Jim Douglas Morrison para muitos é o imortal poeta do rock. Talentoso cantor da voz grave, é considerado membro do mórbido clube dos 27, com Jimi Hendrix e Janis Joplin. Jim Morrison ainda é cultuado por uma legião de fãs ao redor do mundo. Ainda pequeno Jim Morrison era um apaixonado por literatura. Sua irmã certa vez disse que Jim leu na adolescência, em uma sentada, toda a obra de Friedrich Nietzsche. Apaixonado por filósofos franceses existencialistas, Morrison devorava obras de Frank Kafka, Charles Baudelaire, Honoré de Balzac e do escritor estadunidense de ascendência franco-canadense Jack Kerouac.
Apaixonado por cinema, em especial pela obra do cineasta surrealista Antonin Artaud, que o influenciaria nos vários filmes por ele produzidos. Foi exatamente no Curso de Cinema, na universidade UCLA em Los Angeles, que Jim conhece Ray Manzarek, que se torna seu colega de curso e futuro colega de banda como tecladista.
É daí que nascem os The Doors. Manzarek convida dois amigos seus, que conhecera em aulas de meditação, o guitarrista Bobby Krieger e o baterista John Densmore. Em poucos meses, os The Doors já tocam em bares locais conquistando público aos poucos. ”Light My Fire”, canção curiosamente escrita por Bobby Krieger num dos primeiros ensaios da banda, acaba se tornando um sucesso nacional em pouco tempo.
A banda começa a ser percebida, pois era diferente para pessoas diferentes. A ausência de contrabaixo, o teclado circense e sombrio de Ray Manzarek, a influência flamenga de Krieger na guitarra e a poesia mística de Morrison tornam-se marcantes. Aliás essa ausência de contrabaixo me causou estranheza nas primeiras vezes que ouvi a banda, e para meus ouvidos de contrabaixista não foi fácil deglutir a banda no começo. Demorou até que me tornasse, de fato, um fã dos Doors.
Uma curiosidade interessante que li há alguns anos na revista ”Rolling Stone” é que Jim Morrison não se considerava um roqueiro. Na verdade, ele era um boêmio que gostava de bebida, noitadas, poesia e literatura beatnik. Para se ter uma ideia, Elvis Presley, Chuck Berry e outros pioneiros de rock não significavam nada para ele. Sequer os Beatles o agradavam. Jim Morrison curtia mesmo era a métrica do blues, que se encaixava melhor com a sua poesia e ouvia mesmo o bom e velho blues.
(Confira mais na página C2 da versão digital do jornal O Estado)