De forma independente, Guilé lançou seu primeiro álbum autoral em dezembro de 2020. A obra é a consolidação dos três anos de trabalho no meio musical. Intitulado “Até que a Chuva Apague o Medo”, o trabalho faz referência à pandemia e à época em que ocorreu o lançamento, já que dezembro é marcado pelas chuvas de verão. O lançamento do álbum veio após Guilé expandir aquilo que já fazia entre amigos. As rodas com música e violão se tornaram shows em saraus, barzinhos e casas de shows em Campo Grande. Isso ainda em 2017. Desde então, novas composições foram surgindo.
“Depois desse início, eu comecei a registrar meu trabalho autoral, sempre lançando singles e EPs. Desde de 2018, tenho produzido e lançado meus trabalhos autorais, produzidos em estúdio e o álbum vem para consolidar o artista que criei e venho trabalhando ao longo desses últimos três anos e se trata de um álbum 100% sul-matogrossense”, contou.
O álbum conta com dez músicas no álbum, como “Mundo Doente”, “Não Venha Me Endireitar”, “Vai Ficar Tudo Bem” e “Tuiuiú Capoeira”. A música “Poente” foi composta com Raphael Vital. Definido por Guilé como um álbum colaborativo, as canções buscam trazer essa amizade na música e “gerar um olhar crítico na sociedade” para situações como as queimadas e as doenças registradas no ano de 2020.
A criação do álbum segue a trajetória de Guilé na música, mas a produção, em que as composições recebem a melodia e têm voz e instrumental gravados, levou cerca de seis meses para ser entregue. Com o produtor morando em outro continente, com fuso horário e rotina diferentes, o trabalho precisou ser feito totalmente on-line.
“Foi um processo intenso, a gravação das músicas e dos instrumentos foi feita presencialmente em estúdio, mas toda a parte criativa foi feita a distância. O Júlio Queiroz, que é campo-grandense, é meu produtor e hoje mora em Portugal. Para dar vida ao projeto, nós realizamos diversos encontros virtuais, por videochamada, troca de mensagens, até chegar ao que temos hoje”, destacou.
A pandemia da COVID-19 acabou atrapalhando o processo de divulgação do trabalho. “Nós não pudemos realizar um show presencial para que as pessoas pudessem conhecer as músicas e isso acaba comprometendo um pouco a capacidade do álbum de chegar até mais pessoas. Mas pretendo, agora, investir um pouco mais na divulgação, quem sabe até mesmo produzir alguns clipes para as músicas”, revelou. À espera do fim da pandemia para poder dar início a shows presenciais, Guilé tem buscado investir mais em marketing digital, com interação mais próxima com o público por meio das redes socais.
(Texto: Amanda Amorim)