Segundo a 4° edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (do Instituto Pró-Livro), de 2015, o brasileiro lê, em média, menos que três livros anualmente. Hoje, 29 de outubro, é celebrado o Dia Nacional do Livro – em alusão à fundação Biblioteca Nacional – e, com o baixo nível de leitura no país, novas reflexões e estudos tem sido realizados para o estímulo e maior adesão à leitura.
“Tem um projeto aqui em CG – o Gibiteca: Pelo o que eu ouvi é muito interessante, porquê é acessível, os pais podem estar utilizando dessas ferramentas e espaços que ficam espalhados pela cidade, passo na rua, olho nos próprios terminais de ônibus tem as cabines que disponibilizam livros. Acho que a sociedade tá começando a se preocupar com isso, como as próprias feiras de livros dentro dos shoppings, que passando ao lado, o filho pedindoo, os pais não param com as crianças para verem opções de livros”, explica a pedagoga, coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá, Maisa Colombo Lima.
Para a coordenadora, a leitura proporciona o desenvolvimento pessoal, intelectual e profissional da criança. “Um adulto saudável se constrói com relações positivas na infância. Ao ler para uma criança, o adulto está colaborando com o desenvolvimento mental e do senso crítico, além de estimular a afetividade e criatividade, o que acaba diminuindo a ansiedade”, comenta Maísa que, ressalta ainda as barreiras que aparecem na luta pelo estímulo à leitura nos dias atuais.
“O desafio do jovem ler mais começa na infância. Não adianta na adolescência dizer agora o jovem tem que ler, sendo que antes ele não vinha sendo estimulado. O principal é o exemplo”.
Da relação entre os pais e seus filhos constrói-se o hábito que, para a coordenadora, não se dá do dia para a noite. “Eu sempre pergunto para os pais se eles lêem. Porquê é um hábito que tem que vir primeiro do exemplo, que se os pais não lêem, os filhos não irão, realmente é um comportamento de espelho que precisa ser desenvolvido… e como fazer isso? Tem que ser aos poucos, nada radical, como se disesse ‘a partir desse mês meu filho irá ler todo dia’. Comece lendo cerca de cinco minutos, a noite”, aponta Maisa Colombo.
“Ou se a criança pega um livro, coisa de 10, 20 reais, o pai deixa de comprar, ou sai acelerado por conta de horário… então: o que é prioridade para esses pais? A criança passa por fases. Se começar desde pequeno vai ter um desenvolvimento mais saudável, e é emocionalmente que vem esse desenvolvimento”, pontua ainda.
Para que a criança sinta desejo de ler, Maisa conta que é preciso mais do que dizer ou ordenar que seu filho pegue um livro. “Enquanto pai, enquanto mãe, efetuem um planejamento. Que modelo você quer passar para o seu filho? Planeje, assim ele vai estar desenvolvendo a criatividade. Ao ler você precisa mesmo liberar a emoção daquele livro, tem que dar vida àquela história se não torna-se um hábito mecânico”.
“Quando se lê para uma criança, quando se fala para ela sobre o momento de uma história, de ‘uma porta que abre e’… ela vai ter uma emoção. Estamos treinando o sentimento nas crianças”, comenta ainda a coordenadora.
Maisa ainda ressalta que a proximidade entre pais e filhos é o principal fruto do hábito da leitura e que para os pais: “o tempo é o maior desafio. A gente se pega, enquanto pai, enquanto mãe, com cobranças que o século 21 faz que são rotineiras e acaba esquecendo do essencial, que é o vinculo. A leitura favorece que você se aproxime do seu filho”, finaliza.
(Texto: Leo Ribeiro)