Executivo drag-queen promove inclusão no mundo empresarial

Embora viva em um país onde episódios de intolerância se tornaram cada vez mais comuns, Fernando Magrin, executivo da American Airlines, drag-queen e figura do carnaval de São Paulo, é um defensor convicto da inclusão no ambiente corporativo. Alto e de olhos muito azuis, Magrin, de 55 anos, se veste de rosa da cabeça aos pés para encarnar sua alter ego “Mama”. A personagem foi criada em 2016, para o bloco “MinhoQueens”, que no último ano reuniu 200 mil pessoas no centro da maior cidade do país.

O nome do bloco foi escolhido assim por causa do trajeto pelo qual circula durante a temporada de carnaval e uma brincadeira de palavras: ele passa pelo Minhocão e se mescla com a palavra “queens” (rainhas, em inglês). “Somos as rainhas do Minhocão”, conta Magrin enquanto se maquia, também em tons bem chamativos de rosa, no seu apartamento no centro de São Paulo.

A popularidade do “MinhoQueens” também permitiu que ele tivesse mais visibilidade dentro da American Airlines, companhia aérea na qual trabalha há 24 anos. Assim, “Mama” deixou de ser apenas um símbolo de diversão e se tornou um ícone a favor da inclusão e da diversidade no ambiente corporativo da capital econômica da América Latina. “As empresas brasileiras não entraram nessa onda conservadora”, afirma o executivo de vendas da companhia americana.

“O Brasil é aquela coisa, com os contrastes. A gente continua sendo o primeiro país do mundo que mais mata pessoas LGBT. É difícil, mas acho que está tendo uma abertura, principalmente no mundo corporativo”, diz Magrin, que preside o recém-criado Comitê da Diversidade da sua empresa e é porta-voz em diversos eventos sobre o tema.“Internacionalmente falando o mundo pede isso, e a gente está mais globalizado, estou falando de grandes corporações porque em pequenas empresas, a realidade pode ser outra”, admite.

(Texto: Lyanny Yrigoyen com IstoÉ)

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