O mais novo integrante imortal da ABL (Academia Brasileira de Letras) é um negro, baiano com orgulho, cantor e compositor brasileiro nato e “avô” do coração de muita gente. Aos 79 anos, Gilberto Gil foi eleito por maioria absoluta à cadeira de número 20, após votação que aconteceu na tarde de hoje (11).
“Gil traduz o diálogo entre a cultura erudita e a cultura popular. Poeta de um Brasil profundo e cosmopolita. Atento a todos os apelos e demandas de nosso povo. Nós o recebemos com afeto e alegria”, declarou o presidente da ABL, acadêmico Marco Lucchesi.
O cantor acompanhou a votação em sua casa, de forma on-line, já que uma norma da Academia proíbe que candidatos participem da sessão. Além dele, concorreram à cadeira o poeta Salgado Maranhão e o autor e crítico literário Ricardo Daunt.
Recentemente, a atriz Fernanda Montenegro também foi imortalizada na ABL. Ela ocupa a cadeira 17.
Histórico
Gilberto Gil possui uma extensa obra que se confunde com a própria música popular brasileira. Sua carreira soma 60 álbuns e quase 4 milhões de cópias vendidas.
Em 1998 e 2005, ele conquistou dois prêmios Grammy Awards, além de ser duplo campeão no Grammy Latino, em 2001 e no ano seguinte. Na virada do milênio, Gil foi nomeado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como “Artista pela Paz”.
Ex-embaixador da ONU e ex-ministro da Cultura por dois mandatos consecutivos, são dele os clássicos “Aquele Abraço”, “Vamos Fugir”, “A Novidade”, “Cálice”, “Esotérico”, “Divino Maravilhoso” – performado por ele mesmo e tantos outros intérpretes que o têm em alta consideração.