A 62ª edição, o Prêmio jabuti divulga em 26 de novembro o resultado de sua premiação. Itukeovo Terenoe é um dos dez finalistas, em uma coletânea de quatro volumes produzidos por professores terenas
de Miranda e organizados pela doutora em linguística Denise Silva.
Publicado com o patrocínio do Fundo de Investimentos Culturais, o FIC-MS, da Fundação de Cultura do Estado (FCMS), seis mil exemplares foram impressos no total para serem distribuídos nas escola de Miranda e de outros municípios do Estado e do país onde há a presença de povos originários.
De acordo com a professora Silva, o anuncio de Itukeovo Terenoe como um dos dez finalistas da 62ª edição do Prêmio Jabuti foi recebido com muita emoção pelos terena localizados em Miranda, que perderam um dos autores da obra, Anésio Alfredo Pinto, em 2020 vitima da COVID-19 aos 65 anos.
“Nesse momento de pandemia, em que a gente vem perdendo tantos idosos indígenas, esse material se torna mais relevante ainda, porque na sociedade indígena, o conhecimento está presente na memória dos mais velhos”, esclarece Silva, que considera o livro um dos legados de Anésio.
Nascida em no município de Miranda, Silva participou da implantação das escolas indígenas em 2000 e, desde então, dedicou-se à pesquisa da língua e da cultura indígenas em seu doutorado e pós-doutorado, quando capacitou professores terena com o objetivo de inserir a língua e a cultura desse povo no currículo escolar.
Depois disso esses professores produziram os textos que compõem a coletânea, um projeto pioneiro que conquistou a Moção de Aplausos do Prêmio Rodrigo Mello De Freitas 2019, do Ifham. “É um material que é conhecido em todo o território nacional como referência na área de ensino de línguas indígenas”, indica Denise.
(Texto: Leo Ribeiro)
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