Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista, a Unesp, observaram que a irisina dificulta a chegada do novo coronavírus às células de gordura
Não é de hoje que sabemos que praticar exercício físico é ótimo para a saúde. Se antes, se exercitar já era recomendado pelos médicos e pelos especialistas da área esportiva, após o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus, essa importância aumentou. Foi exatamente isso, que um estudo da Universidade Estadual Paulista revelou, o exercício físico pode ajudar a afastar o maior inimigo de todos os tempos.
Pesquisadores constataram que a irisina, um hormônio liberado pelos músculos durante a prática esportiva, é capaz de diminuir o gene que produz a proteína responsável por levar a doença para dentro da célula de gordura do corpo. De acordo com o professor de educação física da academia Performance, Willian Antoni da Silva de Souza, pessoas obesas têm maior risco de desenvolver a forma grave da COVID-19.
“Pessoas obesas tender a ter níveis menores de irisina, assim como maiores quantidades da molécula receptora do vírus. O estudo mostra que esse hormônio ele corta o transporte do vírus até a camada de gordura. Mostrando mais uma vez que atividade física é fundamental para todas pessoas e é importante aumentarmos a consistência da prática esportiva e de uma alimentação equilibrada, para melhorar a composição corporal”, revela o educador físico.
Segundo Willian, a atividade física ajuda prevenir uma série de doenças e ainda pode servir como tratamento não medicamentoso para inúmeras patologias, incluindo as associadas a obesidade. “Com a pandemia da COVID-19, temos visto o quanto é importante exercício físico na vida das pessoas. O sistema imunológico é fortalecido através do exercício físico. Pessoas que praticavam exercícios físicos têm um índice menor de 34% de hospitalização em comparação as pessoas que não se exercitam”, elucida.
Quando é seguro voltar a praticar exercício físico
Todas as pessoas que se recuperaram da COVID-19 devem passar por uma avaliação antes de voltar a praticar atividade física moderada a intensa. O professor de educação física explica que o o tratamento pós-COVID tem várias ressalvas, porque pessoas recuperadas podem apresentar mais de 200 sintomas diferentes, por até sete meses.
“O retorno precisa ser com uma intensidade leve para moderado, colocar o pé no freio, ir mais devagar, ir recuperando o tempo que passou doente, até estar 100% dentro do exercício que ela fazia antes. Quando o aluno chega fazemos uma anamnese, conversamos, tiramos todas as dúvidas, a partir disso encaminhamos ou para uma atividade aeróbia, um exercício resistido, tudo isso depois de uma avaliação”, afirma.
Não importa se é musculação, caminhada, corrida ou natação, o importante é não para e procurar uma atividade que faça bem. “Não existe exercício específico, o importante é a pessoa ser ativa para que possa melhorar a saúde através disso e ser um indivíduo mais saudável”, finaliza.
Bruna Marques*