Ação na Confraria Sociartista reúne obras de 27 expositores em mostra motorizada nesse domingo
Amantes e entusiastas das artes plásticas ganham nesse domingo (18) uma alternativa para apreciar essa vertente artística. Seguindo os modelos atuais de segurança, diversão e entretenimento, a Confraria Sociartista realiza por meio do “Drive- -Thru” das Artes, exposição aberta ao público das 9h às 16h na sede da confraria, que fica na Av. Nelly Martins (Via Parque), entre as ruas Diogo Bernardes e Mário de Andrade.
Presidida por Pedro Guilherme Garcia Góes, a Associação dos Artistas Visuais Profissionais de MS traz essa alternativa de apreciação das artes sem sair dos carros, com utilização da tecnologia por meio de QR code, que traz informações sobre autores e suas obras no dia da exposição.
“Vai ser um corredor feito com tenda e coberto. Nas laterais as telas, esculturas e outros materiais artísticos terão três pontos de parada para os carros, durante um roteiro de 10 minutos. Durante este trajeto poderão observar as obras. Todas elas têm o QR code, onde sai o nome do artista, um pouco do histórico e histórico da obra”, explica Pedro Guilherme como será realizada a visitação.
Gravuras, pinturas, esculturas e as mais variadas técnicas e expressões de 27 artistas ocupam o espaço de exposição. Pedro explica que o drive-thru é só a primeiro de várias iniciativas pensadas pela Confraria, que há mais de dois anos executa ações culturais por Campo Grande. “A partir disso queremos bolar outras ações enquanto tiver pandemia”, diz.
Ações que eram desenvolvidas pelo coletivo na Praça das Águas, próximo da Afonso Pena e do Shopping Campo Grande, um domingo por mês, têm agora uma nova casa. Porém ficou impedida de ser inaugurada em razão das medidas de segurança e isolamento recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) diante da pandemia do novo coronavírus.
Com cada artista recolhido para sua segurança e dos demais, o presidente da Confraria conta que surgiu então a ideia de adaptar uma exposição e fazê-la no modelo drive-thru. “É uma maneira de a gente mostrar nossa produção, mostrando que os artistas plásticos e visuais estão produzindo, não só da nossa cidade, tem artistas do interior que vão expôr e fazem parte da Confraria”, diz.
Impressões artísticas
Anelise Godoy compõe as artes de Mato Grosso do Sul antes mesmo da divisão do uno, é moradora de Bonito e suas obras possuem forte temática regional. “Gostei da alternativa porque nesse momento em que fecharam museus; galerias; feiras… enfim, eventos presenciais, a classe artística sentiu muito, em todos os sentidos (financeiro, produção, etc.).”
Ela acredita também que o projeto dará visibilidade para o coletivo na qualidade de artistas e produtores culturais de Mato Grosso do Sul. “Achei a ideia de passarem por dentro da nossa sede – que é uma conquista para as artes e exemplo Nacional de classe Unida – bem bacana… só acho que deveriam ter vendas diretas porque Arte geralmente adquirimos na hora, meio por impulso. Faz bem pra Alma. E assim já movimentaria o setor”, comenta ainda Anelise.
Antonia Hanemann, que possui Ação na Confraria Sociartista reúne obras de 27 expositores em mostra motorizada nesse domingo obras na França, Itália, Portugal e Japão, ressalta que, como o ano de 2020 já sofria os efeitos do cenário político, com a pandemia as consequências foram as piores possíveis. “Como a arte é o último item (isso quando colocam) a ser consumido e o primeiro a ser cortado, pelo menos eu, como artista, já tenho sempre um plano B e C. Neste momento não foi diferente. Tive que me reinventar”, revela.
“Tinha vários pedidos de lojistas de várias partes do Brasil, que foram pausados. Algumas lojistas pausaram mas deixaram os pedidos pagos. Tenho uma segunda profissão que herdei da minha mãe e que amo. Sou costureira. Então neste momento produzi muita máscara”, comenta Antonia sobre o efeito da pandemia
Ao citar as mudanças nas artes, ela sente que estão sendo influenciadas pelo que é chamado de “novo normal”. “A arte tem um papel fundamental nas crises, sejam elas pessoais ou mundiais. Num primeiro momento as pessoas se fecham mas aos poucos o olhar volta mais sensível e carente. Nesse momento, mesmo que inconsciente, a arte é buscada. Seja pra ser consumida ou simplesmente apreciada”, diz Antonia.
(Reportagem completa na pág. 13 da versão digital do Jornal O Estado)