MS Dance Fest 2025

Foto: Assessoria/Divulgação
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Festival retorna após dois anos com programação ampliada, formação artística, batalhas e ocupação das ruas de Campo Grande

Ele voltou. Após dois anos sem atividades, o MS Dance Fest retoma seu lugar no calendário cultural sul-mato-grossense e chega à 12ª edição prometendo ser “a mais pesada da história”. De quinta (20) a domingo (23), o festival ocupa novamente o Rádio Clube Cidade e a Praça do Rádio Clube, reafirmando-se como um dos encontros mais importantes da dança no Estado e vitrine essencial para artistas da cena urbana.

Com batalhas, competições, workshops, performances e intervenções ao ar livre, o evento ganha dimensão ampliada graças ao financiamento da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB). A programação também resgata a força simbólica dos espaços que abriga: foi ali, há 29 anos, que nasceu o projeto Funk-se, considerado divisor de águas para a cultura urbana em Mato Grosso do Sul. Entre os destaques está a intervenção do grupo paulista Zumb.boys, marcada para sábado (22), ao meio-dia, na Rua 14 de Julho com a Barão do Rio Branco.

Nas competições, além das disputas nas categorias solo, duo, trio e conjunto, divididas entre júnior e sênior, o festival mantém seu caráter formativo e celebrativo. O MS Dance Fest entrega premiação em dinheiro e presta homenagem à artista plástica e professora Sarah Figueiró, uma referência na construção da dança no Estado.

Idealizado por Edson Clair, do Espaço FNK, o evento é realizado com recursos da PNAB, via Ministério da Cultura e Governo Federal, em edital da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Setesc e Governo do Estado.

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Retomada

Para o O Estado, o idealizador do MS Dance Fest, Edson Clair, explicou que a retomada do festival após dois anos de pausa nasceu de um processo que nunca deixou de existir nos bastidores. Segundo ele, mesmo durante o hiato, o evento, criado em 2004, foi sendo repensado e ganhou um novo formato, mais ousado e voltado à evolução da cena.

A expansão para fora dos palcos e a ocupação do espaço público, afirma, fazem parte desse movimento de aproximação com a cidade e com novos públicos. “O MSDF já cumpriu um ciclo importante de consolidação. Agora, ele pode se arriscar mais”, resume o diretor.

Considerada por sua própria equipe como uma das edições “mais pesadas” da história, a 12ª edição do MS Dance Fest ganha esse peso não pelo excesso, mas pela amplitude. “Pesada no sentido de amplitude”.

“Acredito que esse deve ser o olhar de quem produz um produto artístico hoje : A cena já é diversa; o festival está oficializando isso. É uma declaração de que o MS Dance Fest se vê como um ecossistema completo da dança, onde todas as suas formas de expressão são válidas, interconectadas e essenciais para contar a história da dança hoje, em Mato Grosso do Sul e no mundo”, destaca Edson.

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MSDF Academy

O MSDF Academy surge nesta edição como um dos pilares formativos do festival, reunindo ações voltadas ao aperfeiçoamento de profissionais da dança, de bailarinos a coreógrafos e diretores. A proposta é criar um ambiente de estudo intenso, dedicado à percepção do corpo e aos processos de criação, ao mesmo tempo em que o evento preserva suas tradicionais batalhas e disputas com premiação. Segundo Edson, a ideia é ampliar o alcance do festival e abraçar a diversidade de modos de dançar que compõem a cena atual.

O módulo reúne artistas reconhecidos nacionalmente, entre eles Gladstone Navarro, Henrique Lima, André Rockmaster e Vitor Hamamoto, convidado para conduzir a oficina “Corpo entre Ar”. A atividade convida os participantes a investigarem o gesto antes de julgá-lo, propondo que a dança se construa a partir da respiração e das sensações que atravessam o corpo durante a prática.

Hamamoto explica que a oficina se afasta da lógica da performance imediata e abre espaço para um trabalho mais introspectivo. Para ele, o encontro pretende transformar o movimento em presença:

“É um momento de pesquisa, não de resultado. A intenção é perceber como o ar move cada parte do corpo e, a partir disso, criar. Em um tempo tão acelerado, parar para respirar se torna quase um ato de coragem. Um lugar onde cada pessoa pode descobrir caminhos próprios para a sua dança”, explica o artista.

Workshops

Os workshops e colaborações do festival reúnem artistas que movimentam a cena atual da dança no país, entre eles Natasha Sousa, Vitor Lock, Vini Gomes e Max Moura. Além das aulas, o público acompanha encontros criativos entre nomes de destaque, como o duo Ariel Ribeiro e Lavínia de Lucca, e o trio formado por Jaqueline Basílio, Fernando Gomes e Samuel “Sassá”, dialogando com diferentes estéticas e gerações.

Para Edson Clair, o que unifica uma programação tão diversa é a ideia de que a dança acontece em múltiplas camadas. Ele explica que o festival busca criar um ambiente onde formação, criação e disputa convivem como partes de um mesmo processo artístico.

“O MS Dance Fest funciona como uma pequena comunidade temporária, onde o artista pode experimentar, aprender, trocar e competir”, resume o diretor, ao destacar que essa dinâmica fortalece a cena e transforma o evento em uma verdadeira imersão no universo da dança.

Já o sul-mato-grossense Max Moura, que por anos competiu no festival e agora volta como professor convidado, destaca que o maior legado do evento é o impacto humano. Em sua oficina, ele revisita referências dos anos 1990 combinadas a abordagens contemporâneas do hip hop, apostando na dança como linguagem de conexão e narrativa. “Mais que técnica, é sobre a história que cada corpo escolhe contar”, resume.

Valorização do Estado

Ao dedicar parte da programação para homenagear Sarah Figueiró, o MS Dance Fest reconhece a influência decisiva da artista na formação da cena local. Edson destaca que celebrar seu nome é também reafirmar a memória da dança em Mato Grosso do Sul.

“Sarah foi uma visionária, alguém que impulsionou gerações e ajudou a estruturar a dança no Estado”, afirma o diretor, lembrando sua atuação incansável na criação de iniciativas como a associação dos profissionais da dança e o Festival Sul-Mato-Grossense de Dança. Para ele, reverenciar sua trajetória é reafirmar um legado que continua a inspirar novos criadores.

Clair também reforça que o MS Dance Fest desempenha um papel fundamental na consolidação da dança urbana e contemporânea no Estado, especialmente em um cenário que nem sempre recebe a atenção necessária do poder público.

“É um trabalho de formiguinha, mas transformador. O Festival oferece visibilidade, formação e troca ao colocar artistas locais lado a lado com nomes nacionais e internacionais, criando pontes que ampliam oportunidades e qualificam a cena. Ao aproximar estilos como hip-hop, breaking e dança contemporânea, o evento quebra fronteiras, estimula hibridizações e fortalece o ecossistema criativo.O festival não só reflete o que já existe: ele ajuda a moldar e profissionalizar a dança em Mato Grosso do Sul”,
finaliza.

Serviço: O MS Dance Fest 2025 acontece de 20 a 23 de novembro, na Rádio Clube Cidade, na Rua Barão do Rio Branco, 1924, e a Praça do Rádio Clube, na Avenida Afonso Pena. A ntervenção urbana do grupo paulista Zumb.boys será realizada no sábado (22), ao meio-dia, na esquina da Rua 14 de Julho com a Barão do Rio Branco. Todas as atividades têm entrada gratuita e classificação livre.Para mais informações acesse o perfim no instagram @espacofnk.

Programação

Dia 20 (quinta-feira)

Rádio Clube Cidade

09h – 12h | MS Dance Academy – Henrique Lima e Gladstone Navarro
12h – 14h | Almoço
14h30 – 15h45 | Workshop – Vini Gomes
16h – 16h30 | Palco livre / Showcase
16h45 – 18h | Aula colab – Ariel Ribeiro e Lavínia de Lucca
19h30 – 21h | MS Dance Academy – Vitor Hamamoto
19h – 21h30 | Competição K-Pop

Dia 21 (sexta-feira)

Rádio Clube Cidade

08h30 – 09h45 | Workshop – Natasha Sousa
10h – 10h30 | Showcase
10h30 – 11h45 | Workshop – Max Moura
12h – 14h | Almoço
14h30 – 15h45 | Workshop – Vitor Lock
16h – 16h30 | Palco livre / Showcase
16h45 – 18h | Aula colab – Fernando Gomes, Jaqueline Basílio e Sassá
17h – 19h30 | MS Dance Academy – Gladstone Navarro

Praça do Rádio Clube
19h – 21h30 | Prêmio Sarah Figueiró

Dia 22 (sábado)

Rádio Clube Cidade

09h – 10h30 | MS Dance Academy – Vitor Hamamoto
10h30 – 12h | MS Dance Academy – Henrique Lima
12h – 14h | Almoço / Intervenção Zumb.boys
14h30 – 15h45 | Workshop – Vini Gomes
16h – 16h30 | Showcase
16h – 18h | MS Dance Academy – André Rockmaster
16h45 – 18h | Workshop – Natasha Sousa
22h30 | Festa do MSDF

Praça do Rádio Clube
19h – 21h30 | Competição de Danças Urbanas

Dia 23 (domingo)

Rádio Clube Cidade
14h – 17h | Batalhas

 

Amanda Ferreira

 

 

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