Glauce Rocha recebe ópera com produção Sul Mato-grossense

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Quem gosta de ópera Campo Grande recebe nos próximos dias 21 e 22 de junho, no Teatro Glauce Rocha, a estreia da ópera “Um Homem Amarelo”, uma viagem cantada por parte da história brasileira e obra criada por um Sul Matogrossense.

Contemplado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul (FIC/MS), o espetáculo convida a uma jornada ao passado, percorrendo a Semana de Arte Moderna (1922) e a Independência do Brasil (1822). Em 2022, essas duas datas celebraram efemérides, respectivamente, de 100 e 200 anos. Portanto, “Um Homem Amarelo” visa homenageá-las em seu enredo, unindo fatos reais e ficção.

Com boa dose de humor e contando com a participação ativa do público, por meio de placas indicativas, a ópera revive esses dois momentos históricos nacionais e estimula reflexões. Vai ter pisão no pé de Villa-Lobos, dor estomacal de Dom Pedro I (isso realmente aconteceu), criação de máquina do tempo, receita de caipirinha por Oswald de Andrade e até heroínas que, com muita fé e tinta, libertarão o Brasil Colônia do domínio português. No fim, há a confirmação de que, pela música – especialmente por meio do nosso Hino Nacional –, é possível apaziguar desavenças e unir o povo.

Uma criação de Cyro Delvizio, violonista e compositor campo-grandense que assina a obra, a estreia de “Um Homem Amarelo” será ainda mais especial por acontecer justo na Cidade Morena. Para o músico, poder realizar um evento cultural do tipo em MS, com sete cantores no palco, além de contar com a execução de orquestra, é de uma grande felicidade.

“‘Um Homem Amarelo’ é resultado de dois anos de trabalho. Foram seis meses escrevendo o enredo e quase um ano e meio compondo. Junto a isso, houve o trabalho intenso de uma equipe muito esforçada e talentosa. Não haveria lugar melhor do que minha cidade natal para concretizar esse sonho. As dificuldades de se fazer uma ópera no Brasil são imensas, e Mato Grosso do Sul faz muito bem em marcar seu lugar no circuito operístico nacional e em democratizar uma arte acessível a todos os públicos”, confirma o compositor.
“Essa ópera é uma mescla de influências que passeiam pela música contemporânea, impressionista, modinha, valsa, baião, bossa-nova e música marcial e que, por vezes, soam até com trejeitos de polca paraguaia, bem ao gosto do sul-mato-grossense. A música também vai mudando conforme vamos viajando no tempo e de acordo com o clima de cada cena”, revela Cyro Delvizio.

Serão duas sessões, uma na quarta (21) e outra na quinta-feira (22), sempre às 20h. A entrada é gratuita.

Mesmo se tratando de uma ópera, gênero tradicionalmente relacionando a um formato clássico, considerado “rígido”, “Um Homem Amarelo” quebra esses habituais paradigmas, resultando em um enredo e linguagem musical bastante acessíveis a todas as faixas etárias. Cantado inteiramente em português, o público presente também poderá acompanhar o espetáculo por meio de legendas, que serão exibidas simultaneamente às performances em palco.

Outro recurso tecnológico usado na ópera “Um Homem Amarelo” são as projeções, que transformam o ambiente e exibem diferentes pinturas representativas para a trama, praticamente uma exposição dentro de um teatro, em uma experiência imersiva, além de musical.

“Assim como o enredo moderniza a ópera, misturando-a com o gênero de ficção científica que vemos no cinema, a videocenografia, assinada pelas talentosas campo-grandenses Natacha Figueiredo e Sol Ztt, toma grande proveito da tecnologia atual. Dessa forma, o vídeo é usado como meio de expressão artística impactante. Cada viagem no tempo causa um efeito imagético intenso, e nos sentiremos viajando junto aos personagens. Posso confirmar que a soma de canto, orquestra, vídeo, teatro, cenografia e figurinos se conectará mais efetivamente aos ouvintes e dispensará qualquer familiaridade com ópera ou com música erudita”, assegura Cyro Delvizio.

A ópera “Um Homem Amarelo” é um projeto contemplado pelo FIC/MS de 2022, do Governo do Estado, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), por meio do Movimento Concerto. Uma idealização, composição e direção musical de Cyro Delvizio, com direção cênica de Brunna Napoleão e regência de Rodrigo Faleiros.

Entre os cantores da ópera, Guilherme Gonnçalves (tenor), Manuelai Camargo (soprano dramático), João Campelo (tenor), Gilson Bender (baixo-barítono) Flávio Lauria (baixo-barítono), Clarice Prieto (mezzosoprano) e Santiago Villalba (baixo-barítono). “Um Homem Amarelo” também conta com produção-executiva de Jardel Tartari, com assistência de Patrícia Martins. Figurinos por Daniella Lima, com assistência de Malu Guimarães. Videocenário por Natacha Figueiredo e Sol Ztt, com consultoria de Marieta Spada. Visagismo por Fellipe Estevão, e iluminação por Eduardo Escrivano.

 

SERVIÇO

Estreia da ópera “Um Homem Amarelo”, em duas sessões

DATA
Dias 21 e 22 de junho
Quarta e quinta-feira

HORÁRIO
Às 20h (horário de MS)

LOCAL
Teatro Glauce Rocha
(R. UFMS, s/n, Bairro Universitário – Campo Grande / MS)

INGRESSO
Entrada gratuita. Ingressos antecipados por meio da plataforma Sympla, via link.ufms.br/opera. No dia da sessão, ingressos poderão ser retirados tanto na bilheteria do teatro quanto pelo próprio Sympla.

PÚBLICO
Livre para todos os públicos.

DURAÇÃO
O espetáculo tem 1h40min de duração em três atos, com pausa de 10 minutos entre o segundo e o terceiro ato.

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