Alexandre Ottoni e Deive Pazos, pioneiros na internet e nos podcasts, tiraram a subcultura dos nerds do nicho em que vivia e hoje têm 2,5 milhões de seguidores nas redes
Na história do Jovem Nerd, o advento do podcast tirou a informação de dentro do computador, em que para consumir qualquer produto digital, era preciso buscar uma lan-house, os M3P’s players apareceram. O primeiro Nerdcast teve 250 ouvintes. Hoje são um milhão e meio.
Alexandre Ottoni e Deive Pazos, de 40 anos, se conheceram na faculdade de desenho industrial. O primeiro trabalhava com design gráfico em uma agência e o segundo era gerente de uma rede de motéis. Em 2002, uniram seus interesses em comum com um hobby: começaram a “brincar com blog“, criando piadas com personagens de histórias em quadrinhos e sagas.
“O podcast deu uma personalidade ao projeto. O blog, antes, era só umas tirinhas, umas postagens impessoais e, a partir de um momento, ele passou a ter pessoas que falavam, tinham voz e personalidade. Isso acentuou muito o crescimento, porque as pessoas escutavam, se divertiam e passavam adiante”, conta Pazos.
Com o crescimento, veio a publicidade e, em 2008, a dupla pôde largar a vida dupla e dedicar-se integralmente ao projeto. Até hoje, o Nerdcast é o carro-chefe do negócio, mesmo com os dois vídeos semanais no canal do YouTube e a produção de outros três para terceiros. Sim, o Jovem Nerd virou uma produtora de conteúdo e, segundo os sócios, cresceu, ano a ano, desde que foi criada. Eles dizem que não é que o setor não tenha sofrido com a crise econômica dos últimos anos, mas quem gosta de cultura pop “tem uma tendência intensa de querer tudo ao extremo”.
Ele explica que o público nerd é muito apaixonado e tem muita urgência em suas decisões de consumo. “Se sai um filme, uma camiseta, ele quer expressar o amor por aquilo na hora. É um público que pensa: ‘estou apertado esse mês, mas vai estrear Vingadores e eu tenho que ver já, não posso esperar’.
(Texto: Lyanny Yrigoyen com informações El País)