Dread Day em Campo Grande reúne música, arte e sustentabilidade em 14 horas de programação

Foto: Komiyama Produções KPROD
Foto: Komiyama Produções KPROD

Megaevento contará com shows, oficinas, rodas de conversa e feira criativa, celebrando a cultura reggae e a conscientização ambiental

 

No dia 15 de junho, das 9h às 22h, a Plataforma Cultural, em Campo Grande (MS), recebe o Dread Day Festival Regando a Raiz. O festival, com entrada gratuita mediante a doação de 1kg de alimento não perecível ou lixo eletrônico, reúne música, arte, oficinas e atividades voltadas à sustentabilidade, à cultura afro-brasileira e à conexão com a natureza.

Idealizado pelo músico e produtor cultural Patrik Sandim, o Dread Day propõe um evento acessível, com atrações para todas as idades. A programação vai além dos shows e inclui oficinas práticas e vivências culturais. Entre elas, estão a de agrofloresta com Alcides “Cidão”, que ensina técnicas de plantio e regeneração ambiental; a oficina de tranças nagô com Sarah Menêzes, da Sarara Braids, que aborda a identidade negra por meio do trançado; e a criação de mandalas botânicas com Letícia Moura, da Cosmo Arte, usando elementos naturais como matéria-prima.

Foto: Kaique Andrade

Também fazem parte da programação oficinas de fotografia lambe-lambe com Leo Mareco, dancehall com Daniela Andrade e capoeira voltada ao público infantil com o coletivo Capoeira do Mato. O dia começa com uma prática de yoga conduzida pelo Movimento Sadhaka e, ao longo do evento, acontecem rodas de conversa, além de atividades como slackline, mini ramp, espaço kids e uma área de descanso para quem quiser relaxar. Haverá ainda um food park com diversas opções gastronômicas e uma feira de economia criativa com produtos autorais.

As intervenções artísticas são realizadas em diferentes pontos do espaço. Entre elas, a roda de capoeira com o Coletivo do Mato, a pirofagia da Tribo de Aruanda, a apresentação de tecido acrobático com Natália Luz e as esculturas com lixo eletrônico produzidas por Vitor de Figueiredo, que transforma resíduos em arte e crítica visual.

A música, como eixo principal do festival, traz uma seleção de artistas do reggae e vertentes relacionadas. Entre as atrações confirmadas estão Sandim convidando Alma Djem, Rockers Sound System com Adonai (Cidade Verde Sounds), Louva Dub com Laris, Canaroots com Manuzera, Édipo Ortiz (Marolo), DJ Tico DuBem e Trinca Dub.

Arte, Reggae, Cultura

O Dread Day nasceu do desejo de criar um espaço que fosse além do entretenimento. Com uma equipe de mais de 100 pessoas, a proposta surgiu da ausência de eventos que valorizassem, junto à música, a cultura de matriz africana e as raízes do reggae no estado de MS. Para a reportagem do Jornal O Estado, Sandim afirma que mais do que um festival, o Dread Day se consolidou como um movimento que une arte, resistência e sustentabilidade, promovendo não somente celebração, mas também consciência social e ambiental.

“O trabalho tem sido intenso, mas recompensador, marcado pelo engajamento coletivo para garantir que tudo ocorra da melhor forma possível. As expectativas são altas, especialmente por esta edição marcar o retorno do festival ao local onde tudo começou, há oito anos. Há um sentimento de reencontro com o espaço e com o público, e a estimativa é de receber cerca de 1.500 pessoas ao longo do dia”, afirma Sandim.

O festival irá homenagear o artista Lincoln Gouveia que possui tem um peso especial nesta edição do Dread Day. Presente em duas edições anteriores com a Banda CanaRoots, Lincoln é reconhecido como um dos pioneiros do reggae em Mato Grosso do Sul e uma referência importante para o movimento no estado. O tema “Regando a Raiz” reforça esse compromisso com a valorização das origens, e a homenagem reflete o respeito e a gratidão por sua contribuição à cena local.

Foto: Marco Endo Jr

Muito além do Reggae

A programação do Dread Day foi estruturada para atender públicos diversos e garantir um ambiente inclusivo e acessível. As atividades acontecem em diferentes horários e espaços ao longo do dia. As oficinas começam às 9h, com temas que vão de práticas culturais a habilidades criativas, conduzidas por facilitadores especializados.

A roda de conversa será voltada para a sustentabilidade, com foco no descarte correto de lixo eletrônico. Os shows estão previstos para iniciar às 16h, reunindo artistas locais e nacionais do reggae. O espaço kids contará com atividades lúdicas e oficinas de arte, oferecendo uma programação especial para as crianças e suas famílias.

“A sustentabilidade sempre foi um pilar essencial do Dread Day. Acreditamos que a cultura precisa caminhar com a consciência ambiental. Iremos promover oficinas de educação ambiental, onde o público pode aprender mais sobre o impacto de suas ações no planeta e como adotar hábitos mais sustentáveis no dia a dia. A ideia é criar uma experiência que inspiremos as pessoas a refletirem sobre o cuidado com o meio ambiente. A nossa missão é promover a cultura com consciência, pois cuidar do planeta também é uma forma de cuidar das pessoas”, afirma o idealizador.

O reggae tem um papel importante na cultura de Campo Grande, sendo uma das expressões musicais que mais promove conexão comunitária por meio de mensagens de resistência, liberdade e união. Sandim finaliza destacando que celebrar essa cultura por meio do Dread Day é uma forma de dar visibilidade à cena local e nacional, além de criar um espaço para troca, aprendizado e reflexão.

“Celebrar o Reggae no Dread Day é essencial para dar visibilidade à cena local e nacional, além de criar um espaço para troca de experiências, aprendizado e reflexão. O festival fortalece a identidade local e celebra o Reggae como uma cultura de paz e solidariedade”.

Serviço

O festival será realizado dia, 15 de junho (sábado) na Plataforma Cultural – Campo Grande/MS, das 9h às 22h. A entrada é 1kg de alimento não perecível ou lixo eletrônico

 

Por Amanda Ferreira

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