Filmes sobre ataques de tubarões costumam ter audiência. Desde que Steven Spielberg lançou o seu premiado (Tubarão), de 1975 que venceu três categorias do Óscar: Melhor Edição, Melhor trilha Sonora e Melhor Som, centenas de produções com essa temática foram parar na telona e na telinha. Algumas ótimas, outras de gosto bem duvidoso, como a série de tubarões que tem de duas até cinco cabeças, ou a hilária franquia de (Sharknado), onde os bichos vem parar em cidades carregados por tornados. A estreia da semana é; Medo Profundo: O Segundo Ataque, sequência do filme (Medo Profundo), de 2018. O diretor Johannes Roberts está de volta nesta nova trama.
Dessa vez, um grupo de cinco amigas aventureiras viaja até Recife, região nordeste do Brasil, para conhecer as ruínas de uma cidade subaquática. No entanto, durante o passeio pelo fundo do mar, elas descobrem que não estão sozinhas e os verdadeiros “moradores” do local não estão nada satisfeitos com suas visitas. As adolescentes mergulham e rapidamente encontram-se em um inferno aquático. Nas cavernas submersas, deste labirinto claustrofóbico, elas acabam entrando no território das mais mortíferas espécies de tubarões no oceano.
O elenco conta com John Corbett (Sex and The City), Nia Long (Império), Sophie Nelisse (O Ladrão de Livros), Corinne Foxx, Sistine Stallone, Brianne Tju (Scream), Davi Santos (Polaroid) e Khylin Rhambo (Teen Wolf). Medo Profundo: O Segundo Ataque; pretende superar o sucesso de seu antecessor, que custou apenas US$ 5,5 milhões e faturou mais de US$ 50 milhões nos cinemas americanos. A crítica especializada já deu os primeiros pareceres sobre a produção.
Benjamin Lee, do jornal britânico The Guardian, deu três estrelas para o filme. “À medida que o filme avança, Roberts constantemente aumenta a ação e as apostas e, enquanto corre para o ato final, felizmente evita a agressão em outra reviravolta boba, em vez disso, projetando um final feroz e indutor de suspiros em águas abertas”. John DeFore, da revista americana The Hollywood Reporter também deu três estrelas e apontou características bem peculiares sobre o que faz as pessoas curtirem esse seguimento cinematográfico. “Deixe de lado a descrença e as fobias primitivas podem ser suficientes para levá-lo feliz para o outro lado desta aventura. Mas esteja avisado: o filme termina com uma piada de mau gosto, e essa piada piora algumas vezes, paródia de tubarão, antes de terminar”.
Owen Gleiberman, que escreve para revista americana Variety, também ressaltou que a obra deve agradar os fãs do gênero. “Os choques são consistentemente oportunos e, para o público que procura um filme como este, provavelmente é o suficiente”. Já Bilge Ebiri do jornal New York Times, não gostou nada do que viu e deu uma estrela. “Com cenário bobo, personagens irritantes e ação distorcida, é uma repreensão ao filme anterior. […] O diretor, Johannes Roberts, também dirigiu o filme anterior e, enquanto criava um sentimento palpável de claustrofobia, aqui ele se atrapalha em suas tentativas de criar medo em espaços apertados”. Marcelo Müller, do site Papo de Cinema também avaliou com uma estrela a obra. Em Medo Profundo: O Segundo Ataque a descoberta das catacumbas alagadas é apenas uma desculpa para tentar (em vão) oferecer previamente terror. Sobram sequências em que o cineasta não consegue extrair angústia da falta de visibilidade embaixo d’água e da pouca noção de onde o perigo está espreitando.
Uma curiosidade interessante sobre a estreia da semana é que, apesar de a história se passar no Brasil, a produção foi filmada na República Dominicana. Medo Profundo: O Segundo Ataque; está em cartaz nos filmes de todo o país e a classificação é 14 anos.
(Texto: Marcelo Rezende)