Neste domingo, o palco do Arena Bosque recebe o espetáculo circense “Uni Duni Têni” que mistura circo, teatro, música e malabarismo, com Breno Moroni, Alex Pettersen, Renata Caceres e Cláudio Alves, produção de Renata Macedo.
“A Mambembe é uma empresa, uma cia. de artistas, músicos, atores, circenses. Estamos prontos para realizar qualquer tipo de evento, em shopping; casas noturnas; teatros convencionais; espetáculos de teatro de rua; em paradas, enfim. Essa nossa teoria de que a gente gosta de fazer e tenta fazer o melhor possível. É estar pronto para aceitar qualquer tipo de trabalho”, explica Breno Moroni.
Vivido no mundo das artes, em relação a um espetáculo com tantas técnicas diversas, Breno conta que: “Em relação ao público infantil, aumenta a responsabilidade, porque é um teatro de verdade. O mundo da imaginação verdadeiro. Então a gente não sabe as consequências. A cada criança, a cada tempo, a cada história, cada peça, vão surgir reações diferentes”.
“Eu, um dia, fui tocado no coração por uma peça de teatro a que fui assistir e tinha uns 15 anos. Já fazia teatro, mas teve essa uma que assisti e decidi ‘vou ser ator de teatro’. Depois, você quando é tocado por um personagem é raptado e sequestrado para o mundo da imaginação. Esse sequestro pode durar uma vida inteira”, revela o diretor do espetáculo, que possui também uma direção coletiva.
Sobre o encanto que uma obra artística pode ter, independente se circense, teatral ou musical, Breno ressalta que: “Quando dizem ‘essa criança está no mundo da lua’, ela pode estar sonhando com aquele palhaço, com aquele músico, poeta, aquela bailarina… então é uma consequência repentina e prolongada que a arte faz na criança. Ela nunca esquece de um quadro da infância, de um poema, da arte culinária da vovó. A arte impregna na pessoa lembranças para a vida toda”.
“Eu trabalhei em 15 países. Em cada um deles você tem que ter uma arte direcionada àquela situação. Trabalhar na África é diferente de trabalhar na Europa. Aí então você tem que ter o ator e cia. prontos, o teatro adaptável à qualquer público. Então, lá nos anos 60, na Europa, surgiu essa mescla com o circo e o teatro. Ambas as artes ganharam muito.”
Sobre as transformações que teve cada vertente, Breno exemplifica que: “O circo se teatralizou, virou Circo de Soleil; foi usado na televisão; entrou nas novelas, nos filmes de Fellini [Federico]. E o teatro ganhou, por exemplo, o espaço aéreo, os atores antigamente só caminhavam, agora voam, passam em cordas, trapézios, em arames. A mesma coisa é juntar-se a música… ela ao vivo – como teremos no ‘Uni Duni Têni’ – vem substituindo a máquina. É tratar a arte como arte, como artistas. Então essa mescla não é bem isso, ela sempre existiu”.
“Isso tudo só amplia nosso mercado. Essa mescla é muito boa. Quem fica no seu quadrado, ‘ah, eu sou malabarista de circo’, faz aquele número tradicional, sem nenhuma teatralidade, sem inovação, isso é o circo adestrado, como os ursos e macacos, adestrados à fazer aquilo, que fazem truques. O circo-teatro já é um pouco diferente, pode ser feito na rua, palco, shoppings e tem de ter um pouco mais de criatividade. E tem o teatro-circo, que tem uma história, enredo (começo, meio e fim), personagens e aí usa de técnicas de circo para decorar o drama. Aí o Circo aparece como uma moldura da pintura principal que é o teatro, a história. Assim se vê num dos espetáculos que temos que falamos de temas como ditadura, alienação parental, água, poluição… a cada tema temos de utilizar de técnicas diferentes”, explana Breno Moroni sobre o mundo de cima do palco.
Ainda sobre a Mambembe, faz questão de ressaltar que: “Nós atuamos também no teatro. Temos espetáculos como ‘Circo Las Muchachas’, que embora seja um espetáculo de circo, fala coisas importantes e tem como característica principal que as atrizes falam em libras e português simultaneamente, então é super acessível. Também tem junto uma maquete tátil onde os deficientes visuais podem sentir o cenário, a textura, tamanhos, dimensões e formatos. Fazemos uma visita guiada ao cenário com essas pessoas e, quando o espaço permite, temos até texto com audiodescrição, claro o teatro precisa estar equipado para isso”.
Serviço: “Uni Duni Têni” traz atores, músicos e comediantes ao palco em espetáculo gratuito para todas as idades, no dia 9, às 15h, no palco Arena Bosque (2º piso do Shopping Bosque dos Ipês).