Depois de passar por dez cidades do interior do Estado, Marcos Assunção faz show em Campo Grande, nesta terça-feira (31), a partir das 20h, no Teatro Glauce Rocha, com entrada gratuita (mas o público pode doar alimentos não perecíveis), acompanhado dos músicos Felipe Castro e Jonathan Marques, e com a participação especial do baterista Sandro Moreno e do percussionista baiano Marco Lobo, conhecido não apenas pelo talento, mas também por já ter tocado com nomes como Milton Nascimento, Maria Bethânia, Marisa Monte e outros.

O trabalho que será apresentado terá nuanças variadas, desde o jazz, passando pelo chorinho, bossa-nova e, até, música caipira. Além da música, Marcos também apresenta três livros de sua autoria: “Viola Brasileira Volumes I, II e III”, ou seja, é um trabalho que envolve música, literatura e ensino e que levou esses shows para universidades, com sua música, livros e um curso on-line direcionado à viola caipira.

As expectativas de Marcos para o show são altas e carregadas de entusiasmo. “Vamos apresentar um concerto que foi minuciosamente preparado, e vem percorrendo 11 municípios, então muita coisa, inclusive dos arranjos foram acrescentados. O trio em si – que vai tocar –, os músicos são de alto nível e teremos também participações especialíssimas, que é do Marco Lobo, que é um percussionista baiano, de renome, acompanhou Milton Nascimento, Gilberto Gil, Marisa Monte e outros. Também teremos o Sandro Moreno, um baterista de renome nacional, com premiações importantes, e teremos o poeta, músico, compositor Fernando D’Andrea, que tem parceria com o Gabriel Sater e é muito importante aqui para o nosso cenário cultural”, afirma Marcos.

Marco Lobo, um dos principais multi-instrumentistas do país, iniciou sua carreira em Salvador (BA) e há mais de 30 anos reside no Rio de Janeiro. Já trabalhou com diversos artistas consagrados do Brasil, além dos já citados aqui, como Maria Bethânia, João Bosco, Vanessa da Mata, entre outros. Marco Lobo é compositor, pesquisador de sons e ritmos e criador de instrumentos que acrescentam à sua música timbres artesanais e vibrantes. Seu repertório se concentra no material dos discos do músico, unindo composições de Widor Santiago, Kiko Continentino e Gastão Villeroy, além de clássicos de Milton Nascimento, passeando pelo jazz, maracatu, samba, baião e balada. Atualmente está gravando um álbum com Marcos Assunção que ainda não tem data prevista para lançamento.

Sobre a parceria com Marco Lobo, Marcos relembra como tudo começou. “Eu comecei a conversar com ele, enviei o material da viola, e propus o meu interesse em inseri-lo numa gravação de viola e percussão, a princípio. Ele me mandou enviar o material primeiro, que ele ia avaliar. Daí eu fui surpreendido com o telefonema dele falando que curtiu muito o trabalho, elogiando, e falou até em duo, daí que quase caí para trás, superou as expectativas”, relembra o músico.

Por que o Glauce Rocha?

Assunção explica que “o repertório é de concerto, onde você traz para o público um momento onde ele tem que apreciar e contemplar, e o teatro é a melhor forma para isso. Assim como a música de concerto de orquestras e outras músicas desse segmento instrumental, a música instrumental contemporânea também traz essa erudição dentro do seu conceito. Ela envolve tanto as partes estruturais da música erudita, mas também da improvisação, do jazz, que é uma música mundialmente estabelecida. Então é uma música de concerto. E é justamente para poder passar – nós somos mensageiros, estamos trazendo a música, que está passando por nós e chegando ao público. E não existe um ambiente mais propício e importante para que haja essa comunicação, esse diálogo sonoro, melhor do que um teatro, e o Glauce Rocha hoje é o melhor teatro de Campo Grande”.

Músicos

Para o baterista Jonathan Marques, definido como “virtuoso” por Marcos, “as expectativas são as melhores possíveis, afinal, é muito gratificante fechar a turnê em casa após rodar nosso Estado. Estou animado por apresentar meu trabalho para meus amigos e família, e ansioso para dividir o palco com esses artistas. Com certeza é algo muito marcante para este início de carreira”, dispara Jonathan, que se define como músico iniciante.

Para Felipe Castro, tecladista, as expectativas são grandes. “Afinal vamos levar músicas autênticas e de muito teor cultural enriquecedor para quem for prestigiar o concerto. O Marcos é um compositor ímpar, suas composições são um passeio por vertentes tão diversas que apresenta ao público exatamente o que representa a brasilidade, essa coisa de ter no sangue, várias etnias e, com elas, as suas artes. É um privilégio estar participando desse projeto”, conclui o músico.

Marcos Assunção

Multi-instrumentista e compositor, Marcos Assunção é campo-grandense e nasceu em 1977. Aos 7 anos começou a tocar na banda marcial da escola e aos 13 iniciou seus estudos com violão e guitarra. O encontro com a viola caipira foi por influências de seu avô Duarte Assunção, motivo pelo qual adotou o sobrenome artístico em homenagem a ele. Jazz, choro, bossa nova, erudita, caipira e regional são suas principais influências musicais. É graduado em Música pela UFMS e tem pós-graduação em Educação Musical.

Os dois músicos que acompanharam o artista nas dez cidades do interior e tocarão em Campo Grande têm também um currículo invejável. Felipe Castro é instrumentista e produtor musical, já tocou com Almir
Guineto, Rosa Maria Passos, José Augusto, Jorge Vercillo, Guilherme Rondon, Bibi do Cavaco, Juci Ibanez, Jads e Jadson, João Neto e Frederico, entre outros.

Já Jonathan Gonçalves é baterista e também já tocou com inúmeros artistas de Mato Grosso do Sul, sendo atualmente baterista da Mr. Willie, Kemp e Mendes & Bérgamo, entre outras, é considerado uma das grandes revelações dos últimos anos no Estado.

‘Viola para o Mundo’

O projeto “Viola para o Mundo” está sendo realizado por meio do incentivo do FIC (Fundo de Investimentos Culturais), da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), do Governo do Estado de MS, com apoio da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

SERVIÇO
O show “Viola para o Mundo” será realizado essa terça-feira (31), no Teatro Glauce Rocha, a partir das 20h. A entrada será gratuita, mas pede-se que sejam doados alimentos não perecíveis que serão encaminhados para instituições variadas.

Texto: Méri Oliveira – Jornal O Estado MS.

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