Fotógrafo campo-grandense, Gabriel Gabino apresenta a beleza do bioma pantaneiro em exposição gratuita, nesta quarta-feira (6), no Teatro do Mundo
É a partir de fotografias que falam a língua das plantas, dos bichos e dos rios que trançam o coração do Brasil que Gabriel Gabino, fotógrafo sul-mato-grossense, inaugura, nesta quarta-feira (6), a exposição “Pantanais”, na Estação Cultural Teatro do Mundo. Com entrada gratuita, a exposição inicia às 18h30.
“Pantanais” é um compilado de registros que exibe em cores e formas, assim como obras de arte, cenários e transições do Pantanal. No espaço cultural, estarão disponíveis 21 obras, nas mais variadas dimensões, além dos inusitados mosaicos com 1,80 cm de largura. O caminho das águas do complexo do Pantanal percorre parte do Estado do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, bem como uma pequena parte da Bolívia e Paraguai. O intuito de Gabino, além de declarar o seu amor ao bioma pantaneiro, é resgatar, por meio da fotografia, a rica biodiversidade que o Pantanal possui e despertar a atenção do público para o tesouro que há entre nós.
“Nesses últimos seis anos que estive no Pantanal, quando pude dar-me de encontro a essas paisagens, pensava automaticamente que poderia levar essas cenas para dentro das casas de muitas pessoas, dando a elas uma janela para o Pantanal. Para elas lembrarem que o Pantanal é acessível, está aqui pertinho, é desejado por viajantes do mundo inteiro e se encontra no nosso quintal. Ir ao Pantanal é sempre uma aventura intensa, e essa intensidade eu estou sugerindo em minhas obras. Então, minhas fotografias se tornam painéis, obras que eternizam e conectam o Pantanal com as pessoas dentro de suas casas, do ambiente de trabalho, de onde elas podem sonhar e se identificar”, compartilha, Gabriel.
Uma janela ao Complexo do Pantanal
Afamado por sua vasta fauna e flora, o bioma pantaneiro de clima tropical, conhecido por suas diversas áreas e bacias de inundação no verão, tem experimentado, nos últimos anos, diversas degradações causadas por incêndios, queimadas, avanço da fronteira agrícola, entre outras atividades econômicas que geram impactos ambientais. Para o fotógrafo, além de toda a importância que o Pantanal possui, sua relação com este bioma é quase de berço. Ainda, aos cinco anos, junto ao pai, que construía casas flutuantes sob as águas dos rios Paraguai e Paraguai-Mirim, Gabino já se apegava ao quintal colorido e cheio de vida que é o Pantanal. Suas fotografias, além de um alerta aos cuidados com esse bioma, demonstram uma relação de amor e afeto, conforme comenta o fotógrafo.
“A melhor forma de se conectar ao Pantanal é estando nele, sempre que posso eu embarco para uma missão para aquelas bandas. Mas como sou campo-grandense, eu mato a minha saudade com as músicas que eu ouvia quando era criança sob as águas do rio Paraguai-Mirim – Paulo Simões, Almir, Marcelo Loureiro, Délio e Delinha, Geraldo Roca. A música regional é uma forma de resgatar muitas lembranças boas, num desejo intenso de bem-querer àquela gente da planície alagável e todos os seres que ali habitam e convivem. O tema ‘Pantanal’, para mim, é atípico de momento, o Pantanal é atemporal no meu conceito, eu o demonstro nesta exposição por ser ele o meu lugar favorito, onde cresci, vivi e pude ter ciência da força da natureza no seu estado matriz”, ressalta Gabriel. “E outra, nas redes sociais, por exemplo, eu sempre busquei assimilar o meu olhar com a importância da preservação. Creio que a imagem cativa e educa, ninguém teria urgência em preservar aquilo que não viu, não conhece. Acho que a fotografia é uma ferramenta poderosíssima neste quesito, ela é um documento fiel e que deve ser usada para comunicar, como fazem meus queridos colegas fotojornalistas, no meu caso, que sou um fotógrafo artista, a conscientização vem no intuito de valorizar, de agregar sentimentos virtuosos como amor, paixão, carinho e sedução por meio do belo, do que é agradável aos olhos”, explica o fotógrafo.
Trajetória e a primeira exposição na Capital
Fotógrafo há mais de 10 anos, o campo-grandense Gabriel Gabino é formado em comunicação social pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), com aprofundamento técnico pela Escola de Fotografia Ateliê da Imagem, no Rio de Janeiro. Suas fotos já estamparam as páginas de revistas nacionais, como Isto É, Veja e Placar. Apesar da trajetória notável em outras regiões do Brasil, o fotógrafo afirma que a exposição “Pantanais” é um trabalho que vem sendo executado desde 2017. Desde então, um trabalho de aprimoramento foi realizado para culminar no resultado otimista e reflexivo que revelam suas telas. Além disso, Gabino revela que os seis anos que essa produção necessitou são fruto de um trabalho executado com muita dedicação e empenho, já que esta é a sua primeira exposição na Capital.
“Essa é a minha primeira exposição em Campo Grande, por incrível que pareça. Tomei bastante tempo para concluir esse trabalho porque gostaria de chegar ao nível de apresentação no qual eu pudesse fazer uma curadoria segura, com imagens grandes, com mosaicos desafiadores para quem pretende estampar obras em paredes. São peças de grande potencial ornamental. Para chegar a este ponto eu tive que passar por muitas etapas, processos que exigiam ousadia e me trouxeram coragem. É muito especial para mim promover tal evento, pois ele representa uma mudança de fase profissional. Além do mais, a importância em promover uma exposição sobre o Pantanal agora, que estamos vivendo tempos de ressocialização pós-período pandêmico, pois essas imagens eu já divulguei, em partes, nas minhas redes sociais, os meus seguidores já contemplaram parte deste conteúdo na palma da mão. Agora, quero que as pessoas tenham a chance de saborear as mesmas cenas de forma física, impressa, como a fotografia há de existir quando fora do ‘mundo tela’. Fotografias que estarão impressas em dimensões que uma câmera fotográfica profissional pode proporcionar. Campo Grande tem muitos espaços bonitos nos quais cabem obras fotográficas, o Teatro do Mundo é um deles, e foi o meu escolhido para reunir as pessoas presencialmente para essa experiência”, finaliza Gabriel.
“Pantanais” é um convite do fotógrafo Gabriel Gabino para um mergulho rico e vasto ao Pantanal em solo campo-grandense. A Estação Cultural Teatro do Mundo fica na Barão do Melgaço, 177, Centro. Para mais informações sobre o trabalho do fotógrafo, acesse, no Instagram: @gabriel.gabino.
Por Ana Cavalcante.
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