes linguagens do audiovisual, a multiartista prefere não rotular sua obra.

“Não posso fazer discurso sobre a importância de fazer as coisas como eu faço e as características da forma com que vejo e sinto o mundo: aqui não existem caixas separando as coisas. Eu não saberia fazer de outra forma. Creio que é de interesse de alguém ou ‘alguéns’ rotular e separar os métodos que são afins e análogos. No futuro, quem sabe menos Hollywood e mais Pássaro de Bolso?!”, deseja.

(Confira a matéria completa na página C3 da versão digital do jornal O Estado)

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