Marcelo Rezende
Um dos discos mais vendidos da história do rock era lançando no dia 8 de novembro de 1971. Eis que o Led Zeppelin decidiu lançar um LP sem nenhum nome na capa e nada que pudesse identificar qual banda era, ou qual o nome do álbum.
Na capa apenas a imagem de um senhor carregando galhos nas costas, no encarte, havia a letra da música que fechava o lado A do vinil, “Stairway to Heaven”, e quatro símbolos misteriosos identificando cada um dos membros do Led Zeppelin. Essa jogada de marketing aterrorizou a gravadora Atlantic Records num primeiro momento, mas a obra que ficou conhecida como “Led Zeppelin IV” faz sucesso até hoje e é um ícone na história do rock’n roll.
Com imensa aceitação do público, o álbum foi um sucesso de vendas e “Stairway to Heaven” se tornou um dos rocks mais conhecidos de todos os tempos. A banda Led Zeppelin sofria grande pressão da gravadora, críticos e também do seu agente para colocar um título em seus trabalhos. Contudo, para Jimmy Page, “nomes e títulos não significam nada”. E, assim, eles seguiram com a decisão para tentar encerrar o assunto de uma vez por todas.
A bolacha é obrigatória na coleção de qualquer amante de rock clássico. A porrada “Black Dog” abre a obra; na sequência o excelente tributo a Little Richard “Rock and Roll” arrasa quarteirões; inspirada em J.R.R. Tolkien, “The Battle of Evermore” soa épica e serve de trilha para acompanhar uma leitura de “O Senhor dos Anéis”; depois é a vez de “Stairway to Heaven”, que dispensa comentários, meu Deus que coisa linda!; “Misty Mountain Hop” coloca a galera para dançar; “Four Sticks” mostra a percussão de John Bonham à frente de tudo e deixa claro que ele é uma lenda; “Going to California” é um a das canções mais bonitas que ouvi nesta vida; e a emblemática “When the Levee Breaks” traz a gaita precisa de Robert Plant, a guitarra hipnotizante de Jimmy Page, a precisão do baixo de John Paul Jones e mais uma vez John Bonhan dando aula de bateria para toda a eternidade.
Assim que foi lançado, o álbum tornou-se um sucesso comercial imediato, garantindo o primeiro lugar da UK Albums Chart no Reino Unido, permanecendo no topo por três semanas consecutivas. Ainda assim, permaneceu na parada por um total de sessenta e duas semanas, fazendo várias reentradas através dos anos, sendo a mais recente em 2007, ficando cinco semanas entre os mais vendidos. Atualmente já vendeu quase dois milhões de cópias no território.
Nos Estados Unidos, estreou direto na segunda posição da Billboard 200, que também foi sua posição mais alta, atrás apenas do álbum Santana III, da banda Santana, e desde então já passou 261 semanas na parada, tendo vendido mais de vinte e três milhões de cópias no país e sendo assim o terceiro álbum mais comprado na história do país, atrás apenas de “Their Greatest Hits”, do Eagles, e “Thriller”, de Michael Jackson.
“Led Zeppelin IV” já vendeu cerca de 40 milhões de cópias ao redor do planeta, sendo assim o décimo segundo álbum mais comprado da história, e o terceiro mais comprado na categoria de hard rock, atrás apenas de “Bat Out of Hell”, do Meat Loaf, e “Back in Black”, do AC/DC
Perdi a conta de quantas vezes ouvi esse disco para comentar com velhos amigos como o “Led Zeppelin IV” era uma obra de arte. Lembro bem de ficar tocando em uma edícula cheia de discos na casa do meu amigo Zé Fiúza, baterista dos melhores que já conheci, e com o guitarrista Luis Ávila.
Ficávamos tentando tirar essas músicas e isso ajudou um bocado a melhorar nossa técnica como músicos que davam os primeiros passos na carreira. Pura nostalgia. Há 48 anos era lançada uma pérola da história do rock and roll.