Filme estreia amanhã nos cinemas do país, com classificação de 16 anos
Filmes policiais, com dois parceiros de estilos diferentes, são uma receita antiga que está por aí desde a década de 1970, e que nos anos 80 agregou-a à comédia de ação, em títulos que se tornaram franquias, a exemplo de “Um Tira da Pesada”, “Máquina Mortífera”, “A Hora do Rush” e “Bad Boys”. Este último estreou em 1995, quando Will Smith e Martin Lawrence deixavam de ser comediantes para estrearem no universo de atores de blockbusters.
Após a sequência, que teve relativo sucesso em 2003, eles voltam para o que seria a “missão final”. Smith e Lawrence, que em meados de 1990 estavam na casa dos 30, agora são cinquentões, “tiozões” como a garotada chama qualquer um com mais de 40 anos, em meio ao novo cenário em que vivemos. Na trama: Marcus Burnett (Lawrence) tem um neto e está prestes a se aposentar, quando Mike Lowrey (Smith), solteirão e seu parceiro de décadas, sofre um atentado e fica à beira da morte.
Ao retornar, Lowrey busca vingança e Burnett tenta deixar a vida agitada para trás, enquanto o departamento de polícia recebe uma nova equipe, mais jovem, formada pela tenente Rita (Paola Nuñez), a policial especialista em invasões Kelly (Vanessa Hudgens), o nerd musculoso Dorn (Alexander Ludwig) e o hacker e atirador de elite Rafe (Charles Melton).
“Bad Boys Para Sempre” é dirigido por Adil El Arbi e Bilall Fallah, com roteiro de Chris Bremner, Joe Carnahan, David Guggenheim e Anthony Tambakis. O filme tem no elenco Will Smith, Martin Lawrence, Vanessa Hudgens, Alexander Ludwig, Joe Pantoliano, Happy Anderson, Charles Melton, Kate del Castillo, Paola Nuñez e Sharon Pfeiffer. O terceiro longa da franquia já é um sucesso nas bilheterias americanas e tem impressionado a crítica especializada, com 78% das análises publicadas aprovando o filme estrelado por Will Smith e Martin Lawrence, de acordo com Rotten Tomatoes.
O primeiro Bad Boys, que estreou em 1995 e lançou Michael Bay como diretor e Smith como astro de ação, arrecadou 141 milhões de dólares mundialmente. A sequência de 2003 teve arrecadação mundial de 272 milhões de dólares. Segundo o Box Office Mojo, site que mostra a evolução das receitas das bilheterias, a terceira parte da saga estrelada por Will Smith e Martin Lawrence ganhou US$ 34 milhões em âmbito “doméstico”, que agrupa as receitas nas telonas dos EUA e do Canadá e segue mostrando que veio para quebrar os recordes dos filmes anteriores.
A crítica especializada já deu as primeiras impressões sobra a produção. Pablo Bazarello, que escreve para o site Cinepop, viu referências aos filmes anteriores. “Bad Boys Para Sempre faz referência aos filmes passados, homenageando-os, e surge como o mais pessoal de todos.” Marcelo Müller, do Papo de Cinema, curtiu o desempenho dos protagonistas. “A dupla principal segue funcionando muito bem junta, com Lawrence confortável no papel de escada, tendo menos esforço físico e com uma pegada que encontra ecos no timming cômico de Smith.”
Michael O’Sullivan, que escreve para o jornal “Washington Post”, comentou sobre a renovação que o terceiro filme trouxe para a franquia. “Adil e Bilall trazem um ar fresco, energia e diversão para uma franquia que parecia um tanto obsoleta, mesmo 25 anos atrás, quando o primeiro filme foi comparado, de maneira não imprecisa, a uma cópia de Máquina Mortífera.” Todd McCarthy, da revista americana “The Hollywood Reporter”, gostou da atuação, porém sentiu falta do diretor Michael Bay. “Smith e Lawrence estão em sua melhor forma, e Joe Pantoliano oferece bons momentos como capitão da polícia. O peso e a sensação de excesso desnecessário na abordagem de Bay foram substituídos aqui por um estilo mais alerta e de baixa qualidade.”
(Texto: Marcelo Rezende)