‘Machete’, de Robert Rodriguez, era lançado há 10 anos

Já comentei aqui que gosto de filmes trash e também de filmes de ação que contêm pitadas de humor e exagero. “Machete” é um desses filmes. Exibido pela primeira vez em 1º de setembro de 2010 no Festival de Veneza, este longa de ação segue a linha “exploitation”, (gênero de filmes apelativos, que aborda de modo mórbido e sensacionalista a temática que trata), e é divertido pacas. 

Na trama, Machete (Danny Trejo) é um ex- -agente federal mexicano e foi contratado por um homem misterioso (Jeff Fahey) para assassinar um importante político americano. Mas ele também se tornou alvo de outro matador e agora o que parecia ser uma simples e rentável missão transformou-se numa sanguinária trama de conspiração contra o povo mexicano. Machete não vai deixar por menos, quer vingança e para isso conta com seu velho amigo “O Padre” (Cheech Marin), da impagável dupla da franquia Cheech & Chong.

Dirigido por Robert Rodriguez e Ethan Maniquis, o filme tem um elenco da pesada, além de Danny Trejo no papel principal, tem Jessica Alba, Robert De Niro, Steven Segal, Michele Rodriguez, Don Johnson, Lindsey Lohan e Jeff Fahey, fora uma trilha sonora divertidíssima com a banda Chingon, que tem como guitarrista o diretor Robert Rodriguez. Os caras misturam rock com música latina, mariachi, blues e tex mex, e essa miscelânea funciona muito bem.

A crítica até que recebeu positivamente o trabalho, destacando principalmente a textura apelativa e anárquica do filme. No site agregador de resenhas Rotten Tomatoes, “Machete” tem 72 por cento de aprovação. Recheado com falas engraçadas como “Machete don’t text” (“Machete não manda SMS”, na tradução livre), “nós não cruzamos a fronteira, a fronteira nos cruzou” ou “Deus tem piedade, eu não” fica difícil não amar essa produção que serve para mostrar que existe uma linha tênue entre o cult e o trash, e disso senhor Rodriguez e Tarantino manjam muito. 

Vale lembrar que Robert Rodriguez é como um Quentin Tarantino do trash e a comparação é ainda mais válida se lembrarmos que os dois fizeram “Grindhouse” juntos. “Planeta Terror” é justamente desse projeto, e deu origem também ao “Machete”, a quem presto tributo nesta coluna. Sem dúvida Rodriguez é um cineasta que consome e homenageia a cultura trash.

(Confira mais na página C2 da versão digital do jornal O Estado)

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