Sequência do aclamado terror de 2022, Telefone Preto 2 estreia com trilha grunge, clima sombrio e críticas que destacam a mistura entre horror psicológico e drama familiar
Com a voz sombria de Layne Staley e o som pesado de “Rooster”, clássico da banda grunge Alice in Chains, marca o início do trailer de Telefone Preto 2, que estreia hoje nos cinemas brasileiros. A música dá o tom da continuação sombria dirigida por Scott Derrickson e escrita em parceria com C. Robert Cargill, os mesmos nomes por trás do sucesso de 2022. O elenco principal reúne Mason Thames, Madeleine McGraw e Ethan Hawke, prometendo uma experiência intensa e emocional, que mescla o terror psicológico com elementos sobrenaturais e temas de superação.
Quatro anos após escapar do macabro cativeiro d’O Pegador, Finney tenta reconstruir sua vida, mas o passado se recusa a desaparecer. Enquanto o jovem encara as sequelas de seu trauma, sua irmã Gwen começa a ter sonhos perturbadores: chamadas do misterioso telefone preto e pesadelos com três garotos perseguidos em um acampamento isolado. Movida pela intuição, Gwen arrasta o irmão para uma investigação em meio a uma tempestade de neve, levando-os a descobrir uma ligação sinistra entre o assassino e a própria família.
Mais do que uma continuação, Telefone Preto 2 promete expandir o universo do primeiro filme, misturando suspense, violência e reflexões sobre culpa e destino. Com classificação indicativa de 18 anos por conter drogas, linguagem imprópria e violência extrema, o longa promete agradar aos fãs do terror moderno e aos admiradores da estética sombria dos anos 1990, uma combinação de medo, melancolia e música grunge que reforça o tom intenso da nova produção.

Foto: Divulgação
Produção
A sequência de O Telefone Preto foi oficialmente confirmada após a recepção positiva do primeiro longa-metragem, lançado em 2021. Baseado no conto homônimo de Joe Hill, publicado em 2004, o filme conquistou o público ao misturar suspense psicológico com elementos sobrenaturais. A produção surpreendeu ao transformar um conto curto em uma narrativa cinematográfica envolvente, e o retorno da história promete expandir ainda mais o universo sombrio criado por Hill.
Durante a CinemaCon de 2023, foi anunciado que Ethan Hawke reprisará seu papel como o aterrorizante vilão da trama, novamente sob a direção de Scott Derrickson. O primeiro filme apresentou Finney, um garoto de 13 anos interpretado por Mason Thames, que é sequestrado e mantido em cativeiro por um assassino cruel. A tensão aumenta quando um telefone aparentemente desconectado começa a tocar, permitindo que Finney se comunique com as almas das vítimas anteriores do sequestrador, uma reviravolta sobrenatural que foi central para o sucesso do filme.
Com um orçamento relativamente modesto de US$18 milhões, O Telefone Preto superou as expectativas ao arrecadar mais de US$161 milhões mundialmente. O desempenho nas bilheterias e a recepção positiva do público consolidaram o longa como um dos destaques do terror recente e abriram espaço para a criação de uma franquia.

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Crítica Especializada
Em pré-estreia em alguns estados brasileiros e também pelo mundo, “O Telefone Preto 2” já chega cercado de expectativas e dividindo opiniões. Com uma aprovação de 86% no site de críticas Rotten Tomatoes, o longa confirma o interesse do público por narrativas que misturam horror psicológico e elementos sobrenaturais.
Para o crítico Peter Debruge, da “Variety”, Ethan Hawke volta a encarnar o temido vilão, agora mutilado e ainda mais perturbador. Mesmo com menos tempo em cena, o ator imprime uma presença marcante, explorando nuances sombrias de sua persona por trás de máscaras grotescas. O filme mantém um ritmo controlado, explorando o medo dos sonhos e a tensão constante entre o real e o imaginário.
Segundo o jornalista André Zuliani, do portal brasileiro de entretenimento Omelete TV, a sequência foge da armadilha de simplesmente repetir a fórmula do primeiro filme. A narrativa abandona a claustrofobia de um porão e se expande para um cenário gélido, quase onírico, sem perder o elo com o original.
Derrickson injeta uma simbologia religiosa e uma estética que remete ao terror dos anos 1980, evocando títulos como “A Hora do Pesadelo” e “Sexta-Feira 13”. Essa combinação de referências clássicas e inovação estética transforma, segundo o jornalista, Telefone Preto 2 em uma continuação ousada e visualmente instigante, capaz de dialogar com diferentes gerações de fãs do gênero.
Para o crítico Diego Souza Carlos, do site “Adoro Cinema”, o filme mantém um bom ritmo, mas tropeça ao tentar equilibrar novas tramas com a conclusão da história principal. A obra abre múltiplas frentes narrativas, o que causa certa pressa em seu desfecho. Ainda assim, o longa evita a previsibilidade típica das continuações, aprofundando o passado dos personagens e buscando um drama mais humano dentro do terror.
Essa tentativa de equilibrar emoção e suspense dá ao filme uma densidade interessante, mesmo quando alguns momentos soam forçados. No fim, o crítico concluiu que, “ Telefone Preto 2” reafirma o talento de Derrickson em transformar o medo em reflexão e em puro entretenimento.
Amanda Ferreira