Jota Trio revisita Tom Jobim em apresentação que une bossa nova e jazz na Capital

Foto: Lekão
Foto: Lekão

Grupo apresenta 18 composições de Tom Jobim em releituras contemporâneas com improvisos e arranjos, no Teatro Aracy Balabanian

 

A música brasileira volta ao palco campo-grandense no dia 21 de novembro com a apresentação Jota Trio Toca Tom Jobim, que reúne jazz, bossa nova e música instrumental em homenagem a Antônio Carlos Jobim. O espetáculo acontece às 19h, no Teatro Aracy Balabanian, com ingressos a R$ 38.

Formado por baixo acústico, piano e bateria, o Jota Trio prepara um repertório de 18 obras que atravessam gerações, revisitando composições de Tom Jobim a partir de releituras contemporâneas e de diálogos improvisados entre os instrumentos. A proposta do trio é revisitar clássicos da bossa nova preservando suas linhas melódicas, mas abrindo espaço para intervenções criativas e variações harmônicas típicas do jazz.

A apresentação se insere na programação cultural da cidade como um retorno da música instrumental ao centro da cena local, oferecendo ao público um panorama da obra de Jobim em arranjos que exploram ritmo, dinâmica e liberdade musical.

Homenagem

O Jota Trio, formado por Junior Juba (piano), Juninho MPB (baixo acústico e voz) e Mateus Yule (bateria), prepara o espetáculo em homenagem a Tom Jobim destacando a importância do compositor para a formação musical do grupo. Em entrevista ao O Estado, Juninho MPB explicou que a ideia do tributo surgiu da convivência do trio com o repertório de Jobim ao longo de anos de estudo e de prática de palco, o que despertou a vontade de apresentar um show inteiramente dedicado ao autor.

Segundo ele, a influência de Tom vai além das harmonias e melodias marcantes: está também na forma de pensar a canção, no diálogo constante entre simplicidade e sofisticação que molda a música brasileira.

“Buscamos reinterpretar as obras preservando seu caráter melódico e a cadência da bossa nova, mas abrindo espaço para uma abordagem contemporânea, incorporando improvisos, variações rítmicas e a liberdade típica do jazz instrumental. Para mim, esta homenagem é uma forma de manter vivo um legado que continua inspirando novas gerações e de apresentar ao público um repertório que dialoga com a tradição sem deixar de refletir a identidade sonora do nosso próprio trio”, conta o músico.

Juninho MPB explicou que o equilíbrio entre o lirismo da bossa nova e a liberdade do jazz nasce da própria natureza da obra de Tom Jobim, cuja música já dialoga com esses dois universos desde sua criação. Ao Estado, ele destacou que, fora do Brasil, o repertório de Jobim é frequentemente classificado como Brazilian Jazz, o que reforça essa ponte natural entre as linguagens.

“Trabalhamos os arranjos a partir dessa compreensão histórica, transformando cada canção para o formato de piano trio sem descaracterizar os elementos que identificam a bossa nova”, explica.

O trabalho do trio parte de um processo contínuo de adaptação das harmonias e de construção de espaços destinados à improvisação, permitindo que piano, baixo e bateria estabeleçam conversas rítmicas próprias sem perder a referência central da obra de Tom Jobim.

“A intenção é apresentar versões que preservem a identidade melódica de Jobim, mas que também revelam camadas sonoras novas, ampliando o alcance das composições. Para mim, esse equilíbrio faz com que o público reconheça de imediato a assinatura do compositor e, ao mesmo tempo, perceba a linguagem contemporânea que o trio imprime às nossas interpretações”, conta o baixista.

Repertório

A seleção das 18 canções para a apresentação nasceu de um repertório que já acompanha o trio desde sua formação, em 2021, quando Jobim passou a integrar de forma natural cada setlist. Ele lembrou que as primeiras músicas tocadas juntos foram “Só Danço Samba” e “Garota de Ipanema”, peças que ajudaram a moldar a identidade sonora do grupo e, com o tempo, despertaram a vontade de criar um espetáculo inteiramente dedicado ao compositor.

“A escolha das obras partiu tanto da minha afinidade artística quanto da relação que construímos em palco, privilegiando canções que nos permitissem explorar arranjos mais abertos, momentos de improviso e diferentes texturas instrumentais. O público pode esperar versões que transitam entre a fidelidade ao tema original e a liberdade criativa, com variações de dinâmica, diálogos entre os instrumentos e uma sonoridade que combina tradição e experimentação em homenagem a Tom Jobim”, afirma.

O grupo finaliza destacando o espetáculo no Teatro Aracy Balabanian foi concebido como uma celebração da obra de Tom Jobim e como uma oportunidade de aproximar o público da atmosfera que sempre guiou o trabalho do Jota Trio.

“A intenção do nosso trio é emocionar e proporcionar sensações ligadas à memória afetiva que tantas pessoas têm com as composições de Jobim, permitindo que cada canção seja ouvida com calma e presença.O show se torna especial justamente por unir repertório consagrado e interpretação ao vivo”.

Serviço: O espetáculo acontece no dia 21 de novembro, a partir das 19h, no Teatro Aracy Balabanian, localizado na Rua 26 de Agosto, 453, no Centro de Campo Grande. Os ingressos estão à venda por R$ 38 na plataforma Sympla.

 

Por Amanda Ferreira 

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