Os desafios enfrentados pelo acervo do MIS, abre discussão sobre a preservação da memória audiovisual

Foto: Acervo MIS
Foto: Acervo MIS

O Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso do Sul (MIS/MS), uma unidade da Fundação de Cultura de MS, desempenha um papel crucial na preservação dos registros materiais de imagem e som do povo sul-mato-grossense. Com uma reserva técnica moderna que segue os padrões internacionais de conservação, o museu mantém um acervo de aproximadamente 200 mil itens, incluindo uma significativa coleção de filmes.

O acervo de filmes do MIS/MS conta com cerca de 5 mil itens em diferentes formatos, como VHS, Matic, Película e DVDs. Entre eles, aproximadamente 1.500 são películas, que se dividem em três categorias: 35mm, 16mm e 8mm. Essas películas são compostas por diferentes materiais, como nitrato de celulose (anteriores a 1950), acetato de celulose (1960-1980) e poliéster (1980 em diante).

É importante destacar que o MIS não possui em seu acervo películas de nitrato de celulose, que são inflamáveis em altas temperaturas. As peças que possuíam essa característica foram encaminhadas para restauração em parceria com o Cedoc/Tv Cultura em 2020. As películas remanescentes, principalmente da década de 1979-80, que documentam a criação do estado, são compostas principalmente de poliéster, um material mais seguro que não apresenta risco de combustão espontânea.

A reserva técnica do MIS/MS é um espaço especialmente projetado para garantir a preservação adequada do acervo, incluindo controle de temperatura e umidade. É importante ressaltar que esse ambiente difere das áreas de exposição e do auditório, que não seguem as mesmas regras de preservação e são adaptados para o conforto dos visitantes.

Segundo Suzana Barbosa, especialista em Museografia e Patrimônio Cultural e coordenadora do Núcleo de Conservação do MIS/MS, a reserva técnica possui mobiliário moderno e todos os aparelhos de ar condicionado estão em perfeito estado de funcionamento, passando por manutenção preventiva realizada por empresa especializada.

A polêmica em torno do acervo do Museu da Imagem e do Som de MS reflete o interesse da população na preservação do patrimônio e na integridade dos registros que compõem a memória do estado. Max Freitas, Diretor-Presidente da Fundação de Cultura, destaca que essa é uma oportunidade para mostrar que o Governo do Estado tem cumprido seu papel em preservar o patrimônio cultural de Mato Grosso do Sul.

O MIS/MS também promove parcerias com instituições de ensino, como a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, oferecendo um curso de Análise Física de Película Cinematográfica ministrado pela Prof. Dra. Daniela Siqueira. Os alunos do curso de Audiovisual têm a oportunidade de realizar atividades práticas de preservação no MIS, contribuindo para a avaliação das películas sob a orientação da renomada especialista.

Ao longo dos quase 30 anos de história do MIS de MS, nunca foi registrado nenhum incidente envolvendo o acervo. Alexandre Sogabe, um dos responsáveis pela manutenção do museu, afirma que é altamente improvável que ocorra algum problema, considerando todos os cuidados e medidas adotadas.

O MIS conta com uma equipe de três pessoas dedicadas exclusivamente ao cuidado do acervo, garantindo seu adequado acondicionamento e controle de temperatura. Além disso, a higienização e o acompanhamento das películas são conduzidos por especialistas no assunto. A Fundação de Cultura e o Governo do Estado reforçam seu compromisso de preservar o patrimônio e zelar pela memória de Mato Grosso do Sul.

O Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso do Sul continua sendo um importante guardião da cultura audiovisual, preservando a história e as memórias do estado para as gerações futuras.

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