Paulinho Manassés revisita clássicos do jazz e rock por meio da memória afetiva dos fãs

Paulinho Manassés
Imagem: Reprodução/Arquivo pessoal

Por Méri Oliveira – Jornal O Estado do MS

Nascido em Lages (SC), Paulo Manassés da Rosa veio para Campo Grande no ano de 2009, e aqui acabou por se estabelecer e fazer o próprio nome como músico, ao se destacar no estilo voz e piano, com músicas dos anos 70, 80 e 90, de nomes que vão de Beatles, passam por Bon Jovi, Gloria Gaynor, Bee Gees e Prince, entre outros, além do blues e do jazz.

A música entrou cedo na vida de Paulinho – como é conhecido na Cidade Morena –, aos 5 anos de idade, já que o acordeon e o violão foram instrumentos sempre presentes em seu lar, pelo fato de o pai sempre ter incentivado a arte na família, apesar de não ter sido músico. “Isso fez toda a diferença, porque como ele incentivava, ele sempre tinha instrumentos musicais em casa. Meu irmão mais velho – eu sou o mais novo de 14 irmãos – começou a tocar muito cedo, quando eu nasci ele já era um músico, um acordeonista muito bom, então eu acho que foi isso o que levou o meu pai a sempre manter instrumentos dentro de casa, e aí todos nós acabamos aprendendo.”

Manassés chegou a Campo Grande em 2009, por meio de um trabalho junto a uma comunidade evangélica com um amigo, já que, por boa parte de sua vida, era da Igreja Batista. “Acabei ficando só dois anos com ele, e depois eu saí de lá, comecei a frequentar os barzinhos, conheci o mestre Galvão (já falecido), e aí comecei a dar palhinhas em um bar, em outro, até que me tornei conhecido e comecei a tocar para valer”, afirma o músico.

Pandemia

Durante a pandemia, Paulinho conta que as lives o mantiveram na ativa, como músico. “O que socorreu um pouco a gente e nos manteve na ativa foram as lives, que todo mundo começou a fazer. Antes da pandemia eu tinha uma banda que estava em ativa, chamada ‘Clube do Som’, de pop-rock também dos anos 80 e 90, e nós tocávamos bastante em eventos corporativos, casas de show, etc., e na época nós fizemos pelo menos umas quatro lives, que foram muito bem visualizadas, com até cinco mil visualizações. Mas a banda acabou se dispersando, porque cada um foi seguindo sua vida e encontrando outras opções de renda para sobreviver à pandemia, e a banda acabou parando”, relembra.

Além disso, ele ainda comenta que editais municipais e a interação com o público nas redes sociais também ajudaram a amenizar um pouco os efeitos da pandemia.

Autoral

O artista comenta que tem músicas autorais e, embora afirme não pensar em lançar um álbum, reconhece que precisa dar mais atenção a esse aspecto de sua carreira. “Hoje em dia já não compensa [lançar álbum], hoje em dia as músicas são lançadas na internet, nos streamings. Mas eu preciso dar uma atenção melhor para a minha carreira musical, pelo que os outros me indicam, acho que eu tenho potencial”, diz, aos risos, o artista.

“O ano está praticamente acabando, mas eu preciso compor e lançar outras músicas. A gente conhece tantos parceiros bons que podem ajudar a gente e participar de algum projeto, preciso fazer isso”, complementa.

Público cativo

“Eu acho que a minha música não cabe em todos os lugares, e eu acho que a gente tem de ter um cuidado. Se você vai tocar em um lugar onde as pessoas não curtem o seu estilo de música, você acaba se queimando, então eu tomo bastante cuidado. Ultimamente eu tenho selecionado bastante os lugares onde toco, tem o Refúgio Escritório Bar, que é a minha ‘casa’, onde eu toco semanalmente, já tenho meu público, o pessoal que vai lá sabe o que vai ouvir, conhece minha música, conhece meu estilo”, disse o músico.

Além disso, o artista afirma também que faz muitos eventos particulares e corporativos, seja no estilo voz e piano, ou em trio (piano, baixo, bateria), um formato mais compacto, com eventuais incrementos, como saxofone ou guitarra, a depender do evento.

No repertório “de trabalho”, o músico busca sempre incluir canções que favoreçam o seu estilo de piano e voz. “Lionel Richie, Bryan Adams, Eagles, Scorpions, Elton John – o pianista de todos os tempos –, e nacionais também: Djavan, Guilherme Arantes, Dalton, eu resgato aqueles clássicos antigos, Roupa Nova, Clube da Esquina, Flávio Venturini, ‘aquele povo’ todo lá, Milton Nascimento mesmo… Então, praticamente, eu procuro dar uma passadinha por todos os artistas que eu consigo executar com o piano, e é uma certeza de sucesso, porque todo mundo conhece as músicas dos anos 80, tanto os mais jovens quanto o pessoal de meia-idade”, afirma.

A preferência por um repertório dos anos 70, 80 e 90 se dá, de acordo com o músico, não apenas pela popularidade, mas também por serem canções que geralmente trazem à tona memórias afetivas do público. “As músicas dos anos 80 todo mundo canta junto, ou pelo menos, tenta cantar e lembrar. A maioria dessas pessoas que viveram nos anos 80 geralmente tem uma história por trás de alguma dessas músicas. É bem comum eu ir às mesas nos intervalos para conversar com as pessoas e elas sempre me falam de fatos relacionados às músicas: ‘quando eu conheci minha esposa era a nossa música’, ‘foi a nossa música’”, pontua o artista.

Manassés afirma que não abre mão de tocar essas músicas porque são poucas pessoas que as fazem e, é claro, não podemos deixar de destacar: para o artista, uma das melhores sensações é ver a emoção nos olhos e no sorriso do público.

Veja também: Semana Farroupilha: Solidariedade marca a tradicional festa gaúcha na Capital

Leia a edição impressa do Jornal O Estado do MS.

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *