O álbum Farois do Sertão , lançado em março de 2024 por Gabriel Sater, seu 6º da carreira, conquistou uma importante indicação ao GRAMMY Latino 2024, na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”. Esta é a segunda vez consecutiva que o músico figura entre os indicados, repetindo o feito de 2023 com o álbum Erva Doce . Filho do consagrado Almir Sater, Gabriel reforça o peso da tradição familiar, mas com uma pegada contemporânea que abraça ritmos como o folk, MPB e o sertanejo raiz.
Lançado no dia da água, o álbum conta com 12 faixas, sendo nove composições autorais e três releituras de grandes clássicos da música brasileira, como ‘Casinha Branca’ , de Elpídio dos Santos, ‘Amanheceu Peguei a Viola’ , de Renato Teixeira, e ‘Cavalo Preto’, de Anacleto Rosas Jr, uma das músicas de maior sucesso no remake da novela ‘Pantanal’, da TV Globo, onde Gabriel e Almir fizeram parte. No elenco de participações especiais, o projeto conta com nomes de peso como Sérgio Reis, Renato Teixeira, Luiz Carlos Sá e Lucy Alves, ampliando o prestígio de um disco que transita entre o cancioneiro popular e novos diálogos da música brasileira.
Em conversa exclusiva com o jornal O Estado, Gabriel Sater disse que o álbum ‘Faróis do Sertão’ nasceu da alegria e da boa energia após a novela Pantanal. Na reta final do contrato com a Rede Globo, o artista voltou a fazer shows, inclusive o ‘Noites Pantaneiras’, sendo esses, os primeiros do pós-pandemia do cantor. “Foram 48 eventos em 6 meses de muitas emoções, vivências e aprendizados por todo país. Durante as viagens e intervalos dos shows, eu já comecei a apresentar a ideia de repertório para meu parceiro na produção musical do álbum (João Gaspar) sobre esse sonho de projeto. O mais curioso é que ainda estávamos lançando mensalmente, single a single, o álbum ‘Erva Doce’ e que foi lançado totalmente em 30 de dezembro de 2023. Felizmente Paula Cunha, nossa equipe da Indomável Produções Artísticas, João Gaspar, Eliana Maria e Compensados Drabecki (apoiadora oficial do CD) embarcaram na realização do álbum ‘Faróis do Sertão’”.
Inspirações
Produzido por Gabriel Sater e João Gaspar, Faróis do Sertão reafirma as emoções de Gabriel ao mesclar sons e estilos que ecoam a tradição e explora novas sonoridades. Além disso, o álbum reflete a habilidade de Sater em reinterpretar o clássico sertanejo, ao mesmo tempo em que se conecta com a modernidade e as influências da nova geração.
Segundo o cantor, o processo criativo para as músicas foi diversificado, passando por períodos como viagens e pandemia, por exemplo.
“Muitas que compus durante a pandemia como ‘Por Trás de Uma História’, ‘Sim Somos Nós’. Outras nasceram durante as férias quando João Gaspar viajou conosco (antes da pandemia), que foram ‘Farois do Sertão’ e ‘Quatro Fases da Lua’. Tem parcerias mais antigas como, ‘Nos Dias Atuais – Ao Vivo’, com Paulo Simões, que foi indicada ao Prêmio da Música Brasileira 2024, ‘Chuvas de Janeiro – Ao Vivo’, parceria com Fernando D’Andréa e ‘Simbora Aceitar’, com Daniel Rondon. A única instrumental do álbum, ‘Trindade’ foi composta em 2021 com João Gaspar”, explicou.
Parcerias e emoção
Com nomes de peso em seu novo projeto, Gabriel Sater ainda revela como foi o processo com algumas das colaborações do álbum, destacando a participação da atriz, cantora e multi-instrumentista Lucy Alves. “Cada um desses artistas e parceiros contribuiu de uma forma única, com essência, timbre, poesia e personalidade musical. O processo mais desafiador quando se quer convidar um artista para uma participação especial é achar a música que combina, sinto que conseguimos um resultado emocionante”, ilustra o cantor.
O cantor ainda revela como foi a recepção da artista ao ouvir pela primeira vez a música da qual iria colaborar. “Por sinal, ‘Quatro Fases da Lua’, estava guardada há anos para Lucy Alves, esperando o momento e álbum certo para gravarmos. Quando Lucy ouviu pela primeira vez a música no estúdio me confessou que escorreu uma lágrima nos olhos dela, isso nos mostrou que estávamos no caminho certo e que a escolha foi perfeita. Um detalhe emocionante foi quando pedi pra Lucy fazer uma introdução solo de acordeon para abrir a música, quando ouvi pela primeira vez, foi um afago no coração, me emocionei pra valer”.
Já sobre as outras participações, Sater relembra que nasceram junto com o público, após inúmeros pedidos do público nos shows e nas redes sociais.
“Pensamos em um arranjo bem pantaneiro pra ‘Cavalo Preto’ com muita viola, violões rasqueando, baixo vibrante de Alex Mesquita e um primoroso acordeon do virtuose Renan Nonato, uma forma de homenagear meu personagem Xeréu Trindade e a novela Pantanal. Seguimos esse mesmo caminho de viola e atmosfera pantaneira para compor o arranjo de ‘Você Vai Gostar’, um clássico que já tinha sido muito gravado, mas consegui um outro sabor com a minha versão”, explicou.
Dobradinha
Com essa nova indicação ao GRAMMY, Gabriel Sater fortalece sua posição no cenário musical brasileiro e internacional, reforçando a importância da preservação e renovação da música de raiz. Para o cantor, a nomeação é a realização de um grande sonho.
“Um dos melhores sentimentos da vida, tenho um sonho antigo com o GRAMMY Latino, pois meus primeiros quatro álbuns lançados eu não inscrevi no prêmio, e é uma situação que me arrependo muito. Claro que sonho em ganhar esse tão prestigioso prêmio mas a indicação é sim, uma alegria imensa. Você leva anos para compor, produzir, custear e lançar um novo álbum, e quando consegue essa indicação, a motivação cresce muito mais”, revela.
“Sou muito pé no chão quanto a qualquer expectativa na minha vida, mas vou trabalhar com todas minhas forças para ser merecedor desse prêmio, e a segunda indicação me mostra que estamos no caminho certo. ‘Simbora’ aproveitar cada paisagem e cada momento com intensidade e felicidade”.
E o cantor já adianta: ainda vem muito show por aí. “Em 2025 completo 25 anos de caminhada musical e artística profissional, e estou preparando um novo show para celebrarmos. A turnê ‘Noites Pantaneiras’ continuará, mas teremos o show com o novo CD também”, finalizou.
Por Carolina Rampi e Marcelo Rezende
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