Fim da Guerra do Paraguai se torna inspiração musical

Novo trabalho do Grupo Acaba aborda o pós-conflito que mudou a América

Em processo de ensaios e gravação, todo o Estado de Mato Grosso do Sul está prestes a receber um material de relevância histórica pelas mãos do Grupo Acaba, pautado pelos 150 anos do fim da Guerra do Paraguai.

“O Grupo Acaba, e eu na parte de composição e pesquisa, há muito tempo vínhamos fazendo algumas composições que faziam referência à guerra. Que a do Paraguai é um evento que permeia a própria história de MS. Nessa circunstância, em 2015/16, fui chamado para uma reunião de um grupo, chamado ‘A chama da paz na América do Sul’, coordenado pelo Matheus Dauzacker da Fundtur e pelo Zito Ferrari da FCMS. O foco até então eram atividades cívicas, históricas e também de turismo, principalmente com relação à retirada da Laguna”, explica o integrante Moacir Lacerda.

De como o trabalho em homenagem à data se dá, Moacir aponta: “A preocupação desse grupo era fazer os marcos e uma trilha turística, também de comemorações da retirada. Quando eu cheguei para esse grupo – onde a maioria dos participantes é de universidades, Instituto Histórico e Geográfico e unidades militares – tendo um bom relacionamento para com todos, com uma proposta de cultura”.

“A partir desse momento comecei a ter outra visão de que, em 18 de março de 2020, são 150 anos do encerramento da Guerra da Tríplice Aliança. 2022 são 150 anos da assinatura do tratado de paz. Daí vem todo esse projeto chamado ‘A chama da paz na América do Sul’. A partir disso comecei a fazer algumas composições e hoje temos mais de 40, a maioria de letras próprias, exclusivas do Grupo Acaba, como também muitas parcerias”, complementa o músico.

Do que irá integrar o CD, Moacir ainda ressalta que, das parcerias: “Temos músicas compostas com: a poetisa Silvia Cesco; com Rubenio Marcelo; Américo Calheiros… então são diversas forças e, a partir daí, eu até vi que esse fato é muito grandioso para ficar circunscrito apenas a uma antologia musical. Ela mereceria ser pintada e cantada em tela, de diversas maneiras. Aí surgiu um convite para que houvesse iniciativas culturais por parte de artistas plásticos, atores, atrizes, dançarinos, escritores, para que fizessem projetos também alusivos a esses 150 anos do término da Guerra do Paraguai. E 150 anos da comemoração da chama da paz na América do Sul”.

“Fizemos duas reuniões com esses grupos e a intenção é que juntemos forças, para que possamos nortear, dar sugestões, para que o governo de MS trace uma política cultural de modo que possa abranger esses temas tão significativos, não somente na parte cultural, mas na parte histórica. São fatos que podem ser ilustrados com livros paradidáticos, com livros acadêmicos dirigidos com esse tema que iriam enriquecer muito a nossa cultura e o próprio turismo. Falando de cultura e história, esses dois são elementos preponderantes para que nós tenhamos uma economia criativa para que o Estado possa tirar proveito disso e toda a população também”, faz questão de ressaltar Moacir.

Da relevância do tema para a cultura, que move também o próximo trabalho do Grupo Acaba, Moacir diz: “O mais importante desse projeto não está apenas em resgatar ou apresentar um trabalho musical, mas levar essa temática para as escolas de Ensino Fundamental, Médio e faculdades. Discutir com a sociedade o papel dessa integração e fazer com que peças de teatro sejam apresentadas com essa temática. É riquíssimo isso em termos de conteúdo para inspiração”.

Serviço: No dia 8 de dezembro, às 18h, no Projeto Vertentes, o Grupo Acaba traz o show “A Chama da Paz na América do Sul”, com algumas músicas como ensaio para a gravação final, prevista para o próximo 2º semestre.

(Texto: Léo Ribeiro)

Acompanhe também o Podcast do Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul sobre o assunto:

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