O serviço de streaming de vídeo Netflix confirmou que vai por em prática no Brasil a política de redução da qualidade de transmissão de vídeos para evitar a sobrecarga das redes, em meio à crise do novo coronavírus. Adotada na União Europeia na última semana, a medida foi posta em prática no País na noite de segunda-feira (23).
Segundo comunicado da empresa, porém, não haverá restrição quanto a transmissão em determinadas resoluções – usuários que assistem vídeos em Ultra HD (4K) ou altíssima definição (Full HD, 1080p) continuarão a ter acesso a essa qualidade de vídeo. O que a empresa fará, no entanto, é reduzir as taxas de bits utilizadas na transmissão.
“Em circunstâncias normais, fazemos diferentes transmissões simultâneas de um único título em cada resolução. O que faremos agora é remover as faixas de frequência com maior fluxo de dados”, diz Ken Florance, vice-presidente de entrega de conteúdo da Netflix, em comunicado enviado pela empresa.
A política de transmissões simultâneas é uma das ferramentas que o serviço encontrou para evitar que os vídeos ‘travem’ ou ‘engasguem’ durante a exibição. “Quem é muito ligado em qualidade de vídeo pode perceber uma pequena queda na qualidade de cada resolução, mas a entrega ainda será na resolução pela qual o usuário pagou.”
Com as medidas, que inicialmente serão válidas por 30 dias para todo o território nacional, a Netflix pretende reduzir em 25% o seu tráfego de internet.
Iniciativas
No domingo, 22, a Globo anunciou que vai cortar as transmissões em 4K e Full HD dos seus serviços de streaming. Todos os vídeos serão exibidos apenas em alta definição (720p), buscando gerar economia de tráfego.
Quem também entrou na mesma linha foram Facebook e Instagram, sem detalhar suas medidas, e o serviço de streaming Looke, que tem catálogo de filmes e também aluguel de lançamentos do cinema. Na Europa, Amazon Prime e YouTube anunciaram também que vão reduzir a qualidade dos seus filmes.
(Texto: Estadão Conteúdo com João Fernandes)